Autor: Erasmo Ungaretti
Ao declarar: “nada me faltará” o salmista testemunha a sua inabalável fé naquele a quem designa como: “o Senhor é o meu Pastor”. Esse deve ser o nosso testemunho, pois, somos discípulos daquele que nos chamou para estarmos sob seu pastoreio, quando afirmou: “Eu sou o Bom Pastor” (João 10.11). Diante dessa afirmação devemos possuir uma irrestrita confiança de que temos um excepcional Provedor, e que fazemos parte do seu rebanho. Conseqüentemente, vivemos sob a dependência desse amado Protetor que, acima de tudo, “é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória” (Judas 1).
Nós somos bem-aventurados porque temos alguém que está acima de todos e de todas as circunstâncias, com o qual mantemos efetiva intimidade; assim, podemos dizer com firme convicção, de que nunca “nada nos faltará”. Nós, remidos que seguimos as pisadas do nosso Redentor podemos fazer, conscientemente, essa confissão que trás consigo uma nota que expressa ação de graça e o sincero reconhecimento pela fidelidade do nosso Pastor.
Jesus sabia, muito bem, que para ser o nosso Bom Pastor necessitava primeiro, ser um cordeiro – o Cordeiro de Deus – que seria “oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca” (Isaías 53.7). Responsavelmente Jesus assumiu essa posição para que confiemos inteiramente nele.
Quando um pai trouxe seu filho possesso de um espírito mudo, Jesus disse: “Tudo é possível ao que crê”. Em lágrimas, o pai responde: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9.23,24). Nada faltará àquele que crê desde que, com sinceridade, reconheça a pequenez da sua fé. O segredo está em confiar naquele “que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós” (Efésios 3.20).
Há um testemunho, vindo do Antigo Testamento, que mostra o Profeta Elias, nos dias de uma prolongada seca, pedindo a uma viúva pobre, possuidora de um punhado de farinha e um pouco de azeite, que lhe fizesse um bolo para saciar a sua sede; diante da palavra da senhora, alegando que só possuía, como último alimento, o que reservara para ela e para seu filho, ele lhe disse: “Não temas; vai e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim um bolo pequeno e traze-mo aqui fora; depois, farás para ti mesmo e para teu filho. Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra”… “Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou” (I Reis 17.13-16).
Essa narrativa me faz lembrar duma irmã na fé, Irene Silva, que nos contou que quando seu pai morreu ainda jovem, deixou a família sem nenhum recurso para seu sustento. Sua mãe e os pequeninos filhos, foram morar com a avó que vivia com parcos recursos. Muitas vezes, não havendo em casa nenhum alimento, a sua avó punha os pratos e os talheres dispostos sobre a mesa e fazia todos se assentarem como se tivessem diante de si o alimento. A anciã, então orava e agradecia a bondade e a providência de Deus para com eles. Imediatamente, alguém batia à porta e lhes trazia o necessário suprimento. Uma ocasião o pouco que tinham, não dava para alimentar duas pessoas; a senhora orou, agradeceu e abençoou, pedindo multiplicação. O pouco que eles possuíam se tornou suficiente para todos comerem, sobrando o necessário para o jantar daquele dia. Quando o Senhor é o Pastor de uma família, nada lhe faltará. Amém.
O Evangelho de João, capítulo dez, sugere seis atitudes que uma ovelha de Cristo deve possuir: (1) Conhecer o seu Pastor; (2) reconhecer a sua voz; (3) ouvir-lhe quando ele chama por seu nome; (4) amar-lhe; (5) confiar nele; (6) o seguir-lhe. Necessitamos disso para que, realmente, possamos dizer “nada me faltará”. A afetuosa declaração de Jesus: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (João 15.13), atesta a realidade de que ele “me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.20). Isso firma a nossa fé, pois se ele a si mesmo se entregou por amor de nós, como não nos dará o suprimento para todas as nossas carências materiais e espirituais?
Quanto ao ensino o nosso Bom Pastor já nos supriu fartamente – “porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (João 15.15). Quanto às necessidades materiais e outras, ele aconselha: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6.6).
“Nada faltará” está intimamente ligado à oração da fé. Não nos preocupemos se as nossas necessidades são múltiplas, uma vez que temos uma só fé, inabalável,
Faça um comentário