Autor: Ehud M. Garcia
Apesar de eu ser um pastor assalariado nos Estados Unidos, considero minha função missionária como sendo uma de fazedor de tendas; uma vez que não tenho sustento financeiro vindo do Brasil. Pastoreio uma igreja presbiteriana americana; sou o único não-americano na congregação. Por três anos servi como pastor missionário entre os índios americanos. Antes disso, fui professor de missões por quatro anos no Canadá. Todos esses ministérios têm sido assalariados com fundos do próprio campo.
Fiquei desempregado duas vezes na minha jornada: uma em Pasadena, Califórnia, em 1992, por seis meses; a outra em Lewiston, Idaho, por nove meses. Da primeira vez, foi-me bastante difícil conseguir algum emprego, pois não tinha outras habilidades senão a de ser pastor. Da segunda vez, no ano passado, utilizei meu tempo para me equipar melhor para o trabalho secular. Aprendi a desenhar websites para a Internet. Na mesma época, fundei uma pequena escola de missões aqui nos Estados Unidos, juntamente com minha esposa, Neiva.
A minha sugestão a respeito de brasileiros que deixam a nossa terra para ser missionários no exterior segue bem de perto a idéia do Conde Nicolau von Zinzerdorf, o grande protetor dos Moravianos. Missionários devem estar preparados para fazer tendas quando for necessário; melhor ainda, esta deveria (e creio será) ser a melhor opção para ministérios de além-mar. Não saiam do Brasil sem ter uma profissão qualificada; no meu caso, tendo ido direto para o seminário, não aprendi outra profissão senão a de ser vendedor. Aqui nos EUA isto não ajuda muito, a menos que você tenha total domínio do Inglês. Acho que o fazedor de tendas é o melhor candidato para um ministério efetivo no campo missionário; principalmente se o missionário ou missionária está servindo na Europa ou na América do Norte. Esta tem sido a minha experiência, assim como a da minha esposa. Hoje, ambos estamos qualificados para enfrentar o ministério levantando nossas tendas por aqui. Desta forma, não estamos (como nunca estivemos) dependendo do dinheiro suado dos nossos amados no Brasil, o qual pode ser melhor usado para empresas missionárias na África e na América Latina.
Pastor Presbiteriano, Missionário Brasileiro desde 1984.
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