Autor: Rev.Naamã Mendes
Nos meios de comunicação, especialmente na televisão, não falta gente especializada para criar e derrubar celebridades. Isso ocorre porque também não faltam pessoas bondosas, porém ingênuas , para serem manipuladas. No recente episódio entre o jogador Marcelinho e o seu ex-técnico Luxemburgo foi exatamente isso que vimos acontecer. Há alguns meses Marcelinho, conhecido como evangélico, era o herói de um time de futebol , atualmente é um vilão. Ele gostava da proposta de ser usado pelos meios de comunicação, aparecendo em diferentes palcos: o palco do jogo do futebol; o palco dos artistas, das emissoras de televisão, das boates e também de algumas Igrejas, onde cantava e dançava. Marcelinho, confuso e mal orientado, confundiu as coisas e vinculou sua performance pessoal à imagem de Jesus, afirmando-se evangélico.
Os meios de comunicação não se importaram com a contradição explícita entre a violência, a irreverência e o desrespeito que Marcelinho passava e a imagem dos evangélicos construída historicamente – gente séria , honesta, vítima de perseguição e preconceito no mundo e no Brasil.
A construção e descontrução de celebridades pelos meios de comunicação se dão por vários motivos.
Uma das razões está no fato que por trás das pautas que determinam o que deve ser noticiado estão as propostas comerciais, ideológicas e religiosas dos responsáveis pelos meios de comunicação. Os exemplos são claros, a TV Record, de origem neo- pentecostal, e de olho no mercado evangélico, promete aos que a ela se associam financeiramente, através dos seus Templos, não apenas o céu pós-morte , mas também a prosperidade, a riqueza e a ostentação .
A Rede Globo e o SBT, passam a impressão que são neutras em relação à credo religioso, de olho no mercado constituído de não evangélicos – pessoas que se dizem católicas, espiritas, umbandistas ou adeptos de propostas religiosas alternativas, principalmente pessoas influenciadas pelas múltiplas tendências místicas que a sociedade vive, em função de novelas, mini-séries, e demais programas cujos enredos e ou temáticas contemplam a mistura de crenças religiosas.
Afinal o que importa para os canais de televisão não é exatamente proclamar Cristo, nem quais são as verdadeiras propostas religiosas, importa a pontuação que devem atingir no ibope ou o segmento do mercado que vão conquistar. Para que isso aconteça tornar- se necessário ter celebridades e heróis construídos para serem vendidos e venderem, mensagens (propagandas) que constituem o cerne mercadológico da televisão. Quando, por algum motivo, as imagens dessas pessoas se desgastam, perdendo o potencial para gerar dividendos, elas são descartadas, os heróis transformam-se em vilões e os mitos em meros mortais.
Os meios de comunicação e a mídia fizeram de Marcelinho um mito, uma celebridade, um deus. Estranhamente fizeram também dele um sacerdote fashion, que exibia sua riqueza nas roupas, nos carrões e professava uma fé muito parecida com a dos seus pastores. De certo modo, Marcelinho é a concretização das promessas que os líderes da igreja a qual ele pertence proclamam. Saiu do nada e com fé (na opulência e na de imagem de celebridade) ascendeu-se financeira e socialmente. Tornou-se um deus, que desfila nos campos, nos palcos e nas igrejas. Para elevá-lo ao patamar dos deuses, não bastou explorá-lo no futebol, foi necessário turbiná-lo com aditivos que só os ricos podem ter: dinheiro, grife, carrões e uma imagem religiosa.
Os meios de comunicação têm destruído, talvez propositalmente, Marcelinho e muitos outros mitos que se afirmam evangélicos. Aproveitando a confusão e os desvirtuamentos que esses personagens fazem em relação ao evangelho de Cristo, a televisão tematiza essa questão ao veicular a decadência desses indivíduos e ressaltar o fato de eles se dizerem evangélicos, confundindo, dessa forma, a mente da população sobre o que é ser evangélico.
Segundo a Bíblia, evangélicos são aqueles que reconhecem que são pecadores, se arrependem e crêem em Jesus. Os Evangelhos afirmam ainda que evangélicos são aqueles que imitam Jesus. Portanto, devem ser humildes como Ele foi. Jesus abriu mão de todo poder e glória divina e humana, para nascer entre os mais pobres. Abriu mão dos palácios, para viver num casebre comum como as demais pessoas do seu tempo. Venceu as tentações do poder e da ostentação preferindo obedecer ao pai.
Quanto a bens materiais, os evangélicos devem pautar a vida conforme ensina a Bíblia, simplicidade e gratidão a Deus por tudo que possuem, trabalhando como se fosse para o próprio Senhor, não se desesperando, agindo com honestidade, sem ambição desmedida, por confiarem nas promessas de Deus : o justo não mendigará o pão.
Como fez Jesus, os evangélicos são pessoas que perdoam e oram a favor e não contra os seus inimigos, .
Os evangélicos preferem a sombria cruz às luzes do palco.
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