Autor: Randal Walti
Pode ser surpresa para você saber que, a despeito de toda a discussão e aplauso em torno da chamada liderança “de baixo para cima”, por empresas muito bem sucedidas na década de 80, a estratégia de administração corporativa ainda predominante nas organizações dos Estados Unidos e de muitas outras partes do mundo, permanece a mesma.
Inúmeras autoridades em liderança e administração apresentaram crítica devastadora sobre o sistema hierárquico administrativo “de cima para baixo”, que dominava as corporações em todo o globo, desde os anos 50. Contudo, pouca coisa mudou.
Não é de surpreender que a administração de grandes organizações como a MCI, Enron e outras, que subitamente se tornaram o foco de escândalos corporativos, tenha sido levada a “maquiar os números”, porque não queriam lidar com a realidade que estava acontecendo. Uma das lições aprendidas com estes atos antiéticos é que a prática comum de manipulação de processos e relatórios para alcançar metas de custos ou lucros, ditada por níveis executivos mais elevados, deve ser corrigida pela implementação da delegação de poderes “de baixo para cima”.
Por que demora tanto para perceber que pessoas são mais importantes que números? Por que é tão difícil compreender que tratar empregados e clientes como gostaríamos de ser tratados, os negócios geralmente atingirão patamares mais elevados? A delegação de poderes “de baixo para cima” reconhece que os mais próximos ao trabalho são ativos que possuem informações pertinentes e mais exatas sobre as necessidades da empresa e de seus clientes.
A Bíblia, escrita e compilada há mais de 2.000 anos, traz observações surpreendentes e relevantes sobre o contraste entre liderança “de cima para baixo” e a “de baixo para cima”. Vale notar que a palavra “liderança” aparece somente seis vezes na Bíblia inteira, enquanto “servo” é mencionado 46 vezes só no livro de Gênesis.
As palavras “servo” do Antigo Testamento e “ministro” do Novo Testamento têm significados similares. Ambas trazem a idéia de um “under-rower” (remadores de baixo). “Under-rowers” eram homens que ficavam no mais baixo nível nos navios que vendiam escravos. Acorrentados a seus postos, esses escravos realizavam o trabalho mais difícil, uma vez que seus remos eram os que entravam mais profundamente no mar. Para evitar que morressem por causa do calor sufocante, o teto acima deles era grade de metal, que era o “piso” onde ficavam remando os escravos das fileiras de remos intermediária e do topo. Impossibilitados de deixar suas posições, os “remadores de baixo” não apenas trabalhavam mais duramente, como também sofriam a indignidade de terem dejetos humanos caindo sobre suas cabeças. Esta imagem é vívida para você?
A Bíblia ensina que o verdadeiro servo, cuja lealdade mais elevada é para com o Deus Altíssimo, tem consciência que o seu papel dentro da empresa não é ser servido, mas sim servir, não importa quanto lixo ou aborrecimentos surjam em seu caminho. Se você se tornar um líder assim, disposto a humilhar-se, seus empregados e pares o seguirão a qualquer parte, seja em tempos difíceis, seja na prosperidade!
Jesus Cristo descreveu este princípio: “Quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos”. E explicando Seu próprio chamado para Se tornar o Supremo Servo por meio de Sua disposição de enfrentar a morte numa rude cruz, para sofrer o castigo pelos pecados da humanidade, Ele completou: “Nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.43-44).
Fonte : Maná da Segunda
Faça um comentário