Autor: Valdeci S. Santos
Um vídeo mostrando uma cena de corrupção nos correios deflagrou uma crise de proporções gigantescas no cenário político brasileiro. A população, porém, parece acostumada a esse tipo de situação. Alguns até esperam pelo surgimento do próximo escândalo a ocupar espaço na mídia, desviando assim, o enfoque e a atenção. A história política do Brasil é prodigiosa em escândalos provocados por denúncias e corrupções. Contudo, as últimas revelações têm verdadeiras aulas magnas de corrupção, acelerando dessa forma, o descrédito político no país.
Em ocasiões como essas, os cristãos geralmente procuram se lembrar de alguns textos bíblicos que lançam luz sobre os acontecimentos. Um dos textos mais utilizados nesse sentido é o Salmo 33.12 que diz: “Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança”. A explicação usualmente apresentada à luz desse verso é que se Deus fosse o Senhor do Brasil, nada disso estaria acontecendo. Todavia, há que se lembrar que nem mesmo a realidade do reino teocêntrico no Antigo Testamento impediu que a nação de Israel experimentasse crises morais e espirituais. Seria ingenuidade pensar que, enquanto vivendo em um mundo de corrupção, os cristãos são poupados dos efeitos da queda e dos danos sociais produzidos pelo pecado.
O princípio de analisar as circunstâncias à luz das Escrituras parece ser algo saudável e até mesmo natural para o cristão, pois para ele, a Bíblia é uma fonte de autoridade não apenas em matéria de crença, mas também de prática. Há alguns outros textos bíblicos que apontam para lições especiais em momentos de crise semelhantes aos vividos pela nação brasileira. A primeira lição é que esses momentos exigem que a luz do bom procedimento cristão brilhe mais intensamente a fim de que o nome de Deus seja glorificado (Mt 5.16 e 1Pe 2.12). A seriedade dessa verdade pode ainda ser observada pelo fato de que o mau exemplo cristão pode ser fator motivador para que os incrédulos blasfemem contra Deus (cf. Rm 2.17-24 1 1Tm 6.1). A segunda lição a ser aprendida é que esses momentos exigem uma prática intercessória mais intensa por parte dos que crêem em Deus (1Tm 2.1-3). Em sua bondade, Deus determinou agir no universo em resposta às orações dos santos e a intercessão pelas autoridades é algo “bom e aceitável” diante dele. A terceira lição a ser lembrada é que a igreja possui um ministério profético, o qual implica na denúncia da injustiça (cf. 1Tm 2.19). Dessa forma, o cristão não pode ser conivente e nem cúmplice do procedimento corrupto, mas deve viver vida reta e exemplar. Uma última lição a ser lembrada em momentos de crise como a que a nação brasileira experimenta é que “nada há encoberto, que não venha a ser revelado” (Mt 10.26). As divulgações de tramóias outrora ocultas indicam que a justiça e o juízo de Deus contra o pecado trazem a lume o que estava enterrado, inclusive os “pecados secretos” de alguns cristãos.
A crise política brasileira é séria e já resulta na erosão da imagem de muitos líderes, bem como na pouca credibilidade que eles possuíam junto ao povo brasileiro. Além de lamentar os fatos, os cristãos podem refletir e aprender algo das Escrituras à luz dos últimos eventos.
PENSE NISSO – “Somos salvos não por nossos feitos, mas pelo sacrifício de Cristo por nossos defeitos”.
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