Autor: Marcello Mendanha
Vamos imaginar, por hipótese, que um juíz responsável pelo julgamento de um famoso processo judicial deliberasse que todos os indiciados estariam perdoados e livres.
A explicação seria que, querendo o magistrado demonstrar bondade para com aqueles homens de índolole corrompida, num acto de grande generosidade, resolveu ignorar os autos e dar a tão desejada liberdade aos criminosos.
O que pensariam os familiares das vítimas? O que pensaria a própria vítima?
Ela diria “Não há justiça ! Exijo um julgamento e uma condenação aos malfeitores!”.
“Mas um homem bondoso, um juíz, não pode exercer bondade? Ele não pode ser bondoso para com quem ele quiser?” Não. Ele não pode! Porque? Porque não é o seu papel de juiz. “Mas então ele não pode perdoar?” Exactamente. Quer isso dizer que perdão e justiça excluem-se mutuamente! Não poderá haver justiça sobre um culpado se o juiz lhe perdoar a culpa. Se o condenar, aplicando-lhe a justa lei, não haverá perdão para o tal.
Vamos agora transportar este cenário para outro palco, o nosso, de transgressores e Deus, o de recto Juiz. “Mas transgressores de que?” perguntarão alguns, “afinal, eu nunca fiz mal a ninguém!”, mas não se esqueça daquilo que não fez e deveria ter feito – também é uma transgressão, principalmente porque não se trata de uma ofensa contra outro homem de carácter semelhante ao nosso, mas uma agressão para com uma pessoa incapaz de praticar qualquer maldade, uma pessoa compeltamente pura, santa e perfeira em si mesma.
Ele o juiz, nós os culpados. Porque pedimos perdão e não exigimos a Sua justiça sobre nós?
É que no fundo sabemos que a condenação é justa mas é extremamente pesada. “Porque o salário do pecado é a morte” Romanos 6:23 .
Deus, como juiz de toda a Terra, não nos poderia perdoar e ao mesmo tempo ser justo. Ele não poderia ignorar os nossos pecados e ao mesmo tempo ser coerente consigo mesmo em sua própria exigência: a Plena Justiça. Enfim, estamos todos condenados por Deus, logo à partida, pois “ como está escrito: Não há justo, nem sequer um. Todos se extraviaram; Não há quem faça o bem, não há nem um só.” Rom 3:10-12
Mas Deus encontrou um Caminho. Só um. O único. Ele mesmo assumiu o papel de culpado, sem no entanto ter culpa alguma. Como juiz e Deus, enviou um, saído de si mesmo, Jesus o homem Deus, despido da “bata judicial” mas o Justo coberto de carne e sangue humano, para ser colocado no lugar de condenação e maldição, substituindo assim, de maneira solidária com toda a sua raça, a todo e qualquer pecador que se identifique neste acto de justiça divina. Deu-se então a Páscoa, palavra que significa, “passar por cima”. Ele passou por cima da nossa culpa e por isso podemos receber perdão, a não ser que você rejeite o Seu sacrifício e queira receber justiça.
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