Filhos violentos, pais assustados!

Autor: Rev. Naamã Mendes
Nessa última semana, por causa dos julgamentos dos jovens que brutalmente atearam fogo no índio Galdino, levando-o à morte, voltaram à tona perguntas sobre o futuro dos jovens em geral.
Estou preocupado com o futuro dos meus filhos? O que leva jovens de boas famílias e economicamente estabilizados a serem tão violentos e agressivos? O que leva jovens parecidos com esses em julgamento a se envolverem com tóxicos, a ponto de destruírem suas próprias vidas e as de outras pessoas?
O fenômeno da violência e da autodestruição entre os jovens é histórico e universal, mas com certeza nunca foi tão explícito como nos últimos anos. Jovens brasileiros morrem diariamente nas FEBEMs, nos confrontos com a polícia ou com as próprias quadrilhas, no transito e em demais circunstâncias menos violentas. Nos outros países, especialmente nos Estados Unidos, a situação não é diferente, acrescentando-se ainda a violência mais recente, o terrorismo .
As razões para a prática da violência e para o sentimento de autodestruição que perpassam a mentalidade de muitos jovens são muitas. Uma delas pode estar alicerçada no valor ideológico da própria violência. Um jovem americano, por exemplo, vê 1.500 horas-televisão por ano, permanecendo apenas 900 horas assistindo aula. Aos 18 anos, esse mesmo jovem teria assistido 16 mil assassinatos e 200 mil atos de violência. A insistência em colorir a violência e transmiti-la aos jovens pode, em alguns casos, levá-los a saírem da violência virtual para a real, como aconteceu nos ataques homicidas às escolas americanas e no caso do jovem brasileiro que matou algumas pessoas que assistiam a um filme violentíssimo no Shopping em S. Paulo. A relação entre a violência da televisão e o comportamento dos jovens é um fato estatisticamente constatado.
Outra razão, poderia ser a morte dos sonhos econômicos dos jovens. Na sociedade liberal, as diferenças econômicas são cada vez mais fortes, consequentemente, as diferenças entre as classes sociais também são cada mais gritantes. A retenção de renda pela minoria dominante faz com que os pobres sejam cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Apesar do desnivelamento econômico e social, os meios de comunicação vendem produtos cada vez mais sofisticados, com a ilusão de que eles tornarão os jovens mais bonitões, mais conquistadores e mais aceitos socialmente. Isso quer dizer que o estímulo acirrado ao consumo não é proporcional ao poder aquisitivo da grande massa social. Por isso, gera, principalmente nos jovens, um sentimento de incompetência e de exclusão social.
Existem milhares ou milhões de recém formados nas mais diversas áreas profissionais, sem emprego e sem perspectiva de consegui-lo. Os jovens, na sua maioria, pagam quantias vultuosas para estudar, às vezes, com sacrifício da família. Todavia, depois de formados, não vêem possibilidade de trabalhar e, dessa forma, compensarem o investimento econômico feito pelos seus pais. Além disso, de modo geral, os jovens não projetam a vida futura, apenas curtem o presente. Na atual sociedade, essa postura tornou-se generalizada. Assim, não vendo perspectiva para o futuro, a maioria dos jovens não acredita na possibilidade de viver dignamente, então, para os mais frágeis, só resta a violência, a autodestruição ou a morte.
Enquanto os jovens vivem sem perspectivas de uma vida produtiva, capaz de gerar o aperfeiçoamento da sociedade, os pais se perdem, sem saber como agir, educar e conduzir os seus filhos para uma vida digna e saudável em relação às emoções e aos relacionamentos afetivos. Enfim, a maioria dos pais também vive sem esperança, diante dessa violência e do sentimento de autodestruição que vitimiza todos nós.
A Palavra de Deus nos ensina que mais vale um cão morto do que um homem sem esperança. Por isso, os verdadeiros cristãos nunca perdem a esperança de construir um mundo melhor aqui na terra. Essa esperança faz parte da nossa missão. Por confiarmos em Cristo e na Palavra de Deus, sabemos que os nossos filhos pertencem a Deus. Sabemos também que, se os nossos filhos não aprenderem, através de nós, os princípios e os valores propostos por Deus em sua Palavra, eles serão realmente, infelizes, entristecidos, sem esperanças, sem perspectivas e sem valores que os motive a viver dignamente.
A Bíblia assegura que, se vivermos e ensinarmos aos nossos filhos a vida cristã conforme apresentada nos evangelhos, eles farão acontecer coisas muito mais bonitas do que nós fizemos e serão muito mais felizes do que nós somos. Ainda há tempo para você se converter a Deus e se converter ao seu filho, ensinando-o que a vida é muito mais e muito maior do que o que podemos ver e consumir! A vida é Jesus Cristo no coração!

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