Autor: Patrícia Maia
Quem não deseja uma herança? Especialmente se for de alguém rico: pais, avós, tios… não importa. Quando a herança é muito grande todos brigam por ela. Cada um quer a maior parte possível quando não toda a herança.
Mas independente do tipo de herança todo filho herda algo de seus pais ou ascendentes: história de vida, gens, educação, hábitos, tradições, profissão, personalidade, bens… seja lá o que for a herança boa ou ruim é praticamente inevitável. Contudo há uma herança extremamente valiosa mas estranhamente são poucos os filhos que a herdam integralmente ou sem grandes danos – é a herança da fé.
A fé é um dos maiores legados que o homem pode receber além da esperança da salvação e do amor de Deus (I Cor. 13:13). A fé é um tesouro incorruptível e eterno que deveria ser guardado com absoluto cuidado (I Pe. 1:7/ Mt. 13:44). Infelizmente é a que mais tem sido renegada. O povo de Israel provou de forma incontestável a grandeza da herança da fé. Eles venceram batalhas, conquistaram terras, e fizeram proezas enquanto guardaram em seus corações a fé de seus pais e era assim que se referiam ao seu Deus – o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (Hb.11). Uma fé passada de pai pra filho! Não cabia aos sacerdotes, escrivões, levitas ou rabinos passar a fé para os mais novos – essa tarefa era dos pais: “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração, tu as inculcarás a teus filhos…” (Dt. 6:6,7a) ora quem tem filho é chamado de PAI e não de professor da escola dominical, pastor ou presbítero. E todas as vezes que os pais israelitas deixavam de passar a fé a seus filhos Israel caía em desgraça, pecado e derrota porque eles assimilavam a fé de outros povos.
Hoje, mais do que nunca precisamos passar aos nossos filhos a herança da fé! Como fazer isso? No dia-a-dia: “…e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te.” (Dt. 6:7) com nossas atitudes, com nossas conversas e comentários, na forma como tratamos o outro e como lidamos com as situações e problemas. Em todo tempo educamos nossos filhos de acordo ou não com os princípios de Deus e é assim que transmitimos a herança para eles.
Certa missionária, que era mãe também, estava tendo muito pouco tempo com seus filhos devido as inúmeras viagens para ministrar a Palavra de Deus em outras comunidades. Ela percebeu que sua filha mais nova de 5 anos estava sendo prejudicada pela sua ausência – diminuiu o tempo que passava fora e sempre que possível a levava consigo. Em uma dessas viagens a garotinha, sentada nos primeiros bancos da igreja, ouvia atentamente sua mãe falar apaixonada sobre o seu Deus – foi quando ela pulou do banco e correu para o lado da mãe gritando com toda a força de seus pulmõezinhos: “O Deus da minha mãe é o meu Deus também! É o meu Deus também!”
Será que nossos filhos diriam a mesma coisa de nós? Qual é o Deus que nós mostramos a eles? Um Deus que só encontramos no Domingo dentro da igreja? (porque nem da porta pra fora Ele passa…) Um Deus tão fraco que mal dá conta de suprir nossas necessidades mais básicas? Ou um Deus todo poderoso que é Senhor das nossas vidas? Um Deus que fala, ouve e age em nós e através de nós? Somos NÓS que decidimos qual herança vamos deixar… será a herança da FÉ?
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