Autor: Paul Mizzi
Deus criou o homem mutável, mas sem maldade. Deus fez o homem santo, justo e sábio, e tendo uma bendita comunhão com seu Criador. Mas Adão não foi estabelecido irrevogavelmente em santidade, como os anjos eleitos o foram. Ele era bom, todavia, ele poderia cair de sua bondade e perder sua posição justa diante de Deus.
De forma alguma pode este estado ser descrito como mal; ele era manifestadamente bom, porque tudo o que Deus criou era muito bom. Como o homem veio das mãos de seu Criador, o homem era bom, mas ele podia mudar de um estado de bondade para um estado de depravação e pecado. Isto é exatamente o que de fato aconteceu historicamente – o que nos referimos como sendo a Queda do homem, que ocorreu devido à deliberada desobediência do homem, em escolher o mal voluntariamente, não sendo constrangido para assim o fazer.
A Queda de Adão em pecado e desobediência ao seu Criador afetou as comunicações entre Deus e o homem.
Embora Deus tenha, por Seu ato criativo especial, trazido o homem à existência, tendo justiça, santidade e conhecimento, de acordo com a Sua imagem e segundo Sua semelhança, por sua desobediência deliberada o homem instantaneamente se tornou injusto, impuro e obscurecido em seus pensamentos. Inicialmente o homem desfrutava de doce e direta comunhão com seu Criador, que (metaforicamente) encontrava-se com ele na viração do dia. Adão procurava comunhão e a desfrutava.
Assim que ele procurou viver independentemente de Deus, quebrando Seu mandamento, Adão se escondeu; ele fugiu de Deus e ficou com vergonha de si mesmo (estando nu) e de seu Criador. Antes Adão não tinha causa para argüir com seu Criador; agora, assim que Deus o questiona (para trazê-lo à confissão), Adão se escusa e virtualmente culpa ao Criador por providenciar uma companheira para ele, a qual foi instrumental em sua queda.
O intelecto do homem é usado perversamente, ao invés de ser usado para admirar e adorar a Deus. Não somente foi assim com Adão, mas com todos seus descendentes por procriação natural. O homem, pensando ser sábio, inventa para si mesmo caminhos e meios para cumprir sua religiosidade, caindo em idolatria, trazendo sobre si a ira de Deus (Romanos 1). Agora ninguém busca cuidadosamente a Deus; todos eles viraram as costas para Deus (Romanos 3).
Embora fingindo estudar Deus, o homem realmente odeia a própria idéia de um Deus Soberano e Absoluto que considera o homem responsável. O homem murmura muita oração, mas não ao Deus verdadeiro. Embora seja informado de como retornar para Deus – através do evangelho – o homem não está desejoso de restabelecer comunicações com Deus.
O homem não é somente indisposto, mas também incapaz; a menos que seja feito disposto pela graça de Deus. Uma comunicação correta e vital é, dessa forma, estabelecida pela iniciativa de Deus e pela Sua graça. Deixado por si mesmo o homem arrogantemente presume conhecer a Deus e estar numa agradável comunhão com Ele: nada pode estar mais longe da verdade! (Efésios 2:1-3,12-13; 4:17-21).
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Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
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