É possível vencer a carne?

Autor: Volney G Oliveira
A Bíblia cita o exemplo de um jovem que conseguiu vencer as tentações carnais impostas pelo diabo usando outrem. Este jovem tinha uma vida santificada a Deus, Jeová, e este mesmo Deus não o deixou só em momento algum, como nunca nos deixa só em tribulações, tristezas, angústias, bonanças, pobreza, fraquezas, perseguições, tentações … Sl. 13.31; 9.10; 38.18; 116.3-5,7,8; 119.28; Is. 35.10; Jr. 31.13; Jo. 14.18; 16.20,22; Rm. 8.35. Este jovem era José do Egito – confira sua história Gn.39.2-16,21; 41.38-44. A partir deste ponto de vista percebemos que a abstinência ao pecado do adultério ou mesmo da prostituição é possível. É madura, consciente e louvável a atitude de não querer praticar sexo antes de estar legalmente casado, pois, segundo a Bíblia é pecado. O jovem que age desta forma está demonstrando respeito pela sua namorada e de sua futura esposa, não a usando como objeto de seus instintos. Jovens cristãos que não têm uma vida santificada à Deus e muito menos um compromisso deixando-se levar pelas cobiças carnais, enquanto estão namorando não conseguirão segurar seus instintos impulsivos sexuais. Alguns meses antes do enlace matrimonial aproveitam para explorarem o corpo um do outro em lugar de explorarem suas mentes, seus valores e expectativas. O amor phileo, aquele amor que redunda no amor de conhecimento um do outro de seus pensamentos, ideais, valores e expectativas, passa a dar lugar ao amor Eros, que é um amor que visa o sexo e a satisfação de seus instintos. Claro que o amor phileo e o amor Eros estão presentes na vida do homem, porém, deve haver uma conciliação dos dois amores para serem acionados no tempo certo e no momento ideal que é, segundo o propósito de Deus para seus filhos, após o casamento. Muitos, mesmo crentes, não têm procedido desta forma fazendo o que na verdade, torna-se abominação a Deus e a seu próprio corpo, cometendo o erro de anteciparem a lua-de-mel insinuando que foi por amor ou às vezes, dizendo que iriam mesmo casar… Seguramente, isto faz com que, hoje em dia, “muita lua-de-mel não possui nada de mel e os casais ficam somente acompanhados da lua”. A angústia destes que assim agem tem crescido de forma colossal porque, como já dissemos anteriormente, não possuem uma boa base de crescimento bíblico e nem que abordem os princípios morais cristãos e também de debates, ensinamentos e conselhos de anciãos ou de pessoas capacitadas ou experientes para mostrar-lhes as conseqüências de uma má elaboração matrimonial. Mesmo assim, tem uma possibilidade de estarem arrependidos de seu ato: encontrando alguém que lhes fortaleça com aquele conselho amigo, com aquela palavra amiga ou ainda uma oração. Algumas vezes, as pessoas que assim agem são vista pela comunidade cristã com indiferença, sem o sentimento de perdão e compreensão dos irmãos e, comumente, de sua própria família. Isso está completamente fora dos meandros da Bíblia sendo que ela mesma nos adverte sobre o cair – o homem está propenso a cair mas Deus disse para este mesmo homem se por de pé para que ouvisse Sua voz. Se alguém está de pé cuide-se para que não caia e se alguém pecar ou cair temos um justo advogado que cuida de todas as causas. Observe que Deus, em momento algum, nas horas de angústia, de sofrimento de seus filhos, de tentações advindas do poder das trevas, os deixou só quando pediram ajuda e misericórdia.

Aproveite enquanto Ele é ainda Advogado porque quando menos esperarmos sentará num alto e sublime trono, como viu o profeta Isaías, passando agora então de Advogado a Juiz reinando com Braço Forte e Poderoso e também, desta feita, sem Misericórdia – Sl. 37.4; Mt. 7.7; Rm. 10.9; 12.10; 15.7; 1 Co. 10.12; Ef. 4.2,32; Cl. 3.13; 1 Ts. 4.9; Tt. 3.3; Tg. 5.16; 1 Jo. 1.9; 2.1; 4.7. Mediante esta explanação supracitada gostaria de pormenorizá-la, porém, à guisa de exemplo, o caso de um ex-detento de uma cadeia pública que relatou sua história a partir de um testemunho dado, após sua conversão a Cristo. “Desde cedo, ainda em minha infância, adquiri a amizade de muitos, pois, era extrovertido e brincalhão. Mas, um destes colegas se destacou de modo superior. Crescemos juntos e ele optou pelos estudos e eu pelos colegas da escola, ”matando aula” e procurando encrencas com os alunos de minha sala. Enfim, quando dei por mim estava embrenhado no mundo das drogas e da prostituição. Para conseguir dinheiro para sustentar-me, enquanto usuário de cocaína, comecei a roubar. Não tardou muito até que fui preso. Minha família contratou um advogado e eu não o vi até o dia marcado para o julgamento. Chegando no dia do julgamento, para minha surpresa apresentaram-me o advogado: era exatamente o meu colega de infância do qual éramos grandes amigos até ele mudar de cidade com sua família e nunca mais nos vermos. Estava salvo. Ele apelou para o júri e consegui minha liberdade, graças a este meu amigo. Pois bem, o tempo passou e voltei a praticar a mesma coisa que praticara antes de minha prisão. Por força do destino, voltei à cadeia e, conseqüentemente, haveria um julgamento para minha causa. Pedi minha mãe para procurar o meu antigo amigo advogado que, certamente, ia me ajudar sem sombra de dúvida mas, para minha infelicidade, não o encontraram. Na antevéspera ao julgamento, angustiado, receoso da sentença que caberia a mim, roubo, estupro e latrocínio (roubo seguido de morte): no mínimo uns trinta anos. Meu destino estava traçado. Chegado o dia do julgamento, fui levado como réu perante o tribunal. Puxa! Para minha surpresa e espanto de minha família, quem estava lá para julgar-me, meu antigo amigo advogado! Estava salvo, respirei aliviado. Se enquanto advogado me libertou sem muito esforço, agora como juiz, não será diferente. Estava enganado. Ele me viu e quase chorou mas, permaneceu com sua fisionomia firme e seu ar de seriedade. Estava absolutamente errado. Fui condenado a vinte e cinco anos. Após a sentença e no desfecho do julgamento estava eu de saída e muito triste por meu amigo não ter me ajudado, ele próprio aproximou-se de mim e me deu um grande abraço e desejou-me boa sorte. Fiquei furioso e acreditei estar ele zombando de minha cara. Imagine só eu passando este anos todos numa cadeia pública e alguém pedindo para ter sorte. Não hesitei e perguntei-o porque não me ajudou como tinha o feito anteriormente. Respondeu-me com toda calma que lhe era peculiar: “Ah meu amigo, antes eu era um advogado que fazia a petição ao júri apresentando-lhes a causa e defendendo com toda a minha força e dedicação e por sinal, nestes anos todos que passei como advogado não perdi uma única causa. Agora, estou aqui como juiz. Não posso fazer mais nada apenas confirmar as causas conforme o veredicto do júri aplicando a sentença cabível conforme a extensão do crime. Adeus. E saiu sem olhar para trás”. Inigualavelmente, o Pai Celestial quando assentar no trono estará regendo com seu braço forte e poderoso, e sem misericórdia, o que hoje é um de seus atributos principais. Observe que hoje temos o caminho perfeito de Deus, que é Cristo, a partir de sua morte vicária, na Cruz do Calvário, o qual espargiu seu sangue para remissão de nossos pecados e dolos, e onde, em qualquer lugar que estivermos temos o direito de podermos suplicar-lhe e rogar-lhe por seu perdão e sua misericórdia e, não obstante, certamente, iremos alcançá-la, pois, ele mesmo garante.
Face a retratação supracitada, lembrei-me de que há algum tempo atrás, acompanhamos pelo noticiário nacional uma reportagem acerca de um jovem ator que ao descobrir que tinha contraído o vírus HIV iria morrer. Desorientou-se por não aceitar a situação, pois, ele era bastante jovem e teria ainda uma longa vida pela frente, principalmente como ator, estando sobressaindo muito bem e a carreira lhe proporcionaria muita fama e dinheiro. Porém, a doença não o esperou e estava selada a sua passagem do ser para o não-ser, da vida para morte. Nós cristãos, conhecedores da Palavra de Deus, sabemos que o homem que morre sem Cristo e sem a salvação não vai para o paraíso de Deus mas, ficará esperando o julgamento que Jesus, juntamente com a igreja, estarão fazendo àqueles que não o aceitaram como Salvador de suas vidas. O jovem confidenciou a um entrevistador que tinha contraído a doença não por transfusão de sangue como fora divulgado anteriormente mas, sim por relação sexual, pela “fúria da carne” como assim ele mesmo citou.

Que triste fim! Um jovem que mal começara a decolar numa carreira profissional que lhe geraria lucros, fama, reconhecimento ou quem sabe até um Oscar. Porém, quem o estava espreitando e vigiando era um personagem muito famoso que só deseja a destruição e degradação da raça humana a fim de que esta não possa conhecer a luz do evangelho de Cristo para após arrepender-se sentindo o gozo da salvação. Este alguém é nada mais nada menos que o deus deste século, o diabo – 2Co. 4.4. Observe você que a cobiça da carne pode gerar a morte. Esta morte além de espiritual pode engendrar-se em um caminho sem retorno. A morte física. Após isso acontecer, o homem estará apenas esperando o julgamento que lhe garantirá o tormento eterno juntamente com o diabo e seus anjos, a saber, o lago de fogo. Acreditamos que se o homem, ainda que possuído por esta doença incurável, que, ora, destrói todo seu sistema imunológico seja liberto desta enfermidade que lhe assola. Sabemos de casos insolúveis, que toda a sapiência e parafernálias medicinais não puderam resolver, e foram resolvidas pelo Médico dos médicos, o Senhor e Deus da vida (Lc.4.18; Jo.14.6).

Hoje em dia podemos perceber que principalmente a juventude e os adolescentes de nossas igrejas são os principais alvos das setas e dos dardos inflamados do diabo. Ele ultimamente está oferecendo pratos saborosos e manjares exóticos contendo iguarias aparentemente boas, mas que não têm proveito algum. Estas iguarias satisfazem apenas à carne deixando que o espírito fique sem alimento e débil. Em Gl.5.16-18 vemos que se desejarmos as coisas carnais dificilmente chegaremos a Deus, pois Ele é Espírito e importa que o adoremos em espírito e em verdade e que também andemos em espírito – Jo.4.23,24. Entretanto, os versículos Gl.5.19-21 mostram exatamente como não se deve agir porque estaremos dando vazão às concupiscência da carne.

Daniel, jovem temente a Deus e seus três amigos foram levados cativos para uma terra desconhecida, Babilônia. Foram escolhidos para assistirem no palácio do rei Nabucodonozor. Eles eram de linhagem nobre (segundo alguns historiadores Daniel poderia pertencer à família de Ezequias), jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda ciência, versados no conhecimento e competentes. Queremos fazer alguns apontamentos da vida desses jovens: Daniel significa “Deus é meu Juiz”. Por ordem do rei, seu nome foi mudado como também dos seus companheiros. O de Daniel passou a ser Beltessazar, que significa “Bel Te Proteja”; Ananias, que significa “Jeová é Clemente”, foi mudado para Sadraque, que significa “Ordem de Akú”, uma divindade pagã dos babilônicos; Misael, que significa “Quem é igual a Deus?”, foi mudado para Abedenego, que significa “Filho de Nego”. Veja bem, essas mudanças tinham o objetivo de causar um efeito em suas mentes, isto é, estava-se fazendo uma “lavagem cerebral” a fim de esquecerem de seu Deus, de sua pátria, de sua religião, pois a partir de agora estavam em outra terra, ligados a deuses pagãos da Babilônia.

Foi-lhes ordenado que alimentassem dos manjares oferecidos pelo rei, comidas e bebidas para o seu fortalecimento. Entretanto, eles não aceitaram estas oferendas não se contaminaram. Fica claro que estava sendo posto diante deles um caminho mais fácil para se afastarem de seu Deus, porém, Deus que é riquíssimo em Misericórdia esteve com eles em suas tribulações. Longe da terra, longe dos pais, longe de qualquer um que os incriminasse diante de sua fé, poderiam fazer o que bem quisessem sem interferência alguma, no entanto, não deixaram de lembrar que existe um Deus no céu que tudo vê e tudo sabe e ainda conhece todos os nossos pensamentos – Sl.139. Hoje em dia, não é muito fácil acharmos daniéis no meio dos jovens, que não se deixam contaminar pelas iguarias que o diabo oferece. Eles propuseram a não aceitar o manjar que o rei lhes ordenara. Saíram vitoriosos porque acreditaram em seu Deus, que também é o Deus que servimos, que certamente permaneceu com eles nestes momentos tão difíceis. Deus é maior que a ordenança real, que o deus deste mundo e, de fato, garante a vitória àqueles que o teme e o busca – Dn.1.4,5,8,12,13,15,20; Am.5.6; 2 Co.4.4; l Jo.4.4.

Nós que estamos constantemente rodeados de adolescentes e jovens cristãos, muitas vezes deparamos com várias questões advindas sendo que a que sobressai é a da virgindade. O problema atual é conseguir permanecer virgem até o ato matrimonial. Surgem questões como: Ah! eu acho tão difícil segurar a minha virgindade até o casamento…”; “tem hora que dá vontade de ‘pular o muro’ e cometer uma ‘loucura’ para saber como é…”; “muitas vezes, tenho que recorrer à masturbação…” Estas e outras perguntas permeiam na cabeça e nas falas de nossos adolescentes e jovens.

Muitos desses jovens e adolescentes carregam uma “canga” cheia de sentimentos de culpa por causa desses seus pensamentos e, muito provavelmente, de seus atos. De forma generalizada, o jovem e o adolescente cristão não conseguem suportar esta pressão impulsiva sexual e muito menos equilibrarem-na.

Em muitas reuniões que participamos com presença de conselheiros ou mesmo com líderes de jovens e adolescentes, existem aqueles que acham o termo pecado mortal e também os que não recriminam o ato em si. Consideram, pois, este ato como o único refúgio que o adolescente ou o jovem encontra para deixar extravasar esta intensa força pulsional. Isto mostra que estes jovens e adolescentes que procuram um conselho ou uma ajuda, às vezes, sintam-se mais angustiados e sem orientação. Eles mesmos acreditam que esta atitude não é normal, que é pelo menos contra os princípios divinos para a natureza do homem e conseqüentemente sentem-se mais martirizados e seus sentimentos de culpa lhes estampem nos rostos.

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