Autor: Márcio Ruben
Texto Principal – 2Reis 5.1-14
Introdução
O orgulho nos é prejudicial. A soberba produz barreiras em nossas vidas impedindo as bênçãos de Deus. A palavra humildade vem de terra – humos – e esta ligada a simplicidade e obediência.
1. As Proporções do Orgulho
Ter orgulho de algo que lutamos e alcançamos é natural. Uma vaga na universidade, no trabalho, no concurso, uma promoção, sucesso profissional. Tudo isso é o resultado de nossas conquistas pessoais.
Quando o orgulho é egoísta e é sinônimo de ostentação, arrogância e soberba; Deus considera-no pecaminoso.
1.1 O Complexo de Inferioridade
Jesus disse “amarás o teu próximo como a ti mesmo” Mt 22.3 Vamos nos deter no a ti mesmo. Se eu não me valorizo como posso valorizar o outro. Não digo aqui aquele que se considera pequeno, fraco diante de Deus numa atitude de humilhação. Mas, daquele que se considera derrotado diante das situações, daquele que se acha sem valor para Deus e para os homens. “Não somos o que deveríamos ser; não somos o que queríamos ser; não somos o que iremos ser; mas, graças a Deus, não somos o que éramos” Martin Luther King. Somos filhos de Deus – Jo 1.12; templos do Espírito Santo – 1Co 6.19; co-herdeiros com Cristo – Gl 4.7, Rm 8.17; povo de propriedade exclusiva de Deus – 1Pd 2.9.
1.2 O Orgulho na Bíblia
Satanás foi um querubim ungido, paradigma de beleza e sabedoria – Ez 28.11-15; Até que resolveu abandonar os limites morais, psicológicos e espirituais de Deus, dizendo “subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo levado serás ao Sheol, ao mais profundo do abismo”. Is 14.12-16. Esquecendo-se daquele que lhe deu os dons louvou-se a si mesmo. Antes deveria dizer: “sou pobre e necessitado”(Sl 40.17) nunca deixarei de louvar o Senhor nosso Deus. Por causa do seu orgulho como um raio foi lançado do céu (Lc 10.18). “Deus resiste aos soberbos” (Tg 4.8). Aquele se gloria se glorie no Senhor (2Co 10.17,18) “mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor” Jr 9.23,24
2. Tentações ao Orgulho
Capacidade intelectual e física, posição de poder e riqueza. “Ter preeminência e não ser soberbo é atitude tão rara, que nem o primeiro anjo o teve no céu, nem o primeiro homem no paraíso” Antônio Vieira. Hoje estamos num mundo globalizado, onde não há uma verdade universal (única versão) mas verdades globais, isto é, uma relativização da verdade. A verdade só é verdade se for útil para aquele indivíduo ou sociedade; a verdade é pragmática. O consumismo exagerado e a valorização do estético. O belo está ligado a soberba. O hedonismo (do grego hedoné – prazer) que é a busca do prazer individual e imediato é o supremo bem da vida. Há uma celebração do irônico, do efêmero e do irrelevante. A Internet define a realidade não só a retrata. Há uma mistura de ficção com os fatos. A suspeita e até o descrédito no real progresso da sociedade e na expansão da ciência fez o homem se refugiar no ocultismo e no irracionalismo ou no ceticismo e no niilismo. Tudo leva o homem a cada vez se achar mais dono de si, a dizer que não precisa de Deus, que é auto-suficiente. Esta soberba é uma demonstração real e visível do engodo do mundo e da sua inimizade contra Deus (1Jo 2.15; Tg 4.4).
Tudo isso é a soberba utópica de ser igual a Deus, como na torre de babel ( Gn 11.4) Surge também o falso profeta orgulhoso que agrada todo mundo mas não agrada a Deus. Em sua autodivinização prega a paz, e risca do seu vocabulário a palavra pecado. Tudo é permitido e mesmo assim sereis prósperos – esse é o seu querigma, O mundo, que deseja o que já foi relatado acima, é o seu alvo mesmo que latente ao observador descuidado, acrítico e alienado sujeito e subjugado por uma “espiritualidade” exibicionista (Is 65.5). São discípulos de Balaão, movidos pelo orgulho e pela ganância, são pastores de si mesmos (Jd 11-13; Ez 34.8: 1Tm 4.1-3; 2Tm 3.1). Sobre estes Deus exercerá o seu juízo (Jd 14-16).
Conclusão
A sociedade foi contagiada pela soberba satânica (Gn 11.4,5). Muitos líderes e mestres estão contagiados pelo orgulho e rejeitando os princípios da Palavra de Deus (2Co 11.13-15; 2Pe 2.1-3). Deus não é um Deus que apenas exerce a sua providência sobre a vida e sobre os bens dos que o buscam, ele é um Deus que lhes faz sentir interiormente as suas misérias e enche-lhes de humildade. Só Jesus é a via única para reparar as nossas misérias. Aos soberbos Deus abate. “Como é belo ver, pelos olhos da fé, Dario e Ciro, Alexandre, os romanos, Pompeu e Herodes, agirem, sem o saber, pela glória do Evangelho!” Pascal; Sem humildade não há conhecimento de Deus. A humildade de Davi é vista na maior declaração teológica já escrita, no Salmo 23. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” Aprendemos que Naamã para ser curado de sua lepra teve seu orgulho ferido: seu poder, seu dinheiro, sua posição social não podiam curá-lo nem influenciar quem quer que fosse para curá-lo. Ao se colocar diante de Deus como pobre de espírito (Mt 5.3), necessitado de Deus e se despojar de toda pompa e riqueza, Deus o abençoou. Quando o orgulho foi dissipado o milagre aconteceu. Assim se fará em nossas vidas quando largarmos todo orgulho e com um coração quebrantado e contrito nos aproximarmos de Deus.
Faça um comentário