Depois da lua de mel

Autor: David Marshall
Aumenta cada vez mais o número de casamentos que não conseguem sobreviver mais do que sete anos. Nas últimas décadas, o número de divórcios entre cônjuges com idade inferior a 25 anos triplicou. Pesquisas têm revelado que os primeiros dois ou três anos de casamento são os mais críticos para o relacionamento conjugal, pois é exatamente esse o período em que o casamento ainda está se cristalizando. É o período em que duas personalidades distintas, com origem e estilo diferentes, resolvem fundir duas existências numa só. Para muitos esse sentimento de “fusão” gera tensão, e são tentados a desistir antes do próprio desabrochar do relacionamento. Por isso, os especialistas são unânimes em afirmar que a maior crise do casamento hoje ocorre nos primeiros anos.

Uma das razões pelas quais está aumentando o índice de divórcio entre casais jovens é a elevada expectativa que muitos têm em relação ao casamento. Alguns sonham com um casamento romântico, cheio de flores, e quando acaba a festa parecem sentir que acabou o romance.

É imperativo que cada casal discuta seus sonhos e expectativas quanto ao casamento antes de entrarem para a vida conjugal. Alguns sonham com um envolvimento máximo, com entrega total de um para o outro, o que seria realmente o ideal. Outros esperam apenas um envolvimento limitado e se sentem satisfeitos com o mero convívio, segurança e estabilidade social que o lar oferece. Há ainda os que vêem o casamento como um envolvimento mínimo, e tudo o que esperam da vida conjugal é estar juntos durante as refeições e nas horas de fazer sexo. Este último tipo de casamento tem tudo para não ser bem-sucedido. A maior tragédia, porém, ocorre quando um dos cônjuges entra para o casamento pensando num mínimo envolvimento enquanto que o outro espera uma união mais profunda. É exatamente aí que alguns começam a falar de incompatibilidade.

Durante as novidades da lua-de-mel, nenhum casal percebe que seu casamento já está sendo testado. Até ali, tudo parece muito especial. Nos meses seguintes, porém, o casal começa a se conscientizar de uma infinidades de problemas. Percebe que a liberdade individual não é a mesma de solteiro. surge a pressão do controle das finanças. Sinais de imaturidade começam a aparecer e as responsabilidades e a necessidade de tomar decisões começa a exigir muito do casal. Qualquer que seja o problema, poderá estar sob controle se houver muito diálogo e sensata discussão de cada detalhe.

Estudos especiais têm revelado que existem sete áreas de stress e ajustamento nos casamentos iniciantes. São elas:

1. A necessidade que você sente de freqüentes expressões verbais de afeição e reafirmação.

2. A freqüência da intimidade sexual.

3. O tempo que os dois dispensam ao lar.

4. A troca de idéias e opiniões (esse ponto é particularmente desgastante quando os cônjuges pertencem a diferentes grupos religiosos ou étnicos).

5. Responsabilidades com relação ao cuidado do lar.

6. Higiene e aparência pessoal.

7. As despesas do orçamento familiar.

Depois de algum tempo de casamento, ambos os cônjuges começam a se conscientizar dos erros um do outro. Outra causa de desilusão é aquela imagem irreal e excessivamente romantizada com que alguns pintam a vida conjugal. Nos primeiros meses, o cônjuge é visto através de uma lente que filtra os defeitos e só deixa passar os raios que coincidem com a imagem ideal. A medida que os meses se transformam em anos, porém, a rotina da vida diária e íntima destrói o sistema de filtros, e pouco a pouco a realidade é vista. Finalmente, o cônjuge acha que seu parceiro mudou. O que acontece, entretanto, é que essa é a primeira vez que o casal começa a ver um ao outro não como um ser imaginário, mas como um ser humano. O cônjuge não mudou. agora é que ele está sendo observado de verdade.

Por trás das faltas e defeitos, há um fator mais importante: a individualidade. Nessa fase crítica posterior à lua-de-mel, os dois devem tomar uma importante resolução: nunca destruir a individualidade do companheiro. A pessoa não deve deixar de ser ela mesma para pensar e agir como o outro deseja.

Numa crise conjugal, a pior reação é o silêncio. Sentimentos, receios e aspirações devem ser verbalizados. Comunicação é essencial e indispensável. Reconheça o valor de seu esposo. Aceite que ele é diferente e até mesmo que vai lhe aborrecer algumas vezes. Aceite que ele nunca será perfeito nessa vida, tal como você também não o será. Mas aceitar não é tolerar. Tolerar apenas joga os problemas para o futuro.

O crescimento e a adaptação começam na lua-de-mel. À medida que o tempo vai passando, o relacionamento precisará crescer e amadurecer em amor. As mudanças ainda que suaves, trazem crises. Estas crises tornam imperativa a boa comunicação entre os dois, bem como, através de ambos, a comunicação com um terceiro companheiro: Jesus. Através da oração, Seu poder está disponível em todas as emergências.

Fonte: http://www.essenciadafe.com.br/mulher_alianca1.htm

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