Autor: Juarez Marcondes Filho
Nada separa mais as pessoas e os povos do que a ganância. O querer ter e possuir leva os indivíduos a matar e destruir. Famílias inteiras se acham divididas por razões desta natureza. Por muito ou por pouco a mesquinhez e a ganância criam barreiras entre os homens. O Evangelho da Salvação se constitui em ponte para unir o homem a Deus e o homem ao seu semelhante porque põe abaixo o princípio da ganância.
O Evangelho anuncia um Deus que não exige nada antes de dar. Deus não espera alguma coisa, pelo contrário, toma a iniciativa, e faz uma doação gratuita. “Nós amamos a Deus porque ele nos amou primeiro” (I João 4.19). “Deus nos amou sendo nós, ainda, pecadores” (Romanos 5.8). São exemplos cabais de que Deus não quer retirar nada de nós. Deus deseja nos conferir graça sobre graça, tal como:
A vida eterna. “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus” (Romanos 6.23). A vida eterna é o grande anseio de toda a humanidade. E ela não se conquista por esforço pessoal. Ela é dádiva que se recebe. É presente de Deus.
O perdão dos pecados. Precisamos desesperadamente do perdão de Deus. Mas este perdão somente se qualifica como tal porque é doação divina. E carecemos por demais deste perdão para podermos perdoar aos outros. O missiólogo Pablo Deiros afirma: “quem vive do perdão de Deus não pode negar o perdão ao próximo…não se trata de uma transação na qual Deus não pode perdoar a quem não perdoa, mas sim que aquele que não pode perdoar está dando evidências de que não recebeu o perdão de Deus, que é a única coisa que pode habilitá-lo a perdoar”.
O Espírito Santo. “Recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38). Nesta passagem, o Apóstolo Pedro se refere, não aos dons do Espírito, que são capacitações para o exercício dos ministérios (I Coríntios 12.4), mas ao próprio Espírito Santo. Neste caso, Deus se oferece a nós, através do seu Espírito. O Evangelho é o portador deste entendimento de que Deus habita em nós, por meio do Espírito Santo, com o qual fomos “selados” (Efésios 1.13). Não poderíamos esperar maior e melhor presente do que este. E, aqui é forçoso reconhecer que há muita gente ansiosa por receber as bênçãos de Deus, mas não propriamente o Deus das bênçãos.
A graça. Mesmo que o Espírito Santo seja a maior dádiva de Deus, sua atuação se manifesta sempre graciosa em toda a extensão da nossa vida. Daí o salmista afirmar que “a graça de Deus é maior que a vida” ( Salmo 63.3). Tal graça nos sustenta, especialmente, em tempos difíceis. É nestas horas que podemos ouvir, como o Apóstolo Paulo: “a minha graça te basta” (II Coríntios 12.9).
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