Autor: Marcelo Correia Silva
INTRODUÇÃO:
* Este estudo pressupõe que há falta de perdão nos relacionamentos familiares. Será que essa
pressuposição é verdadeira?
* Se olharmos para as estatísticas de separações entre marido e mulher e entre pais e filhos (abondono do lar), temos que admitir que o perdão não está sendo praticado.
* A crise de perdão na família reflete uma crise conjugal.
* A crise conjugal reflete uma crise espiritual. Os nossos relacionamentos horizontais dependem de nosso
relacionamento vertical.
I. A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO:
A. Uma família não pode subsistir sem perdão, pois invariavelmente vamos errar uns com os outros. O
perdão é a possibilidade da convivência.
B. O perdão é um indicador de nossa compreensão do amor de Deus por nós (Cl 3.13b)
C. Todos nós experimentamos ofensas: um amigo que nos trai, um filho ingrato, a parcialidade dos pais, uma palavra áspera, uma acusação falsa, uma data pessoal esquecida, a indiferença para comigo de alguém que me é importante.
Perante a ofensa exercemos a escolha. Podemos “perdoar ou tornar-nos ressentidos, amar ou odiar, estabececer
relacionamentos ou rompê-los.” A primeira escolha leva-nos á liberdade constante, uma vida de siceridade e opções . A segunda escolha, inevitavelmente, leva-nos a uma escravidão dentro de nós mesmos. A primeira resulta em crescimento espiritual, a segunda, em amargura. PERDÃO É CURA.
II. OFENSAS COMUNS NA FAMÍLIA:
A. Papéis não assumidos.
Maridos – liderança em amor, disciplina dos filhos, direção espiritual, sustento do lar. Esposas – submissão e respeito, cuidado da casa, apoio e estímulo para o marido, orientação aos filhos. Filhos – honra e obediência aos pais.
Pais – orientação e disciplina firme, amorosa e coerente, amizade, suprimento emocional, material e espiritual.
B. Negligência às necessidades básicas.
Dos maridos – respeito, realização sexual.
Das esposas – carinho, proteção, atenção e amizade.
Dos filhos – atenção, tempo, amizade.
Dos pais – obediência, boa conduta.
C. Falhas pessoais:
1. Esquecimentos. (datas, promessas, etc)
2. Egoísmo.
3. Ira.
4. Agressões (físicas, verbais)
5. Infidelidade (quebra dos votos conjugais – quais?)
III. O QUE É O PERDÃO?
A. O perdão não é basicamente uma emoção mas uma decisão! É um ato de minha vontade, não de minhas
emoções. (Cl 3.13)
B. O perdão é a decisão de não levantar mais a ofensa perante três pessoas : Deus, os outros (incusive o ofensor), e eu mesmo.
C. Perdão é diferente de absolvição. Absolvição relaciona-se com as consequências da ofensa, enquanto perdão ralaciona-se com a nossa atitude (reação emocional) para com a ofensa e para com o ofensor.
D. Perdão é portanto uma questão de obediência a uma ordem do Senhor (Ef 4.32; Lc 17.3-10)
E. Perdão é unilateral; ele não depende dos “méritos” do ofensor. (Ilustr. Coren TenBoom e o carrasco nazista.)
F. Não há limite para se perdoar (Mt 18.21,21)
IV. ALGUNS ESCLARECIMENTOS SOBRE O PERDÃO:
A. Perdão é uma reação positiva para com a ofensa, ao
invéz de uma reação negativa para com o ofensor.
Ofensas são oportunidades para ou perdoar ou ficar
amargurado. Uma reação positiva significa olhar aquela
ofensa como oportunidade para crescer na vida e/ou
para refletir as qualidades de Cristo para com o
ofensor.
B. Ao perdoar podemos ver o ofensor como instrumento
de Deus em nossa vida.
(Gn 50.15-21).
C. O perdão significa cooperar com Deus na vida do
ofensor.
D. Ao perdoar reconhecemos o direito que só Deus tem
de julgar. (Rm 12.19).
V. CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PERDÃO:
A. Consequências Físicas: amargura prolongada causa alguns efeitos físicos tais como úlceras, pressão
alta, descargas de adrenalina (por causa da associação com a ira) e outras complicações.
B. Consequências Emocionais: depressão é a maior consequência. Uma amargurar prolongada pode gerar um
foco emocional em nossa mente que tira de nós uma grande dose de energia por causa de força que
precisamos para manter nossas “broncas” contra aqueles que nos ofenderam.
C. Consequências Espirituais: nosso relacionamento com Deus é sensivelmente prejudicado, visto que estamos em
desobediência à Sua Palavra. (Ef 4.31, Mt 18.22,35). Tudo isso aparecerá inevitavelmente no contexto familiar.
VI. COMO PERDOAR:
A. Decida perdoar.
Primeiro vem a obediência e depois o sentimento.
B. O perdão pode implicar em confrontação. (Mt 18.15)
C. Motive-se no exemplo de Cristo. (Cl 3.13)
Dependa da Sua Graça. (Rapaz crente que perdeu a esposa e o filho baleados e um assalto ao Banco) – Fp 4.13
D. Busque o bem do ofensor (Rm 12.20). Isso significa, no mínimo, oração, mas pode significar muito mais.
E. Faça um compromisso com Deus de jamais levantar a(s) ofensa(s) perante Ele, perante os outros
(inclusive o ofensor), e perante você mesmo.
CONCLUSÃO:
Desafio ao perdão!
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