Convivência entre: casais, sogros e sogras

Autor: Marco Antonio dos Santos




Este é um tema que tem rendido muitas reflexões e discussões, segundo o Pr Jaime Kemp, diretor do Ministério Lar Cristão, em seu trabalho de aconselhamento, do total de 6 mil casais atendidos, 22% apresentam conflitos gerados a partir do relacionamento com sogros(as). O relacionamento entre pessoas não é fácil, onde tem gente tem crise. Crise é a ruptura do equilíbrio. Sendo assim, a saída de um filho(a) pode gerar, situações ainda não vivenciadas, no campo afetivo, financeiro e relacional. E mesmo aqueles que já passaram por esta experiência, casando outros filhos. Cada mudança representa uma alteração no ambiente familiar. O problema tende a agravar, quando a perda vai se concretizando, a dor aumentando e principalmente quando a sensação de substituição invade o coração.

Para os filhos, a ruptura traz sentimentos de realização e ao mesmo tempo de grandes expectativas, a preocupação de como será vivido este novo momento, também está presente.

Como será a nova vida longe dos pais? O que fazer para manter um bom diálogo com os sogros(as) sem que haja interferência?

De fato este novo momento precisa ser vivido com sabedoria e discernimento, para isto, daremos algumas sugestões que poderão contribuir para um relacionamento sadio, entre o casal nubente, o(a) sogro(a) e os pais.

I. UMA REFLEXÃO BÍBLICA SOBRE O CASAMENTO.

O dicionário define família como pessoas, parentes que vivem em geral, na mesma casa, particularmente o pai, mãe e os filhos. A família é idéia e iniciativa de Deus, "por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne". (Gn 2.24). De fato, o matrimônio é um chamado divino para que o homem e mulher deixem a solidão e passem a viver em comunhão.

Deixar pai e mãe não significa cortar o contato, nem abandoná-los. Deixá-los quando se tem um bom relacionamento, não é fácil. Implica em lágrimas, lembranças e esperanças, mais a ordem foi dada, justamente para que os pais não se envolvesse com o casamento dos seus filhos.

Separar-se físico-emocionalmente e financeiramente dos pais é a melhor maneira possível de se iniciar uma nova unidade social. A ordem dada diz que o homem deve deixar pai e mãe e unir-se, de forma total e inseparável, à sua mulher – amalgamado de tal forma que se torna impossível separá-los.

Tornar-se uma só carne significa que um completa o outro, respeitando os limites e necessidades, compartilhando as emoções, sentimentos, pensamentos, expressando e vivendo o amor.

II. AMOR GENUÍNO PELOS SOGROS.

Há muitas piadas sobre o sogro(a), algumas até que não correspondem a verdade. É bom lembrar que o amor é o maior mandamento, "Um [novo mandamento] vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros." (João13.34). O(a) sogro(a) está incluso(a), não se pode abrir mão deste princípio bíblico. É preciso cultivar o amor, os sogros devem entender que estão ganhando mais um filho e não somente um estranho, e os filhos devem estar preocupados em como vou agradar meu sogro e minha sogra.

III. ESTAR ABERTO PARA O PERDÃO.

Ao longo da convivência, desgastes podem ter ocorrido, é importante estar aberto para uma nova caminhada e o pedido de perdão sempre reaproxima as pessoas. "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós" (Mt 6.14); "Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos." (João 20.23). É muito importante o processo de reconquista, para aqueles que desejam manter um relacionamento carinhoso. Iniciar com o perdão, é abrir a porta para o derramar das bênçãos de Deus.

IV. NÃO MORAR JUNTOS COM OS PAIS.

Este é o primeiro mandamento para o casal, os filhos precisam deixar o espaço físico de seus pais, e buscar o seu, cortando assim o "cordão umbilical". No novo espaço agora, os sonhos serão construídos, os conflitos serão resolvidos sem a interferência de terceiros. Na verdade, o espaço será apenas dos dois, por enquanto, até que os filhos venham. Eles terão que aprender a administrar esta nova realidade, aprendendo e convivendo sem invadir o espaço de ninguém.

V. COMO FICAM MINHAS FINANÇAS?

Na família urbana, diferente da convencional, em alguns casos, os filhos participam financeiramente agindo como provedores absolutos circunstanciais, ou seja, assumindo em alguns momentos porções grandes na provisão da família. A saída do filho poderá trazer um desequilibro na vida financeira dos pais, isto deverá ser administrado e conversado antes do casamento, para que os pais possam adaptar-se a esta nova realidade, não exigindo do filho algo que ele não poderá assumir. Por um outro lado penso que o novo casal não pode viver à custa dos pais, é preciso buscar esta independência, não quero dizer com isto que os pais não devam ajudar e colaborar. Há circunstâncias, que será de suma importância para a estabilidade do casal, a ajuda dos pais. Caso isto ocorra, não se pode usar deste expediente para manipular e entrar na vida do casal. Em resumo, ambos devem buscar viver dentro das possibilidades, buscando e lutando por melhores condições de vida.

VI. COMO FICA A INTERVENÇÃO NA NOVA RELAÇÃO?

Creio ser de fundamental importância entender este tópico. Encontramos em nossa caminhada, famílias onde as relações entre pais e filhos apresentam realidades diferentes. Em alguns casos, o filho é muito dependente, e não faz nada sem que primeiro recorra aos pais, por um outro lado, há pais que são possessivos, dominadores, superprotetores e castradores dos filhos. Nestes casos há uma dependência emocional muito forte que precisa ser superada e trabalhada para que não haja prejuízos para o relacionamento conjugal do novo casal.

É preciso saber dividir as atenções entre esposo, mãe e pai. Para que não haja concorrência, onde o marido ou a esposa tenha um sentimento de inutilidade diante do outro, em detrimento das opiniões dos pais/sogros(a).

As opiniões dos pais não podem ser mais fortes do que as do companheiro, é bom lembrar que "o sistema conjugal tem que estar mais forte do que o sistema filial".

Em geral a interferência do sogro e uma sogra raramente é boa, não se deve impor seus valores e padrões na nova família, caso ocorra alguma discussão entre os casais, os sogros devem evitar tomar partido.

Creio que é possível que os pais falem o que pensam de maneira amena, dando apenas uns toques sobre o que percebem no casamento dos filhos, como quem está de fora. Mas sem pressionar, invadir, e competir, respeitando as decisões do casal.

VII. QUAL A FREQÜÊNCIA PARA A COMUNICAÇÃO?

É importante que ambas as partes encontrem um ponto de equilíbrio a fim de se comunicarem e saberem com que freqüência deve acontecer às visitas e os telefonemas. Lembre-se, deixar, não é estar todos os dias na casa do papai e da mamãe, a nova realidade é dura, mais, se queremos evitar constrangimentos futuros é preciso obedecer. Damos esta sugestão para que não haja intromissão do casal na vida dos sogros/pais e vice e versa.

DICAS IMPORTANTES:

1. Não esqueça do aniversário do sogro(a)

2. Em função do corre-corre diário, muitos casais pedem ajuda aos pais no cuidado com os filhos, aconselho a diminuição desse pedido pois nesta área surgem muitos conflitos de disciplina e educação.

3. Esteja sempre em oração pelo novo casal, mais do que palavras, eles precisam de um suporte espiritual.

TENHA CUIDADO!!!

1. Cônjuges que antes de irem para casa, após o trabalho, vão primeiro na casa dos pais.

2. Cônjuges que toma posição cega contra o outro em favor dos pais, mesmo que esses estejam errados.

3. Cônjuges que vivem comentando com os pais os particulares conjugais.

4. Esposas que vão correndo para a casa dos pais sempre que há um desentendimento com o marido.

5. Maridos que esperam da esposa um relacionamento maternal, confrontando-a com o modo como a mãe lida com o pai.

6. Maridos que trocam o jantar da esposa por aquela comidinha especial que a mamãe fez só para ele.

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