Autor: (Adaptação do texto do Rev. Martorelli Dantas por Sérgio Presta)
Não resta dúvida de que a nossa vida é uma verdadeira travessia; uma viagem que realizamos no tempo e no espaço seguindo um destino indicado por Deus.
Mas nessa viagem existe uma variável incrível e capaz de mudar a nossa rota: o livre arbítrio.
Ultrapassado esse ponto, para realizar essa travessia Deus nos concede as ferramentas necessárias para que possamos construir as nossas embarcações.
Porém, a pior coisa que pode acontecer durante esse trajeto é um naufrágio. Ou seja, quando tudo aquilo em que investimos se perde e nos vemos a deriva, sendo levados pelas correntes do mar.
E como sobreviver ao naufrágio?
Antes temos que entender as conseqüências do naufrágio. Deus nos mostra que acontecendo um naufrágio a nossa embarcação, e com ela a nossa segurança, se perde. Toda a nossa proteção se desfaz e nos consideramos indefesos e incapazes de solucionar o problema.
Mas, mesmo diante dessa situação aterrorizante não devemos, ou melhor não podemos, desistir de lutar; mesmo nos sentindo totalmente indefesos. Temos, na verdade a obrigação, por tudo que Deus já fez na nossa vida, de procurar outra forma para continuar flutuando e, assim, seguir a vida.
Porém, nesse exercício de flutuação, invariavelmente, o medo irá nos abater; pois, quase sempre, e em virtude das incertezas, esperamos que a situação venha a piorar. Essa é a natureza do ser humano, que ao contemplar o desconhecido ou uma situação desfavorável, vislumbra somente o mal e a destruição; constando, erradamente, que não tem força para chegar em segurança à praia.
Mesmo diante dessa situação pessimista, devemos ter a consciência que os naufrágios podem (e vão) acontecer na nossa vida. Isso acontece porque as tribulações são inerentes ao ato de estar vivo; elas não são um castigo de Deus; na verdade, são conseqüências do ato de navegar. Quem quiser minimizar as probabilidades de um naufrágio não deve sair do porto. Mas, isso não é garantia de que nada de errado vai acontecer.
E o que fazer para sobreviver a um naufrágio?
Devemos utilizar os ventos ao nosso favor, deixando que eles (os ventos) nos levem onde queremos chegar;
Além disso, não devemos nos queixar do ocorrido; mas, sim olhar para o horizonte (e para Deus) e constatar o tamanho do Seu amor por nós;
Devemos, também, jogar fora às cargas e pesos inúteis como ódio, mágoas e remorso, que, invariavelmente, podem nos levar ao fundo.
Não podemos esquecer, nesse particular, que pessoas não são cargas; Deus fez as pessoas para serem acolhidas, amadas e lavadas, ao nosso lado, em segurança até a margem. Essa também é a nossa tarefa.
E, por fim, não devemos ficar sozinhos em caso de um naufrágio, pois temos a necessidade de uma comunidade que esteja ao nosso lado para nos dar suporte e apoio, principalmente quando a situação está adversa.
Veja que até Cristo necessitou de uma comunidade (os apóstolos) para aliviar o seu coração durante a sua jornada. Assim, é imperioso que possamos estar ao lado das pessoas que nos são importantes.
Pois, para sobreviver a um desastre é necessário crer nas promessas que Deus faz para a nossa vida; e, ter a certeza que mesmo elas não impedindo que os naufrágios aconteçam, elas evitam que possamos ir a pique.
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