Chamados e capacitados!

Autor: Elias R. de Oliveira




Há no meio cristão uma preocupação exacerbada com a formação teológica de seus postulantes a líderes (pastores, evangelistas, missionários, etc.); chega-se em alguns casos, não aceitarem a autoridade de homens que foram ungidos pelo Espírito Santo, pois, este não concede diploma aos chamados a exercerem algum tipo de ministério.

Estive refletindo sobre a autoridade daqueles que não reconhecem o chamado e a unção das pessoas simples a serem pastores; evangelista; missionário; ou outro ministério qualquer. E cheguei a um ponto comum a todos: O início.

É do conhecimento geral, que o nosso Senhor Jesus Cristo não deixou nenhuma igreja constituída, como as conhecemos hoje, tão pouco, deixou escolas específicas para a formação de líderes!

Como então surgiram as igrejas? Os seminários? A obrigatoriedade de o líder freqüentar uma escola especial? A formação teológica? E outros aspectos semelhantes?

É certo que alguém fomentou esta idéia e o tempo encarregou de fazê-la chegar aos nossos dias como a conhecemos. Entende-se portanto que os criadores das primeiras igrejas foram pessoas comuns, sem uma formação religiosa qualquer. Se alguns foram ungidos séculos atrás, por conseqüência, novas unções são válidas para os dias atuais.

Seria portanto, irracional o questionamento sobre a validade dos “ungidos do Senhor” (pastores, evangelistas, missionários, mestres, etc.) que não possuem formação teológica, em nossos dias.

Os Apóstolos que seguiram a Jesus são exemplos máximos, desempenhavam ocupações diversas (pescador, medico, coletor, ect.), não possuíam formação religiosa, não foram obrigados a estudarem leis e filosofias, no entanto, foram escolhidos para acompanharem o Senhor. E mostraram ao mundo o verdadeiro amor! Foram instruídos sim, a serem homens santos, puros e cheios de fé; a ponto de morrerem se necessário, em defesa de sua confiança no Mestre Jesus, muitos experimentaram esta glória.

A Bíblia mostra-nos que todos os seus grandes líderes eram pessoas comuns, que foram chamadas e comissionadas a fazerem a obra, por exemplo:

Abraão – Filho de uma família pagã, idolatra. Foi chamado e instruído por Deus na solidão do deserto. Tornou-se o pai da fé.

Moises – Instruído em todas as leis egípcias. Quando encontrado por Deus, abriu mão de tudo e deixou-se encher pelo Espírito Santo. Suas obras todos conhecem!

Davi – Originariamente, um pastor de ovelhas. Ungido rei, foi um homem segundo o coração de Deus.

Paulo – Na vida deste homem quero deter-me um pouco mais. Era profundamente versado na Lei; estudou aos pés do mestre Gamaliel (doutor na lei judaica, fariseu), recebeu toda uma instrução que o capacitava a ser também um mestre da lei (At 22.3; 23.6,5; Fp 3.5; Gl 1.14). Ao escrever uma carta ao povo de Corinto, ele faz uma revelação que surpreende, literalmente, afirma que abriu mão de todos os conhecimentos que tinha, destituiu-se da arte da oratória, excluiu a sabedoria, esqueceu-se de tudo! Afirma que toda a sua pregação foi feita em meio à fraqueza e grande temor. Mas, no meio destas palavras estava o poder e a manifestação do Espírito de Deus! (1Co 2.1-5).

Qual era a unção que Paulo tinha da igreja? Nenhuma!

O que ele cultivava em seu coração, após o chamado, era o amor a Deus e este amor o constrangia a viver em santidade total. A carne e suas inclinações, ele sufocava. O resultado é visível. Usado pelo Espírito, escreveu inúmeras cartas que conduz o homem a darem os mesmos passos que ele deu.(Fp 3.17)

Amado, queres também ser um homem gigante na obra de Deus, a exemplo de Paulo? É possível, ao que se dispuserem a pagar o preço exigido. É necessário morrer para o mundo, para seus apelos e “buscar em primeiro lugar à vontade do Eterno para a vida”. (Mt 6.33; Lc 12.31).

Antes de qualquer grande obra, os escolhidos do Senhor são chamados à santificação; Ele exige que seus servos sejam santos (Lv 11.45; 20.7; Ef 5.8; Cl 3.12 e Rm 12.1), esta condição os valida a serem instrumentos nas Suas mãos. Sabemos que quando somos usados, é o Espírito de Deus que nos capacita a fazermos a obra. “Porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as cousas que deveis dizer.” Lc 12.12 (veja mais: At 16.6,7; Gl 5.16). É fato, que o Espírito usa apenas aqueles que estão limpos, e procuram viver em santidade diariamente. 
Bom frisar que a santidade não é um estado de vida, na verdade é uma condição!

Antes de toda grande obra é exigida a santidade: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.” (Js 3.5).

Se for teu desejo ser um instrumento nas mãos do Senhor, deves iniciar pela consagração real de tua vida no altar. Eliminando, todos os desejos e atos contrários ao proceder de um homem segundo Jesus. A permanência num agir errôneo incapacita ao servo ser um vencedor na batalha contra as forças do mau, mesmo que tenha uma formação acadêmica!

Disse o Senhor a Josué: “…Há cousas condenadas no vosso meio, ó Israel: aos vossos inimigos não podereis resistir enquanto não eliminardes do vosso meio as cousas condenadas.” (Js 7.13). É indispensável que a vida seja totalmente revista, analisada e tudo aquilo que representa condenação sejam retiradas e jogadas no fogo da purificação. Brechas de nenhuma espécie devem existir, os canais abertos que podem ser usados pelo maligno devem ser extintos.

Se o teu desejo é servir a Deus, o primeiro passo e a santificação!

A santidade é necessária para:
> Pregação: Lc 12.12
> Adoração: Sl 24.3,4
> Comunhão: 2Co 5.15
> Na obra: 2Tm 2.21
> Na Vida: 1Pe 1.16; Hb 12.14
(veja mais: Jo 17.17; Ef 5.25-27; Hb 7.26; Rm 8.29; Is 35.8; Sl 24.3,4; Ef 5.5; Hb 12.14; etc.)

Esteja ainda preparado para o embate contra as força do mau. O homem quando se entrega e santifica-se totalmente ao Senhor, torna-se como “farol”, que pode ser visto a grande distância pelas forças do mau; logo elas se organizam e com grande furor procuram apagá-lo.  A promessa do Senhor para ti é: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4.7) e verás a vitória!

Afinal:
”…Os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Is 40.31).
É preciso agarrar-nos ao Senhor com todas as nossas forças, para sairmos vencedores na batalha do dia-a-dia e mais que vencedores seremos na obra do Senhor!

Se quereres servir a Deus, a tua “preocupação” inicial não é com o homem, com a formação acadêmica ou coisas semelhantes, antes, deposite todos os teus anseios e desejos nas mãos do Eterno, consagre-se a Ele e verás que o amor de Deus é muito grande para com todos, especialmente, àqueles que santificam suas vidas a favor do Seu querer. O Espírito de Deus, te ungirá no tempo oportuno para desempenhares a obra.

Não que eu seja contrário aos estudos teológicos, não sou. Apenas, considero-os dispensáveis à uma vida santa e usada por Deus!


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