Autor: Ashbell Simonton Rédua
“Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos” Habacuque 3:1
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. Salmo 139:23,24
Habacuque sabia que o povo de Deus havia pecado, e, conseqüentemente, seria submetido ao juízo divino.
Nestas circunstâncias, faz duas petições:
1) Pede a Deus que apareça entre o seu povo com nova manifestação de poder. Habacuque está ciente de que o povo não sobreviveria se o Senhor não interviesse com um derramamento de sua graça e de seu Espírito. Somente assim haveria verdadeira vida espiritual entre os fiéis.
2) Habacuque ora para que Deus se lembre da misericórdia em tempos de aflição e angústia. Sem a sua misericórdia, o povo haveria de perecer. Hoje, com os alicerces da Igreja sendo abalados, quando há aflição por todos os lados, imploremos ao Senhor que torne a manifestar sua misericórdia e poder para que haja vida e renovação entre o seu povo.”
Avivamento pessoal é o resultado da obra do Espírito Santo no coração do crente, avivando, vitalizando e dando-lhe energias. Isto somente pode acontecer quando as ferramentas do Espírito Santo, as quais Deus divinamente ordenou que fossem usadas por Ele, entram em contato com o coração humano. E as Escrituras são o instrumento divinamente determinado a ser usado pelo Espírito Santo para produzir a convicção de pecado, contrição de coração, confissão de pecado, entrega e consagração da vida e conseqüente controle do Espírito Santo. Muitos corações estão famintos por uma comunhão mais íntima com Cristo, maior poder na vida e serviço, e frutos abundantes para a glória de Deus.
Nosso coração está cheio do temor do Senhor e manifestando com dependência e desejo de ver manifestada na Igreja essa obra extraordinária de Deus, que é o Avivamento.
Tendo como base o Profeta Habacuque veremos algumas ferramentas para o avivamento pessoal:
1. Oração Pessoal – Oração pessoal, a partir do profeta de Deus. Todos devem orar muito por um avivamento poderoso, glorioso e soberano, enviado por Deus.
Todos os avivamentos da Bíblia e da história da igreja foram marcados e conservados na atmosfera da oração, jejum, arrependimento, confissão expontânea, quebrantamento de espírito, humilhação diante de Deus e santidade.
Há crentes que até oram bem quando em grupo, no culto ou noutro lugar, mas sozinhos não; precisamos intensificar também a nossa oração intercessória pessoal pela obra de Deus, como fez Habacuque.
2. Louvor no Espírito. “Sobre sigionote” (v.1). Trata-se de um termo musical plural, cujo singular (“sigaiom”) aparece na epígrafe do Salmo 7. É uma diretriz para o regente de música sacra na casa de Deus, que o nosso espaço aqui não comporta detalhar. É também o caso do termo musical “selá” que aparece em 3.3,9,13. Habacuque foi certamente um obreiro levita músico. Em 3.16 ele faz alusão a “meus instrumentos de música”. Ele era um crente-músico, que dependia primeiro da fé em Deus (2.4), e não primeiramente um músico-crente, que dependesse primeiro da música.
Uma igreja reavivada inclui abundante “música de Deus” (1 Cr 16.42). Em inúmeras congregações nossas, a verdadeira música sacra morreu; seu espaço é preenchido com música e canto tipo passatempo, diversão, animação; sem peso, sem mensagem, sem vida, sem unção, sem melodia, sem graça, sem oração, sem endereço, sem nada.
Quando teremos outra vez no culto profetas de música realmente sacra, santa, bíblica, espiritual? “Cânticos espirituais”, que brotam primeiro como fontes, do coração crente (Ef 5.19)
3. A Palavra de Deus. “Ouvi, Senhor, a tua Palavra” (v.2). A Palavra de Deus abundante, fluente, poderosa, revigorante e renovadora é o grande agente divino para o avivamento. Hoje a Palavra saiu dos púlpitos da maioria das igrejas e foi substituída ardilosamente e quase sempre por música, festas, jograis e apresentações que são “sacrifícios de tolos” que Deus aborrece.
Mas não é só no culto que a mensagem do evangelho foi abafada; também nos periódicos, nas emissoras, no vídeo, etc.
4.Temor de Deus. “E temi” (v.2). Sem renovação espiritual constante na sua vida, o crente perde aos poucos o repúdio ao pecado, sua sensibilidade espiritual diminui e o temor de Deus também. Isso afeta seriamente as coisas de Deus, os valores espirituais, principalmente a santidade de vida e a retidão no viver cotidiano.
5. Renovação espiritual. “Aviva, ó Senhor, a tua obra” (v.2). Precisamente falando, avivar, tem a ver com quem já morreu, e reavivar, com quem ainda tem vida. O anjo da igreja de Sardo tinha nome no rol dos vivos, mas estava morto espiritualmente (Ap 3.1). A nova vida em Cristo é chamada ressurreição (Cl 3.1; 2.13; Ef 2.1; 5.14). Verdades pertinentes à renovação espiritual:
a) Avivamento do povo. A “obra” de Deus a ser avivada no v.2 é o seu povo e não as instituições, seus pertences e objetos. Ver Is 29.23 “seus filhos, a obra das minhas mãos”; Ef 2:10 “somos feitura sua, criados em Cristo Jesus”.
Que é avivar espiritualmente? É uma operação soberana, irresistível e sobrenatural do Espírito Santo na igreja para trazê-la de volta ao real cristianismo bíblico como retratado no livro padrão da igreja – Atos dos Apóstolos. Ao avivar e reavivar a igreja, Ele salva crentes inconversos dentro da igreja, liberta os crentes carnais, realiza prodígios (e não apenas milagres), levanta os caídos. Jesus salva multidões com a operação Eficaz do Espírito Santo, os crentes buscam a vida santificada, os perdidos buscam a salvação (como nos avivamentos de Mt 3.1-5; At 16.30) e prevalece o espírito de unidade de alma entre os crentes e não apenas união de cabeças, externa, egoísta e efêmera. Ver Jo 6.66,67.
b) O momento do avivamento. “No meio dos anos” (v.2). Isto é, agora. “Meio” fala também de equilíbrio.
c) O esvaziamento do eu. “Lembra-te da misericórdia” (v.2). No avivamento, méritos humanos são esquecidos e só Deus é glorificado do maior ao menor, na unidade do Espírito.
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