Avivamento.

Autor: Miguel Munhós Filho
INTRODUÇÃO

A maioria das igrejas evangélicas tem presenciado “ondas doutrinárias”, devido influências externas (como a importação de experiência americana ou canadense) e necessidades internas das denominações (falta de crescimento, divisões, esfriamento espiritual, etc).
Denominamos “ondas doutrinárias”, aqueles movimentos que surgem nas igrejas, e na maioria dos casos, logo desaparecem. Por exemplo: Batalha Espiritual, Movimentos Missionários e Escatologia . Esses movimentos citados são importantes. O problema é que podem tornar-se alvo de intensa propaganda e debates, porém, passam rapidamente. Creio que deixam algumas coisas boas, mas também, podem causar danos sérios ás igrejas, pois muitas vezes não são apreciadas sob a orientação do Espírito Santo, e não tem a Bíblia como fonte principal de estudo.
A questão é que esses movimentos depois de percorrerem várias denominações religiosas, não são alvos de averiguações, para observar os resultados (frutos) positivos e negativos que deixaram. Como também, não há muita preocupação em voltar ao assunto para ouvir os membros que presenciaram tais movimentos.Com o objetivo de evitar tal situação, nossa igreja local, está tentando cumprir um programa educacional cristão, que alcance as necessidades dos membros. Ou seja, procurando ensinar doutrinas bíblicas que são necessárias para o dia-a-dia, sem ficar acompanhando “Ondas Doutrinárias”.
Dentro desse propósito, que cremos que está dentro da vontade do Senhor, iniciaremos um estudo sobre ” AVIVAMENTO “, porque entendemos que é muito importante para nossas vidas. Não estamos dizendo que vamos esgotar o assunto Avivamento, e sim, que vamos procurar compreender corretamente. E isso deverá acontecer tendo o Espírito Santo como nosso Orientador, a Bíblia como fonte primária de estudo, livros cristãos como fonte de pesquisa e a participação dos irmãos (ãs)nos estudos, com uma perspectiva teológica reformada. Nossa oração é que o nosso Deus continue tendo misericórdia, e nos capacite com entendimento e sabedoria, para que possamos nesses encontros aprendermos mais sobre o assunto, e termos a motivação santa de praticarmos na vida diária.
“Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia”. ( Habacuque 3: 2 )

I- DIAGNÓSTICO:

Pode ser que alguns estejam questionando a importância desse assunto, e achando que não tem tanta necessidade de ser discutido nas igrejas. Para comprovar o fato da necessidade de Avivamento, basta olharmos para os evangélicos (isso inclui a nós mesmos), e notaremos que algo não está muito bom.

1- Participação no templo:
É fácil notarmos que a média de participantes das reuniões de oração é muito baixa; no estudos da Escola Dominical e no meio da semana, os números também não animam; nos cultos a presença é maior, mas não alcançam muita ênfase; a obra evangelística é realizada por poucos; a participação na ação social não muda muito; no aspecto financeiro o retrato é o mesmo; há problemas entre irmãos; falta de respeito com as autoridades eclesiásticas; falta de amor dos líderes para com as ovelhas.
Muitos podem estar pensando ou dizendo que a culpa é da própria igreja, porque não prepara algo atrativo. Realmente, isso pode estar acontecendo em muitas igrejas. Entretanto, não podemos usar certos fatos como desculpas, e sim, procurarmos contribuir com nossos talentos naturais e dons espirituais, para que haja mudança. E essa mudança deve iniciar com a nossa participação na próxima reunião de oração ( Hebreus 10: 25 ).

2- Participação na sociedade:
Muitos crentes estão esquecendo o valor do testemunho cristão, não se preocupam em cumprir seus compromissos em várias áreas da sociedade (comércio, política, escola, vizinhos, trabalho, família). O mandamento de Jesus para os cristãos serem “Luz e Sal” ( Mateus 5: 13 – 16 ) , parece que não existe mais na Bíblia de alguns, ou se existe, parece que está muito bem escondido. Pois pode haver adúlteros, agiotas, filhos rebeldes, casais que não se respeitam, e outros tantos casos que nos envergonham.

3- Vida contemplativa:
Para muitos, Deus é um “pronto socorro”, só procura quando está necessitando. Ou seja, o tempo de leitura bíblica, de oração, de meditação na Palavra, de estudo das Escrituras Sagradas, para muitos está fora de cogitação ou “fora de moda”.
A maioria alega que não tem muito tempo para dedicar-se a essas práticas, devido a falta de tempo. Também podemos estar esquecendo outra orientação de Jesus (Mateus 6: 33), que apesar de ter realizado muitas coisas (João 21: 25), tinha vida devocional com o Deus Pai ( Mateus 14: 23 ). É comum ouvirmos algumas frases que incomodam nosso coração e fazem com que pensemos. Exemplo: “Quem não tem tempo para Deus, vive perdendo tempo”.

4- Desvios doutrinários:
No Brasil, os evangélicos estão aumentando muito, em comparação com séculos passados. Entretanto, não se pode negar que as heresias estão acompanhando esse crescimento, já que muitos “abrem igrejas” sem ter nenhuma condição doutrinária ou prática no que diz respeito a Bíblia. Parece que o único alvo é enriquecer, sem levar em conta a situação das pessoas que foram e estão sendo “sugadas”, vítimas de verdadeiros bandidos religiosos ( Marcos 13: 22 ) .
Devido a esses exemplos e outros tantos, vários crentes, que apesar de freqüentar há muito tempo a igreja, não amadurecem espiritualmente, continuam crianças na fé ( Hebreus 5: 11 – 14 ). Precisamos ser humildes e encarar o fato de frente, reconhecendo que necessitamos de uma grande mudança, que atinja todas ás áreas da nossa vida, e consequentemente a igreja em geral.
É óbvio que temos cristãos (ãs) que cultivam uma vida espiritual exemplar. Para esses queremos dizer que continuem sendo exemplo de vida, para que o nome do Senhor seja honrado e glorificado. Porém, que tomem muito cuidado para não aceitarem as sugestões carnais e diabólicas ( I Coríntios 10: 12 ). Também pode ser que alguns membros de igrejas evangélicas não tenham condições de participarem com mais intensidade dos trabalhos devido alguns fatores que justificam, como é o caso de enfermidade. “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças (…)”. ( Eclesiastes 9: 10 )
Com esse cenário pouco atrativo, queremos anunciar que a Igreja pertence ao Senhor Jesus Cristo ( Efésios 4: 15 ), e que não há vida ou comunidade que Ele não consiga transformar. E que ” (…) as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. ( Mateus 16: 18 ). Por isso queremos comentar sobre AVIVAMENTO, porque cremos que é o meio que o Senhor quer usar para transformar o cenário.

II- DEFINIÇÃO

No decorrer da nossa existência, nos deparamos com algumas palavras que, a princípio, parece que não dizem muita coisa, por isso deixamos de lado. Mas quando procuramos meditar sobre a sua definição e sua aplicabilidade, há uma grande chance de notarmos sua importância. Esse fato ocorre com a palavra AVIVAMENTO. Notemos o significado que o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa relata:
Avivar: tornar mais vivo;
Reavivar: Fazer reviver; tornar vivo no espírito;
Reavivamento: Ação ou efeito de reavivar;
No que diz respeito ao nosso estudo, estaremos focalizando a necessidade das igrejas evangélicas estarem procurando um grande despertamento espiritual. Pois a condição de muitas, ou quase todas, estão indicando que necessitam de uma mudança. Essa mudança necessita estar baseada em fundamentos bíblicos, e não, em experiências que muitas vezes não produzem frutos espirituais, apenas exibicionismo carnal.
Sendo assim, cremos que o termo AVIVAMENTO, é pertinente e aplicável para o nosso estudo, pois foi e é usado para demonstrar ou indicar algo essencial. A seguir, estaremos apresentando opiniões de cristãos respeitados e competentes, que nos ajudarão a compreender mais sobre o assunto:

” Renovar, restaurar ou reparar, reviver ou trazer de volta à vida” .

“Defino o reavivamento como uma obra de Deus, por meio de seu Espírito, através de sua Palavra, que traz os espiritualmente mortos a uma fé viva em Cristo, renovando a vida interior dos crentes negligentes e apáticos. (…) Um reavivamento anima ou reanima as igrejas cristãs, para que exerçam um impacto espiritual e moral sobre as comunidades. (…)” .

“Avivamento, portanto, não é desvio, é volta; não é sair da rota, é retomar o caminho; não é inovação, é restauração; não é fuga da Bíblia, é volta à Bíblia(…).

“Falando a rigor, avivamento é sinônimo de reanimar aquilo que já possui vida, mas caiu num estado de declínio (…) Avivamento é o soprar da brisa do Espírito divino inquietando aqueles que, vencidos por letargia profunda, se deixam absorver pelo indiferentismo espiritual. É o poder do alto rompendo o círculo do pecado, dando onde a inquietação medra e comunicando vida àqueles que jazem sob o signo da morte”.

“Algo é avivado e quando dizemos isso, queremos dizer que algo está presente que tinha vida. Todavia a vida estava começando a se desvanecer, a murchar, e tinha se tornado quase moribunda (…) Significa despertamento, estimulando a vida, trazendo-a à tona novamente (…) Se preferirem, é uma visitação do Espírito Santo, ou outro termo que tem sido freqüentemente usado é este: um derramamento do Espírito Santo”.
Podemos resumir esta parte dizendo que quando convertemos, nascemos de novo, pois estávamos mortos espiritualmente (Efésios 2: 1). A partir desse momento nos sentimos diferentes, procuramos estar mais próximos de Deus e da Igreja. No entanto, com o passar do tempo, podemos esquecer de cultivar a vida espiritual e vamos “esfriando espiritualmente”. Quando somos despertados desse esfriamento, afirmamos que estamos avivados. Se no decorrer dos anos seguintes, tornarmos a enfraquecer, precisamos ser reavivados pelo poder do Espírito Santo.
Sendo assim, avivamento é para pessoas convertidas – nascidas de novo (João 3: 3), e não para descrentes. Porque somente aqueles que já receberam “vida
espiritual”, podem ser animadas ou reanimadas. A seguir, estaremos projetando algumas figuras (Veja Anexos: A,B,C,D,E,F) que exemplificam e facilitam nosso entendimento:

III- EXEMPLOS DE AVIVAMENTO:

No decorrer dos tempos, Deus promoveu grandes despertamentos espirituais, como podemos notar nos exemplos que seguem:

A) Na Bíblia:
– I Reis 15: 9 – 24 = O rei Asa reinou em Judá (parte sul de Israel), aproximadamente entre 911 – 870 a. C. . Efetuou grandes reformas religiosas, já que Judá estava mergulhado em grandes pecados (I Rs 15: 11 – 13).

– II Reis 10 = O rei Jeú (841 – 814 a. C.), que foi usado pelo Senhor na parte norte, também produziu muitas mudanças porque o povo estava contaminado com as influencias pecaminosas de Acabe e Jezabel (II Rs 10: 30).

– II Reis 22 – 23:1 – 30 = Deus, através do rei Josias (640 – 609), realizou uma obra tremenda entre o povo de Judá (II Rs 23: 1 – 3).

– Ageu 1: 14 = Narra o despertamento que o Senhor realizou no povo que retornou do exílio, para que retornassem a reconstruir o templo.

– Esdras = Depois do retorno do exílio babilônio, o povo não obedeceu o Senhor, preferindo trilhar seus próprios caminhos. O grande servo do Senhor Esdras, orientou o povo para que voltasse aos caminhos de Deus (Esdras 10: 6).

– Atos 2: 1 – 13 = A “descida do Espírito Santo”, também tem sido considerada como um marco para os avivamentos.

B) Na História da Igreja Cristã:
De uma forma geral, podemos dizer que houve períodos de decadência na história da igreja cristã, pois os cristãos estavam “adormecidos espiritualmente”, sem influenciar positivamente a sociedade. Estavam vivendo uma vida sem compromisso com o Senhor, omitindo aquelas atividades que sempre procuraram testemunhar o amor e o poder do Reino Divino.
Mas com o mover do Senhor, foram despertados do “cochilo”. Pois retornaram aos ensinamentos da Bíblia, começaram a demonstrar uma grande vontade de estarem reunidos para cultuar ao Criador, promoveram uma grande reforma nas suas vidas, influenciaram a sociedade em várias áreas, evangelizarão vidas que estavam no mundo do pecado e cultivaram o amor nos seus corações gerando mais unidade entre os irmãos e ação social com muito mais intensidade.
Os três exemplos a seguir, foram selecionados do livro “O Evangelista e o Mundo Atual” :
– 1857: O evangelista Moody, certo dia disse: “Antes de me ir daqui, eu gostaria de ver a Igreja de Deus despertada como foi em 1857, e uma onda que percorria do Maiane à Califórnia (do leste ao oeste dos Estados Unidos) introduzindo milhares no Reino de Deus”.

– 1873: “Durante a primeira visita do evangelista Moody à Escócia, houvera reavivamento por toda a parte na Escócia”.

– 1976: “Depois de um pacto de oração, o reavivamento irrompeu em 1976 em um lugar distante, e varreu o país da Índia”.

– 1500: A Reforma Protestante, foi algo tremendo na vida da Igreja, porque os reformadores retornaram aos ensinamentos teóricos e práticos da Bíblia Sagrada.

– 1859: “Houve um avivamento, primeiro nos Estados Unidos da América, depois na Irlanda do Norte, no País de Gales, em partes da Escócia, e até mesmo em certas partes da Inglaterra” .
É bom que tenhamos conhecimentos dos relatos de pessoas que presenciaram um avivamento, como foi o caso de Jonathan Edwards, em 1735, na pequena cidade de Northampton (Estado de Massachussetts – Estados Unidos).

“A obra prontamente operou uma gloriosa alteração na cidade. De forma que, na primavera e verão que se seguiram, ela parecia (refiro-me à cidade) estar cheia da presença de Deus. Nunca tinha sido tão cheia de amor ou cheia de alegria, e ao mesmo tempo tão cheia de aflição, como então. Houve admiráveis indicações da presença de Deus em quase toda casa. Foi um tempo de alegria para famílias como resultado de salvação ter chegado a elas. Pais regozijando-se pelo novo nascimento de seus filhos, maridos a respeito das esposas e esposas a respeito dos maridos. As obras de Deus foram vistas em Seu santuário. O dia de Deus era um deleite, e Seus tabernáculos amáveis. Nossas assembléias públicas eram maravilhosas. A congregação estava ativa no serviço de Deus. Todos concentrando intensamente na adoração pública. Cada ouvinte estava ansioso por beber as palavras do ministro à medida que saíam de sua boca. A assembléia em geral, de tempos em tempos, dissolvia-se em lágrimas enquanto a Palavra era pregada. Alguns choravam de aflição e pesar, outros de alegria e amor, outros com compaixão e preocupação pelas almas de seus semelhantes” .

Com esses exemplos citados, não queremos esgotar o assunto através dos exemplos, pois com certeza houve outros. E devido ao tempo e objetivo, preferimos citar esses, porque cremos que colabora no estudo.
Outra informação que queremos trazer, é que atualmente há indícios que esteja acontecendo um avivamento na Coréia do Sul. Mas devido a cautela e a necessidade de mais informações, preferimos esperar para depois comentar mais sobre o mesmo.
Também queremos enfatizar que no Brasil, não temos o relato de um grande avivamento, apenas alguns indícios encontrados em algumas denominações evangélicas. Mas que não atingiu uma região toda, e muito menos, o país. Pois se fosse tão grande e tremendo, com certeza, teríamos sentido…
O Dr. Russel P. Shedd, comentando sobre o assunto diz:
“O que está em jogo aqui não é graça barata, barulhenta, eufórica, mas o despertamento autêntico, que anula a espiritualidade superficial e transforma a sociedade. Liberdade e emoção caracterizam milhares de igrejas brasileiras. Mas ainda não experimentamos o avivamento, segundo o coração de Deus, enraizado na Palavra infalível” .

IV- CARACTERÍSTICAS DE UM VERDADEIRO AVIVAMENTO:

A Bíblia e a história da Igreja Cristã mostra que não podemos estabelecer um padrão para todos os movimentos de despertamento espiritual, tentando estabelecer uma regra de acontecimentos para todos os avivamentos. Para comprovar essa informação, basta notarmos que os acontecimentos das reformas espirituais do Antigo Testamento, são diferentes dos despertamentos do Novo Testamento ; o mover de Deus na Reforma Protestante (século XVI), trouxe algumas características diferentes de outros avivamentos acontecidos no decorrer da existência da Igreja.

“Não há base para supormos que os aspectos externos do próximo avivamento serão como os aspectos do anterior, tal como não se deve esperar que duas pessoas passem exatamente pela mesma seqüência de experiências em sua conversão” .

Mas, com certeza, podemos afirmar que todas as ações do Espírito Santo estão baseadas na Bíblia, seja em época de avivamento ou não. Esse é um dos motivos porque cremos que a Bíblia é nossa regra de fé e prática. Pois o Espírito não vai contrariar o que Ele mesmo revelou. Também, que o objetivo do avivamento é sempre restaurar o povo que Ele escolheu, para que o Seu Nome possa ser glorificado com mais santidade.

Sendo assim, podemos apreciar aspectos que ajudam Identificar um verdadeiro avivamento:

A) O propósito dos cristãos é glorificar a Deus:
Muitas igrejas passam o ano preocupadas em encher o templo, construir ou reformar instalações, manter o caixa financeiro bem volumoso, etc. Esses cuidados são importantes, mas o objetivo principal das igrejas cristãs tem que ser a busca da glorificação do Senhor, já que fomos criados para adorar e servir a Deus. Se o objetivo de participarmos dos trabalhos da igreja não for glorificá-Lo, estamos em crise e fora da vontade Dele.
B)O povo aceita a autoridade e inspiração da Bíblia:
Ficar apenas lendo a Bíblia a procura de textos para uma meditação ou revelação sem sentido, como se ela fosse uma “caixa mágica”, e não procurar estudar profundamente os temas doutrinários que estão registrados, não contribui para que o crente venha a amadurecer, pelo contrário, continua criança na fé (II Tm 2: 15). “Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrismo” .

C) Mais santidade:
Os crentes tem mais percepção do pecado, procurando cultivar uma santidade mais completa. É de espantar quando recebemos informações que pessoas famosas (atletas, atores, jornalistas) e anônimos que dizem que converteram, mas continuam com a mesma vida de pecado, não demonstram transformação genuína. Para muitos a gravidez antes do casamento é normal; adulterar não está errado; vícios fazem parte da vida, e outras aberrações.
Outro fato espantoso é crente defendendo quem não tem compromisso com Deus. Temos que sempre procurar restaurar vidas, entretanto, não podemos ficar passando a “mão na cabeça” de pessoas que sabem muito bem o que convém a um cristão praticar, e o que, não convém (I Co 6: 12).
“É preciso manejar o arado de Deus e rasgar todo terreno duro e pedregoso da nossa vida, arrancar toda erva daninha do nosso coração e remover toda pedra de tropeço, a fim de que todo pecado seja desmascarado, confessado e abandonado (…) Se queremos avivamento, precisamos acertar nossa vida com Deus; precisamos chamar pecado de pecado mesmo, não de doença, fraqueza, traumas psicológicos, ignorância e atraso cultural, e entender que Deus não pode contemplar o mal “.

D) Testemunho:
Temos bons oradores em conversas informais (casa, trabalho) como também formais (estudos, mensagens, palestras). Mas com certeza, necessitamos de testemunho de vida ! De cristãos que testemunhem, sua crença em Jesus, através de comportamentos e práticas coerentes com o cristianismo, independentemente do local onde esteja: família, trabalho, escola, igreja, namoro, amizade, ônibus, metro, praticando esportes, etc.

“Temos grandes sermões, mas pequenas pregações. A pregação não causa impacto, não tem calor, não produz vida. Sermões sem unção endurecem os corações. Disse E. M. Bounds: homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões mortos matam” .

E) Compromisso na Obra do Reino:
Há uma grande demonstração de zelo pela obra Divina, com crentes dispostos a trabalhar – a participar diretamente das tarefas da igreja, e de tudo aquilo que se refere ao Reino de Deus. Exemplos:

– Amor à evangelização e à obra missionária: preocupação com às pessoas que estão caminhando a passos largos para o inferno. Com isso, há grande número de conversões sinceras, e não, apenas de euforia. Precisamos estar conscientes que o maior projeto que a humanidade já teve contato, é o projeto de Deus, que visa salvar vidas (Mt 28: 18-20). E não podemos ser românticos achando que todos que estão na igreja, são salvos. Por isso a evangelização deve ser direcionada à pessoas que estão fora da igrejas e a membros confessos.

– Fidelidade: não idolatrar seus bens (pouco dinheiro ou muita riqueza), demonstram que a conversão alcançou apenas o coração, mas também o bolso. Procuram colaborar da melhor forma possível, sendo fiéis com a sua contribuição (Ml 3: 6 – 12). Pois há cristãos que acreditam na Bíblia, afirmam que as doutrinas (amor, perdão, santificação e outras) são bênçãos de Deus. No entanto, quando se trata do dízimo ou de oferta, a pessoa logo muda de conversa e diz que não é bem assim, que precisamos rever a questão do dinheiro.

– Os cristãos tem um grande prazer em participar dos trabalhos da igreja: termina aquelas desculpas esfarrapadas, que muitos usam para explicar a ausência. Na verdade, muitos estão deixando de participar de cultos de adoração coletiva, para fazerem outras coisas. Com isso, trocam momentos tão importantes de adoração, por programas de que poderiam ser realizados em outros momentos. As tarefas podem até ser importantes, entretanto, precisamos dar prioridade ao nosso relacionamento com Deus. É óbvio que existem pessoas que não podem comparecer nos cultos, porque trabalham, estão doentes ou cuidando de idosos, etc. Mas temos que reconhecer que são poucos os casos, e que na maioria é falta de compromisso (Hb 10: 25).

– Aceitam os desafios: procuram oportunidade para realizarem obras em diversas áreas da igreja (ensino, zeladoria, secretaria, culto infantil, louvor e outras), e não há reclamações, pelo contrário, querem praticar cada vez mais os ” talentos naturais ” e ” dons espirituais ” (Mc 14: 8).

F) Os crentes gostam de cultivar momentos íntimos com o Senhor:

Não estamos falando sobre aqueles que só procuram Deus na hora das dificuldades, fazendo do Senhor “um pronto socorro”. E sim, que os membros passam a ter prazer de jejuar e orar. Os líderes não precisam ficar apelando constantemente, pois os membros reconhecem a necessidade e responsabilidade, de participar de reuniões de oração (At 2: 42).

“Em muitas igrejas, a reunião de oração está em estado de coma, está na UTI prestes a morrer. O povo anda muito ocupado para ocupar-se com Deus em oração. Tem tempo para viagens, lazer, negócios, trabalho, televisão, política, mas não tem tempo par orar “.

G) Há quebrantamento:
As divisões (brigas) são desfeitas pelo poder do Espírito Santo, e irmãos em Cristo passam a respeitar e amar mais o próximo. Acabam o racismo que muitas vezes há nas igrejas, pois Deus convence crentes que foi Ele quem criou brancos e negros. Terminam os partidarismos que enfatizam a idade, sexo, classe social (rico ou pobre), nível cultural (intelectual ou não), líderes e leigos (Gl 3: 28).
Pode ser que tenha que haver divisões, como aconteceu na Reforma Protestante, pois Lutero não queria um movimento fora da Igreja Católica, mas foi necessário. E sabemos que esses acontecimentos estavam sob a orientação do Senhor, para que houvesse uma grande transformação na Igreja, já que o paganismo estava tomando conta de quase todas as áreas.

H) O amor é praticado:
O amor cristão é marca nítida do Espírito Santo, já que o verdadeiro amor demonstrado a Deus e ao próximo, vem dos céus. Há preocupação com as pessoas que estão passando por dificuldades, e que necessitam de ajuda em várias áreas, como por exemplo: financeira, espiritual e emocional (Tt 3: 8). Com isso, a igreja vai causando vários impactos positivos na sociedade. Temos que ser sinceros e afirmarmos que o cristão que diz que ama muito o seu próximo, mas que não se importa em ajudar, mesmo que seja um simples telefonema para saber como a pessoa está, com certeza não está dizendo a verdade. Pois a Bíblia diz que é pecado de omissão não fazer o que é o correto ( Tg 4: 17).

“O critério de um avivamento não é a agitação e o tumulto das reuniões, e, sim, o fruto do Espírito – fé e amor ao Pai e ao Filho, às Escrituras e ao seu ensino, bem como boas obras em benefício de outros homens. Quando esses frutos começam a surgir em uma igreja ou comunidade, após algum tempo de esterilidade, então é que ali começou, em algum grau, o avivamento “.

I) Voz profética:
Os cristãos não tem medo de anunciar a desaprovação de Deus, no que diz respeito a corrupção e injustiças humanas. Anunciam ousadamente a vontade do Senhor para uma nação, principalmente no nosso caso, já que o Brasil tem presenciado uma série de injustiças em quase todo o território nacional. Precisamos de profetas do Senhor que procurem anunciar a vontade Divina, e de crentes que compreendam e aceitem o propósito Dele.

“Avivamento a brasileira é aquele que vibra com milagres extraordinários, mas que não vibra com a mesma alegria com relação à prática da justiça e da verdade. Acontece comigo todos os dias, quando começo a pregar, e a dizer coisas que Deus faz. Digo: Deus cura. O povo explode de alegria; Ele liberta os endemoninhados, o povo pula até o teto; (…) então, eu digo assim: Ele julga com justiça os iníquos da terra, e derruba de seus tronos os governadores corruptos, o povo engole em seco e não diz nada, nem um amenzinho “.

J) Milagres:
Nesses momentos de grande atuação do Espírito Santo, acontece grandes transformações em várias pessoas: salvação, santificação, libertação, cura, etc. E pode acontecer que pessoas reajam de maneira diferente. Algumas sentem uma grande vontade de chorar, e outras que procuram ficar mais calmas. Isso depende do temperamento de cada um, e do propósito do Senhor.
Por isso não podemos ficar em “posição de combate”, com acontecimentos no avivamento ou em outros períodos, porque Deus é soberano e se manifesta como Ele achar melhor. Não depende do nosso controle, e sim, da vontade Divina, em estabelecer os acontecimentos. Se Ele quiser curar, libertar, salvar, etc… é com Ele !
Um dos problemas é que as pessoas procuram avivamento para apenas observar “acontecimentos espetaculares” (exorcismo, cura, choro) e esquecem da necessidade de procurarem uma transformação na sua própria vida, no que diz respeito, por exemplo, na área de santidade.
Eles usam o argumento da importância desses acontecimentos para que a igreja esteja cheia. A questão é que milagres são sinais do poder de Deus, e sendo assim, Deus pode usar para despertar vidas, mas não devemos ficar presos em tais acontecimentos porque muitas pessoas presenciaram ou ficaram sabendo de milagres (até mesmo lendo a Bíblia ) e não se entregaram a Jesus Cristo (Jo 20: 30 e 31).

Dentro desse assunto, J. Edwards, disse algo muito apropriado:

“É tão vitalmente importante julgarmos os movimentos espirituais, não através de seus fenômenos imediatos ou de subproduto, mas através de seus efeitos finais nas vidas das pessoas envolvidas. Se nos concentrarmos nos fenômenos, sempre poderemos achar muita coisa espúria, mal considerada, mal direcionada, extravagante, fanática; então seremos tentados a concluir que, naquele movimento, não há qualquer manifestação divina. (…) A maneira correta de avaliar o que está acontecendo consiste: estão aparecendo as marcas distintivas da obra do Espírito Santo “.

Creio que foi possível notarmos alguns aspectos importantes que servem como sinalizadores da ação Divina, em avivamento genuinamente santo. O que precisa ficar bem claro é a característica principal de um avivamento: ” o despertamento dos cristãos para assumirem e praticarem um compromisso autentico e santo com Deus”. Por isso, os fatos que surgirem, incluindo os sobrenaturais, não devem receber o centro de nossa atenção, e sim, o Senhor.

V- O que não é Avivamento Espiritual:

Diante das informações anteriores, temos que considerar que muitos fatos que aconteceram e acontecem em muitas denominações religiosas, e que são considerados ou classificados como avivamento, podem estar sendo mal interpretados e direcionados. Exemplos:

– Não é simplesmente programações:
Há igrejas evangélicas que mais parece uma “agência de programações”, porque vive agendando trabalhos. A questão é que toda igreja precisa de programação, mas isso não pode ser considerado como avivamento, pois pode ser que os objetivos não sejam santos.

– Não é simplesmente promover campanha evangelística: é claro que temos que evangelizar, mas se a nossa preocupação é apenas encher os rol de membros, para no final do ano apresentar um relatório volumoso, precisamos arrepender dos nossos pecados, e procurar amar as vidas que estão sem Jesus.

– Não é simplesmente acampar: temos uma onda de reunião de adolescentes e jovens, se reunindo por todo lugar. Isso é muito proveitoso se o grande propósito for participar para louvar o Senhor, e ser tocado pelo Seu Poder. Mas muitos participam para simplesmente passar tempo e achar namorada (o).

– Não é assistir “bandas musicais”: tornou-se moda dos últimos anos trazer “bandas” em igrejas, ginásio de esportes ou teatros, com o argumento que é para os jovens passar o “sábado” . Ora ! Se for só com esse propósito, estamos jogando dinheiro fora, como também, investindo nosso tempo em coisas que não agradam ao Senhor. Pois, se programarmos algo que não vise a glória do Senhor, estamos pecando ! E o mais triste, é que muitas bandas cobram preços absurdos, sendo que há muitos crentes que não tem nem o que vestir em dia de frio.

– Não é organizar ou participar de congressos: há muita gente estudando e falando de missões, mas que nunca falam de Jesus à ninguém, e pior… não ofertam um centavo para os missionários. Não somos contra esses congressos, apenas queremos que os objetivos dos participantes estejam de acordo com a vontade do Altíssimo.

– Não são meras explosões de entusiasmo religioso: pessoas que começam cantar cânticos ou hinos espontaneamente no momento do culto. O problema é que aparentemente, para alguns, pode ser algo diferente e bom de observar, mas não pode ser classificado como pessoa avivada, pois temos que estar atentos para os frutos de tais pessoas, pois o coração pode estar longe de Deus (Jr 12: 2).

– Não é animação no momento do culto: ou seja, não é simplesmente mudar uma ordem de culto (liturgia), comprar novos instrumentos, montar uma banda ou coral. Sobre esse assunto é bom prestarmos atenção o que diz o Pastor Hernandes:

“Louvor que saltita e pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvor que apenas verbaliza coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é fogo estranho diante do Senhor (…) Embora o avivamento não seja mudança de liturgia, todo avivamento interfere na liturgia: desinstala a liturgia ritualista, fria e morta, e põe em seu lugar uma liturgia viva, alegre, ungida, onde há liberdade do Espírito, sem comprometer a ordem e a decência “.

– Não é simplesmente usar “expressões santas”: pode surgir crentes, que usam certo vocabulário que aparentemente sugerem que o usuário é um grande servo (a), mas que na verdade é apenas fachada. Acham que por simplesmente dizerem: “Paz do Senhor”, estão avivados. Que absurdo ! Porque muitos usam tais expressões e na frente de irmãos, mas quando estão longe usam expressões do reino do diabo. Se comportam de maneira estranha ao Evangelho de Jesus Cristo. Pois muitos (as) vivem comentando sobre a “última personagem da revista pornográfica”, a cena de sexo da novela da TV, ou assistindo a cenas de erotismo na Internet.
Creio que não há problemas com a saudação, e também é importante, pois caracteriza um grupo religioso. No entanto, não podemos dizer que os crentes que não tem esse costume seja morno ou frio espiritualmente. Pode ser ao contrário, que aqueles que não praticam a saudação, seja um grande servo ou serva de Deus.

– Não é coreografia: defendem que para ser um crente avivado tem que estender os braços para o alto, bater palmas, cantar e orar em grande volume, orar ajoelhados, dançar, etc. Não estamos querendo dizer que as pessoas que apresentam esses costumes não são espirituais, apenas que esses fatos não precisam necessariamente caracterizar um cristão avivado. Porque podem estar esquecendo de estender os braços aos que estão passando necessidade. E quando o fazem, pode ser para “atirar pedras” (Jo 8: 7).

– Não é quietude: alguns argumentam que o verdadeiro crente em Jesus fica quieto no banco da igreja, que não precisa erguer os braços, bater palmas, etc. Temos grandes homens e mulheres de Deus que pouco falam ou gesticulam na igreja, mas que se destacam pela vida de oração e compromisso com o Reino de Deus. No entanto, também há membros de igrejas evangélicas que se comportam dessa maneira dentro da igreja, e quando está fora, nem se lembram que são cristãs, e pior, ninguém sabe que ele é evangélico devido ao péssimo testemunho.

– Não é ungir com óleo: defendem que uma igreja que usa tal prática está revestida com o poder do alto. Pode ser que sim, como também, pode não estar. Vai depender do propósito, de quem está ministrando, da pessoa que está recebendo e como está sendo praticado (Tg 5:14). Mas com certeza, devemos sempre lembrar de “ungirmos a língua”, com santidade, para evitar falar da vida dos outros (Tg 3: 1 – 12).

– Não é simplesmente profetizar: é terrível observar crentes que andam atrás de “profetas ou profetizas”, e que muitas vezes estão rebeladas com as autoridades da Igreja do Senhor Jesus (Mt 7: 15). Muitos só procuram profecias faladas por outros, no entanto, não tem disposição para conversar com Deus, ou ler a Bíblia.

– Não é simplesmente exorcizar: outros que mais parecem “caçadores de demônios”, que vivem falando sobre o inimigo, e esquecem de Deus e de tantas bênçãos Divinas. É óbvio que precisamos estar alertas com a atuação do inimigo, como também, usar as armas espirituais (Ef 6: 10 – 20). O que devemos evitar é focalizar nossa atenção no diabo, porque só Deus é digno de toda nossa atenção.

– Não é simplesmente curar: acreditamos plenamente que o Senhor realiza grandes milagres, e esses são sinais do Seu poder e amor pelo ser humano. Mas não podemos esquecer que Jesus Cristo alertou para o fato de muitos realizarem muitos feitos, sem ter relação com Ele: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7: 22 – 23).

– Não é simplesmente Ação Social: Argumentam que a ajuda comunitária classifica um avivamento. Sabemos da necessidade de tal ato, mas não devemos esquecer que existem seitas que praticam mais ação social que os evangélicos, e nem por isso são cristãs. Anunciamos e defendemos a ajuda aos necessitados, mas desde que seja motivadas pelo amor Divino, para que o nome do Senhor seja honrado e glorificado, e que pessoas tenham mais condições de viver dignamente (Tt 3: 8).

– Não é isolamento: Alguns acham que viver isolado, como os monges, os tornam mais santos. Se isso fosse real, grandes homens teriam permanecidos nesses locais, e principalmente, Jesus Cristo teria nos orientado para que tivéssemos tal costume. Sabemos que Jesus através do Seu exemplo de vida nos ensinou que devemos é estar engajados, próximos do povo.

– Não é só assistir: muitos defendem que o crente que freqüenta todos os trabalhos da igreja, é avivado. É claro que é importante e um dos sinais de compromisso do cristão, porém, a pessoa pode estar apenas “assistindo”, com o pensamento em outra coisa bem diferente: “Corpo presente. Mas o pensamento ausente”. O que precisamos é sempre estar “participando” de todos os momentos do culto ao Senhor, seja nos momentos coletivos (junto de outros) ou individualmente (casa, carro, caminhando, trabalhando).

– Não é mudar de costumes: também temos pessoas dentro de denominações consideradas cristãs, que caracterizam um crente espiritual pelo o que ele veste (terno, vestido) ou usa (brincos, maquiagem, calça comprida, cabelos longos, etc). Sabemos da importância do testemunho do servo (a) do Senhor em todas as áreas. Entretanto, esses costumes não podem classificar as pessoas como mais espirituais, já que a roupa pode revestir o corpo físico, mas nunca esconder o coração do Senhor, que pode estar cheio de ódio ou desejos profanos. Também sabemos que muitos (as) irmãos (ãs) que tem esses costumes são exemplos de vida, são testemunhas verdadeiras, mas outros nem tanto… (I Sm 16: 7).

– Não é simplesmente praticar dons: muitos defendem que o crente que “fala em línguas”, são os verdadeiros espirituais. Não podemos nos enganar, pois o único dom que todos os crentes precisam desenvolver é o dom do amor (I Co 13). Os outros estão distribuídos entre os crentes de acordo com a vontade soberana do Espírito Santo (I Co 12: 11).

– Não é barulho no púlpito: o púlpito da igreja é santo, por isso que os seus ministrantes tem que ser verdadeiros homens e mulheres de Deus, que prezem a transmitir fielmente as doutrinas da Bíblia. Outro desvio que muitas igrejas estão cometendo, é o julgamento a respeito do modo que o ministrante transmite a Palavra. Se o pastor que prega não for meio explosivo, gritar, erguer as mãos, bater no púlpito, não é espiritual. Esquecem que cada ministrante tem um estilo, já que não fomos criados por atacado, temos nossos costumes e jeito de ser. Com certeza, há crentes que preferem estilo diferente dos nossos, e nem por isso, são piores que nós, apenas tem outra preferência no que diz respeito às ministrações.
Pode ser que alguns pregadores que tenham o estilo mais calmo sejam realmente sem espiritualidade. Como também, existem pregadores que só fazem barulho, e não apresentam uma doutrina coerente com as Escrituras. Por isso, que devemos avaliar espiritualidade levando em conta o testemunho de vida, e não de estilo.

– Não é construir ou reformar templos: é importante que o povo de Deus tenha zelo pelas instalações religiosas, que procurem mante-las. O que não pode acontecer é enfatizarmos mais “paredes, tijolos, teto, torneira”, e esquecermos de ajudar vidas. Lembremos que Jesus foi sacrificado por causa de seres humanos, e isso inclui eu, você e tantos outros que precisam sempre do amor e do perdão de Deus.
Cremos que é possível termos acomodações eficiente e bonitas, sem serem luxuosas e chiques. É um escândalo o que encontramos em muitos templos, pois gastam fortunas com ar condicionado, que é usado por poucas horas durante a semana. Temos que estar alertas porque muitos templos podem ser obstáculos para o povo mais simples se aproximar da igreja. E também, teríamos mais condições (dinheiro) de ajudar pessoas que foram “criadas segundo a imagem e semelhança de Deus” (Gn 1: 26), e passam por momentos difíceis, ao ponto de até sentirem fome e frio.

“A verdadeira Igreja deve estar mais preocupada com vidas do que com templos (…). Eu não tenho nada contra templos. Eu gosto de templos bonitos. Só estou dizendo o seguinte: Tome cuidado para que você não vire um construtor de templos, enquanto vive longe do Santuário Espiritual. O que fica para a história, e o que conta para a eternidade não é o tamanho do templo que você construiu, mas a profundidade da vida que você viveu! ”

– Não é número de batismos: observe que não falamos “conversão”, e sim, batismo. Pois muitas igrejas praticam o costume de batizar várias pessoas sem o devido preparo. Sabemos que cada denominação segue um costume particular, e queremos dizer que respeitamos, porém, em muitos casos, não concordamos. É preciso que haja mais cautela e bom senso dos líderes, para evitar que pessoas sem transformação espiritual (arrependimento), se tornem membros de igrejas evangélicas e depois venham causar escândalos com suas atitudes.
Quando estudamos a Bíblia, encontramos um exemplo clássico do caso que citamos. Aconteceu com o evangelista Filipe, que evangelizando a cidade de Samaria, não discerniu que um homem chamado Simão (o mágico), não estava convertido pelo poder do Espírito Santo, mas mesmo assim “acompanhava Filipe de perto” (Atos 8: 13). Com a chegada do Apóstolo Pedro, a máscara de Simão foi retirada, e ficou claro que ele não tinha parte com o Senhor (Atos 8: 14 – 25).
Outro exemplo na história da Igreja Cristã, que marcou negativamente, foi o descuido dos cristãos em permitir que pessoas sem compromisso com Jesus Cristo, tornassem membros das igrejas. Sobre esse assunto o historiador R. H. Nichols, diz:

“Logo que Constantino se constituiu patrono do cristianismo, este tornou-se uma religião eivada de heresias e de inovações. Os sucessores desse imperador seguiram seu exemplo, e com mais ênfase (…) Poucos anos depois (380 a. C.), Teodósio, imperador cristão do oriente, baixou um decreto pelo qual todo os súditos do império deveriam aceitar a fé cristã como estabelecida pelo Concílio de Nicéia. Assim o cristianismo veio a ser uma parte da lei imperial (…) O novo estado de coisas veio provar que nas igrejas havia multidões que nada conheciam do Cristianismo, nem o possuíam .”

Devido a esses exemplos e outros que são de nosso conhecimento, mas que devido ao propósito e tempo desta pesquisa preferimos não acrescentar, reforça a idéia que em muitos casos, devido as exigências de algumas denominações, os líderes por sentirem constrangidos e preocupados com os relatórios que tem que ser apresentados às autoridades eclesiásticas, batizam e recebem qualquer pessoa como membro de sua denominação religiosa. Com isso, correm o risco de receber como membros de suas igrejas homens e mulheres que não apresentam frutos de um verdadeiro arrependimento espiritual.

Por isso defendemos que número de pessoas batizadas não indicam que a igreja está avivada. Sabemos que no avivamento espiritual autêntico e santo, há muitas conversões, mas essas são genuinamente obra do Espírito Santo ( Mt 28: 18 – 20) .

Queremos finalizar esta parte dizendo que sabemos da importância do povo de Deus organizar e participar desses trabalhos. Tanto é que muitas pessoas já foram abençoadas (convertidas e santificadas) pelo poder do Espírito Santo em alguns desses trabalhos e circunstâncias citadas. Entretanto, temos que ser sinceros e reconhecermos que muitas dessas organizações são preparadas e recebem muitos participantes, mas que não tem a aprovação do Senhor. Continuam sendo apenas proclamações sem propósitos definido, e quando existe, nem sempre é para honrar e glorificar o Senhor.

Outro argumento que também é muito apropriado é dizermos que se esses itens que foram citados anteriormente, se fossem realmente despertamento espiritual, a maioria das igrejas não estariam nesse nível tão baixo de espiritualidade e compromisso com o Senhor. Se acharmos o contrário, com certeza, estamos querendo maquiar a realidade, preferindo continuar vivendo apenas como “participantes do clube da igreja mais próxima”.

Voltamos a reforçar, para evitarmos desencontros: apenas estamos afirmando que não podemos classificar simples reuniões, fenômenos, costumes, construções, vocabulário, números e ações como avivamento espiritual. Como já comentamos, o avivamento é um ato da absoluta soberania de Deus. Por isso, que tudo deve apresentar propósitos santos, que visem a glória do Senhor.

“Precisamos distinguir entre o fogo de Deus e o fogo passageiro; diferenciar avivamento de agitação puramente humana. Precisamos compreender o que é obra do Espírito Santo e o que é emocionalismo exacerbado; o que é quebrantamento do Espírito e o que é histerismo auto-sugestionado (…) ”

VI- Advertências:

Precisamos estar alertas porque há “joio com o trigo” (Mt 13: 24 – 30), pois temos que lembrar que o diabo sempre está contra o povo de Deus, e fará tudo para prejudicar a Igreja. Não podemos ficar achando que o inimigo não age quando a igreja está avivada, já que ele quer destruir o que Deus criou (I Jo 4: 1).

“É preciso lembrar que o diabo pode produzir as formas externas de entusiasmo religioso (…) E, de fato, por muitas vezes Satanás tem lançado o caos na igreja, através de movimentos de fanatismo auto-iludidos, que se proclamam, sem dúvida em boa fé “.

A) Emocionalismo:

Todo ser humano apresenta emoções em várias oportunidades (nascimento de um filho, velório de pessoas queridas) e de diversas maneiras (choro, riso, quietude, falação), dependendo da situação e de sua característica emocional. Sendo manifestações saudáveis cremos que não temos motivos para ficarmos alarmados, pois encontramos na Bíblia citações que indicam claramente que Deus tem sentimentos: Jesus chorou (Jo 11: 35 ); o Espírito Santo fica triste (Ef 4: 30).

O que precisamos levar em conta, é a lista do “Fruto do Espírito”, que o Apóstolo Paulo escreveu aos gálatas : “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gl 5: 22 e 23). Podemos notar que são sentimentos cristãos que precisam ser praticados. O problema está nos excessos extravagantes que muitos apresentam, devido ao fanatismo religioso, e classificam como obra do Espírito Santo. As duas citações a seguir, são importantes e lançam mais informações sobre o assunto:
“As emoções fazem parte da nossa vida. os grandes homens de Deus foram homens de muitas lágrimas e profundas emoções. Aquele que não se comove diante da grandeza insondável de Deus ainda não compreendeu a Deus. Aquele que compreende as insondáveis riquezas de Cristo e foi transformado pelo glorioso evangelho da cruz, não consegue ficar insensível e árido como uma pedra “.

“Hoje tem-se a preocupação de que em alguns movimentos há uma busca exarcebada, consciente ou inconscientemente, pelo elemento ‘emoção, ‘pelo êxtase’, ‘pelos arrepios, ‘pelas risadas santas’, ‘pelo cair’. Caso contrário, não houve ação do Espírito Santo. A verdade, porém, é que do mesmo modo que o Espírito de Deus opera num culto que nos comove e emociona profundamente, Ele também opera liturgia moderada, fruto de um coração contrito que Deus não despreza “.

B) Supervalorização de Satanás:
Parece que temos dois extremos de pessoas: alguns que não acreditam que exista o diabo, esquecendo que as Escrituras falam sobre o mesmo. E outros que valorizam demasiadamente a ação do diabo.
Esses últimos acham que tudo o que acontece é obra dele. Sabemos que o diabo existe, que é fonte de todo ódio e maldade. Com certeza, também precisamos estar alertas, para não cometermos atos ou omissões e culparmos outros, como por exemplo Satanás. Estamos levantando esse assunto, porque se tornou comum, pessoas derrubarem algum objeto (panela, computador, caneta, brinquedo, violão) por falta de atenção ou habilidade, e dizerem que não foram culpados, que o verdadeiro agente de tal situação foi o “inimigo”. Ou cometer alguma loucura, como o adultério ou assassinato, e dizer que a culpa é do “Inimigo”. Temos que ser francos e dizer que somos tentados, que recebemos sugestões, sendo que podemos dizer sim ou não (Gn 4: 7; Tg 4: 7). Vai depender do nosso estado espiritual (fracos ou fortalecidos), porque o diabo sempre vai estar sugerindo algo para nos ver na lama (I Pd 5: 8 – 9)

C) Desprezo do intelecto:
Infelizmente, existe a idéia que uma pessoa estudiosa e culta não cultiva uma boa espiritualidade. Esquecem que grandes homens que estão registrados nas Escrituras, e que foram grandemente usados por Deus, eram homens de formação cultural. Exemplos: Moisés , Daniel e o Apóstolo Paulo.
Também, esquecem que na história da Igreja Cristã encontramos homens notáveis pela espiritualidade que praticavam e devido a capacidade intelectual que possuíam. Graças a Deus que tais seres humanos, crentes em Jesus, colaboraram e colaboram muito na obra de Deus, através de seus livros e exemplo de vida, como é o caso de Lutero, Calvino, John Wesley, John Stott, Martyn L. Jones, L. Berkhof e J. I. Packer.
É verdade que se a confiança e dependência estiverem baseadas na formação acadêmica, e não no Criador, tal ser humano realmente está fora dos padrões divinos. No entanto, se ele está dependente do Espírito Santo, a sua capacidade intelectual com certeza vai ser usada para honrar e glorificar o Senhor.
A pessoa que não teve a oportunidade de estudar, também é tremendamente usada por Deus, pois mesmo não sabendo nada da história mundial, ela participa da história através dos seus “joelhos no chão”, clamando pela misericórdia do Pai Celestial.
Não podemos esquecer que na vida futura (no paraíso), muitos intelectuais e analfabetos estarão salvos, porque se renderam a Jesus Cristo. Como também, no inferno, vai ter muitos intelectuais e analfabetos, que não creram no Filho do Altíssimo.
O pastor José P. Sobrinho, comentando sobre o assunto, citou parte do escrito do historiador Williston Walker, que é muito importante:

“Precisamos acabar de vez por todas com este atrito entre oração e ação, entre fé e emoções, entre crer e pensar, entre teoria e prática. Por esta razão, na rasteira de muitos despertamentos religiosos têm surgido vários movimentos que representam significativos afastamentos ou distorções do modelo protestante evangélico “.

D) Crédito a qualquer profeta:
Quando lemos a Bíblia logo notamos a importância dos profetas (anunciador, proclamador, porta voz) para o povo. A questão que também houve muitos falsos profetas, que afirmavam estarem falando a vontade do Senhor, mas que na realidade, estavam mentindo e enganando. Por isso, precisamos estar alertas para evitar acreditarmos em todos e em tudo que ouvimos (I Ts 5: 21). A principal regra que temos para avaliar as profecias é seu embasamento bíblico. Depois é usarmos o bom senso, porque têm surgido coisas que, no mínimo, são cômicas. Infelizmente, para algumas pessoas, todos os sonhos são comunicações do além. Se sonham com alguém, logo deduzem que algo de bom ou ruim vai acontecer, por isso alarmam a todos ( Jr 23: 28).
Muitos podem estar pensando que esse jeito de pensar indica falta de fé. Mas quero dizer que está longe de ser falta de fé, e sim, cautela para apreciar o que Deus está nos dizendo, e os meios que ele está usando. Pois estamos cientes que na Bíblia Deus falou com homens através de sonhos, como foi o caso de Salomão (I Rs 3: 5). O que temos de evitar é achar que tudo que sonhamos vem de Deus. Cremos que o Senhor pode falar da maneira que ele quiser : diretamente (Gn 12: 1 – 3) ; através de anjos (Atos 10: 3); através de pessoas (II Co 7: 6), mas sempre vai estar baseado na Bíblia.

“O perigo, hoje, é que se profetiza em excesso e sem vida para isso. Existem, por vezes, contradições profundas na vida e no testemunho de profetas e profetisas e sua conduta espiritual, social e familiar, o que não lhes autoriza proclamar ‘assim diz o Senhor ‘”.

E) Abandono das doutrinas bíblicas:

Muitas denominações se gloriam por causa do volume de pessoas que frequentam os seus templos. Na maioria dos casos, usam as chamadas “Campanha de cura”, “Campanha de libertação”, “Corrente da prosperidade”, e outras mais. Particularmente, creio que o Senhor realiza feitos tremendos na vida daqueles que O buscam sinceramente (Jr 29: 13).

Mas não pode ser deixados de lado a explanação das doutrinas da Bíblia Sagrada. Cremos que é algo importante que pessoas tenham acesso a Palavra de Deus, para que possam crescer e amadurecer espiritualmente, deixando de serem crianças na fé. Eu fico imaginando o que aconteceria se essas mesmas igrejas fizessem uma “campanha doutrinária”, onde fossem divulgados alguns assuntos, como: dízimo, pecado, santificação, ira, fruto do Espírito, perdão, salvação e graça. Com certeza, teriam muitas surpresas, a respeito da participação de ouvintes e a necessidade dos palestrantes procurarem conhecer – estudar os assuntos e transmitir doutrinas que são necessárias para solidificar a fé dos irmão e irmãs em Cristo.

O povo precisa estar motivado para terem o grande propósito de buscar o Deus que abençoa, e não somente as bênçãos. A terem “sede” de servir dignamente e conhecer mais e mais a vontade do Criador, e não apenas buscá-Lo por causa dos “sinais”.

“Incorrem em erro aqueles que, na busca do avivamento, descartam a teologia e desprezam a doutrina. Desprezar a doutrina é dinamitar os alicerces da vida cristã; é querer levantar um edifício sem lançar o fundamento; é querer pôr um corpo de pé e em movimento sem a estrutura óssea. Não há vida piedosa sem doutrina. (…) Muitos crentes buscam apenas experiências, mas não querem saber de estudar a Bíblia. Querem sensacionalismo, milagres e coisas extraordinárias, mas não estudar doutrinas. Dizem que o que importa é a luz interior, a experiência íntima, o testemunho interno do Espírito. Isso é lamentável, é desastroso “.

F) Regra para experiências:
Existem tendências que infelizmente têm prejudicado o cristianismo, porque querem impor idéias particulares como uma regra geral para todos. Defendem que tudo o que aconteceu com elas, tem que acontecer com outros. Se sentem um “arrepio”, querem que todos também venham a sentir, mesmo que for de frio… Temos que respeitar as características de cada um, pois muitos se emocionam facilmente, enquanto outros demoram. Deus manifesta Seu poder para com cada um de nós, da maneira que Ele quiser. Não podemos montar regras, molduras para o Espírito Santo agir. Se Ele quiser curar alguém, cura. Mas não podemos achar que todos vão ser curados (II Co 12: 7 – 10; II Rs 13: 14 – 25)

“Outros me dizem: O culto foi uma bênção! Havia gente caindo para todo lado. Cada sopro! A minha pergunta, no entanto, é: Escute, esse que caiu no Espírito aprendeu a andar no Espírito daí em diante? Ele aprendeu a se tornar um ser humano melhor? Ou ele caiu no culto e , em casa, ‘caiu de tapa’ na mulher? Dependendo da resposta a estas perguntas eu considero a experiência válida ou não. Cair por cair não é comigo. Só vale a pena cair se pode levantar diferente! (…)
O perigo é o de cair desmaiado no Espírito, mas não cair consciente diante do Trono de Deus. Isto porque poder espiritual pode até derrubar você, mas só a Palavra ensina você a viver com verdadeira lucidez espiritual “.

G) Esquecem dos antepassados:

Alguns acham que não tem valor sabermos o que nossos antepassados realizaram enquanto estavam vivos. É uma pena, porque estão perdendo muito de não aproveitar as experiências de vida, tanto com acertos e erros .O problema é a falta de humildade, é a auto-suficiência que não permite que a pessoa aprenda com outras.

H) Surgimento de sincretismo religioso: muitos surgem para aproveitar da fé de outros, introduzindo doutrinas que são verdadeiras fontes de enriquecimento particular ( “bala ungida”, “rosa ungida”, “sal grosso ungido”, “açúcar ungido”, “água ungida” ), e não se preocupa com pessoas que trabalham honestamente, muitos até mesmo sem ter condições físicas, e compram pensando que estão resolvendo os problemas. Na verdade sabemos que tais práticas não tem base bíblica, é “fogo estranho”, que não tem nada a ver com o único Deus, que preparou para que tivéssemos a Bíblia como fonte de orientação.
“A Palavra de Deus delineia muito bem as marcas, os reflexos, os resultados de um avivamento genuíno. Quando este se faz presente, o amor à Palavra de Deus é restaurado a seu devido lugar. A vida de piedade, de oração abundante e intensa e a adoração se tornam o prazer diário do povo de Deus “.

Muitas dessas situações têm contribuído para que haja grandes divisões em famílias, igrejas locais, e até mesmo em denominações do âmbito nacional. Tudo, porque, deram mais valor a circunstâncias e esqueceram do ponto central do despertamento espiritual, que é compromisso e intimidade santa com o Senhor da Seara.
Por isso que muitos crentes que eram verdadeiras colunas e referenciais de vida cristã, estão em crise. Parece que não conseguem retornar ao eixo teológico bíblico, tornando “turistas”, que apenas frequentam igrejas e não se estabilizam doutrinariamente. Sendo assim, muitos demonstram descrédito quando ouvem falar sobre avivamento. Temos que lembrar que a culpa não é do avivamento e muito menos de Deus. O problema é que muitos preocupam muito com fenômenos, andam atrás de barulho e se tornam fanáticos, e esquecem do Senhor.

“Todavia, isso não nos deve cegar ao fato que o avivamento é uma obra de Deus real e gloriosa, uma bênção que deve ser intensamente desejada quando a vitalidade da igreja estiver baixa “.

VII- PROPÓSITO DO AVIVAMENTO:

Essa parte está ligada diretamente ao ponto V (“Características de um verdadeiro avivamento”), mas por questões de método, preferimos estar comentando nesta parte. Também, porque temos outros acréscimos ligados com nosso estudo, que são importantes nesta parte.

Como afirmamos no início da nossa pesquisa, o avivamento é um despertamento espiritual, que atinge a Igreja do Senhor Jesus. Como a própria definição indica, os servos e servas do Senhor são despertados do “cochilo” (são revigorados) para estarem assumindo um compromisso com o Senhor, e consequentemente, agindo com responsabilidade em todas as áreas na qual estão inseridos. Sendo assim, podemos dizer que o “avivamento sempre acontece com objetivos definidos pelo nosso Deus”. A seguir, estaremos comentando o objetivo principal (“servir ao Senhor”) e os aspectos que achamos mais importantes.

O propósito de “glorificar o nome do Senhor” deve nortear todo avivamento. Isso significa que os membros da Igreja, estarão procurando com mais “sede” o Senhor ( Sl 42: 1), sendo que passam a ter mais vontade de estar com Deus. Ou seja: não ficam procurando as bênçãos, e sim, o Deus de todas as bênçãos.
Cremos que os milagres (sinais da glória, amor e poder de Deus) é algo tremendo e importante, mas não deve ser o alvo da nossa atenção e muito menos o propósito para buscarmos o avivamento. Com essa meta em mente, podemos evitar que venhamos a seguir outro caminho, que com certeza desagrada a Deus, e não tem validade para a Igreja. Infelizmente, isso tem sido o objetivo de muitos, que preocupam-se em ficar buscando avivamento para ver coisas extraordinárias – sinais acontecendo, e esquecem de adorar o Senhor.
Essa busca não deve ser entendida e priorizada como sendo apenas estar em cultos de adoração. Cremos que o cristão precisa participar dos trabalhos de sua denominação religiosa, mas no entanto, temos que estar conscientes que não é somente nos templos que servimos ao Senhor, pois devemos viver uma vida que testemunhe nossa crença em Jesus Cristo. E isso deve abranger todas as nossas ações. Como escreveu o pastor Hernandes: “Louvor que apenas levanta as mãos para o alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus “.

Com isso, queremos dizer que no avivamento espiritual, a Igreja de Cristo é poderosamente motivada pelo Espírito, para servir o Senhor. E isso envolve:

– Vivermos uma vida mais consagrada: é muito importante que tenhamos o objetivo de procurarmos uma santificação cada vez maior. Temos que retornar aos princípios bíblicos, e chorarmos diante de Deus, devido aos nossos pecados: “A ti, ó Senhor, pertence a justiça mas a nós o corar de vergonha (…)” – Daniel 9: 7.

– Participarmos na Igreja: os crentes têm prazer e sentem a necessidade de estarem assumindo e cumprindo os compromissos com a igreja, sem necessitar dos “apelos” diários por parte dos líderes da igreja, de outros membros e familiares .

“Reavivamento, de acordo com a história dos anteriores, enche as igrejas, lota as Escolas Dominicais de alunos, levanta evangelistas, chama pastores, recruta missionários, reúne fundos abundantemente, reúne famílias, livra das drogas (…) “.

– Atuarmos na família: os crentes são os mesmos que frequentam a igreja e a casa onde habitam. Pois são motivados a respeitar seus cônjuges; a cuidar melhor dos filhos; a respeitar os pais;

– Amarmos as almas perdidas: ou seja, os membros do “Corpo de Cristo”, apresentam um grande amor por vidas que estão sem Jesus, e se sentem impulsionados a evangelizar aqueles que estão próximos (vizinhos, familiares, amigos), como também, participar da obra missionária com o intuito de alcançar povos distantes, que precisam de salvação. Com isso, outros povos vão respeitar e adorar o nome do Senhor, deixando de andar nas trevas.

– Influenciarmos a sociedade : a sociedade em geral é afetada pelo poder do Espírito Santo, pois são atraídas pela mudança de vida dos cristãos, pelo testemunho e voz profética que esses praticam. Também, devido a salvação (transformação das suas vidas), diminuem os políticos corruptos, ponto de prostituição, drogados, bêbados, menos criminalidade, etc. E também há maior atuação das igrejas cristãs na ação social, através de construção de hospitais, creches, orfanatos, abrigos para idosos, escolas, etc.

“O grande avivalista João Wesley, ao mesmo tempo em que pregava sobre avivamento, lutava pelas causas sociais na Inglaterra. Finney foi o maior avivalista do seu país, mas pregou ardorosamente contra a escravidão nos EUA no século passado. João Calvino atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. O avivamento traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao confronto “.

– Dependermos do Senhor: os ministrantes procuram estar sempre conhecendo mais as doutrinas bíblicas, para estar mais próximos de Deus, como também, para transmitir à outros (as). E tanto nos momentos de preparo, como no transmitir, há dependência do Espírito Santo.

Dentro desse assunto queremos comentar sobre a necessidade que os obreiros tem, de que os membros das igrejas venham sempre a interceder por eles. Já que esses não são “Super Crentes”, e sim, crentes escolhidos por Deus para exercerem um ministério específico, que envolve muita responsabilidade, porque estão cuidando de vidas que pertencem a Cristo Jesus.

Sobre a importância da igreja estar intercedendo pelos ministrantes, é bom lembrarmos que os membros da “Igreja Primitiva”, oravam pelos seus líderes. Com isso, Deus concedia autoridade, intrepidez e livramento para os mesmos (Atos 4: 23 – 31; 12: 9 – 19).

” Quantas pessoas oram antes de irem a um culto, para que o Espírito de Deus venha sobre o pregador e o use, e à sua mensagem? Os ouvintes, tanto quanto o pregador, devem orar por isso, de outra forma estarão olhando para ele e sua mensagem. Não, todos devem olhar para Deus e compreender sua completa dependência do poder que somente Ele pode dar “.

– Aceitarmos a inspiração da Bíblia: o povo de Deus tem prazer em estudar mais a Escritura Sagrada, procurando sempre estar lendo e pesquisando, com o objetivo de conhecer mais o nosso Deus. Pois cremos que quando conhecemos mais a Bíblia, estamos automaticamente, sabendo mais sobre Deus.

Queremos finalizar essa parte reafirmando: avivamento com base na Bíblia, tem o propósito de motivar (despertar) os cristãos a priorizar a glorificação do nome do Senhor. Isso alcança todas as áreas que temos contato, seja no templo ou fora dele, sendo que a nossa participação e influencia é percebida.

Espero que a próxima citação, mesmo sendo simples, nos conceda mais luz sobre o assunto em debate:

´O crente é como milho de pipoca: quando ele é banhado pelo óleo e recebe o fogo, salta logo da panela e nunca mais volta a ser milho. Só o milho estragado queima mirrado no fundo da panela. Todo milho bom vira pipoca. Assim é com o crente impactado por Deus. Quando banhado pelo óleo do Espírito, é inflamado, e o fogo da Palavra arde em seu coração “.

VIII- COMO SE TORNAR UMA IGREJA AVIVADA:

Não temos receitas prontas para que surja um avivamento espiritual, pois Deus é criativo e soberano para decidir quando iniciar um derramamento do Espírito Santo. Essa Soberania do Senhor mostra-nos que despertamento espiritual, não depende de métodos especiais para acontecer. “Nada de multidões, banda, coro, nada disso. Nada de propaganda preliminar. Nada dessas coisas. E no entanto avivamento acontece! ”

Outro fato importantíssimo é que o avivamento não está baseado em ser humano. Sendo que nenhum homem pode produzir avivamento, nenhuma igreja pode “programar dias especiais” para que aconteça. Ninguém pode “patrocinar” um avivamento, porque somente o Espírito é o Patrocinador.

Deus não fica escolhendo grupos grandes para avivar, os avivamento na maioria das vezes surgiram depois que um grupo pequeno de pessoas oraram, talvez uma pessoa dê início a um grande despertamento.

“O grande avivamento que varreu a Irlanda do Norte a partir de 1859, começou quando quatro jovens naquele país ajoelharam-se em oração na sala da escola em que estudavam, o que continuaram fazendo em dias seguidos até que o avivamento começou a espalhar-se por todo país” .

Por isso, que não podemos esperar av

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