Autor: Carlos Vinícius Sarmento Silva
Texto bíblico: 2 Crônicas 5, 6, 7.
Quando os sacerdotes saíram do lugar santo (pois todos os sacerdotes que se achavam presentes se tinham santificado, sem observarem a ordem das suas turmas; também os levitas que eram cantores, todos eles, a saber, Asafe, Remã, Jedútum e seus filhos, e seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, com alaúdes e com harpas, estavam em pé ao lado oriental do altar, e juntamente com eles cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas), quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor, de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus.(5.11-14)
A origem da idéia de construir um Templo é marcada com Deus se opondo à mesma inicialmente. O argumento usado foi de que nunca Ele havia habitado em casas, e que nem mesmo alguma vez sugeriu a um dos seus, que lhe fizesse uma. Porém no mesmo capítulo que o Senhor diz isso, Ele consente que o filho de Davi, aquele que o sucederia no seu trono, construa sua casa. Talvez Deus tenha aberto esses parênteses para Davi, que era um “legítimo adorador”, até sendo referido como um homem “segundo o coração de Deus”.
Aproximadamente meio século se passa e lá estava Salomão, na inauguração do mais proeminente edifício da cidade, o Templo. Todos os objetos sagrados já estavam no seu devido lugar, restando apenas um. Aquela era a hora mais esperada: A hora em que a arca entraria no templo. A arca simbolizava a presença de Deus, e sem ela, o Templo não teria significado (assim como nós, santuários de Deus, não temos significado sem Ele). E a partir daquele momento de entrada da arca, observam-se algumas chaves que Deus revela para redenção do povo e da sua nação: a primeira é A Santificação.
Naquele dia, todos os sacerdotes tinham se santificado sem respeitarem seus turnos. A presença de Deus inspirava temor, afinal, ha pouco tempo, Deus havia fulminado Uzá por ter tocado na arca!
A santificação era um pré-requisito para o povo de Deus. Seu mandamento era claro: “E sereis para mim santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26). Deus estava chegando, e a condição pra que permanecesse no local era a santificação.
Hoje, ansiamos em ver Deus, ouvir sua voz, tomar seu coração. Isso requer santidade, pois sem ela ninguém verá a Deus (Hb 12.14). O apóstolo Paulo, em sua segunda carta aos Coríntios, quando discorre sobre a impossibilidade do jugo desigual, cita algumas das promessas do Senhor para os que são santuários de Deus:
Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei, e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. (II Co 6.16-18)
No versículo seguinte, Paulo diz: “Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus”.
Afinal, era disso que Deus estava falando! Santidade, separação, serem completamente alienados no que diz respeito à carne e ao pecado.
Um acontecimento de tal relevância exigia a presença integral dos sacerdotes e dos levitas, estes, composto por cantores, músicos e os que serviam no templo. Os sacerdotes já tinham se santificado, agora era a vez dos levitas louvarem. A tribo de Levi tinha como porção da herança o Senhor e dependiam dEle pra viver. Então, todos juntos, “em um som e a um tempo”, começaram a tocar suas trombetas, harpas, alaúdes e outros instrumentos e a cantar dizendo “Porque Deus é bom e seu amor dura pra sempre!”. Esse louvor agradou tanto a Deus, que sua glória encheu o templo. A nuvem de Deus, o Shequiná, simbolizando Sua presença gloriosa, tomou o lugar. E apesar dos sacerdotes terem se santificado, não suportariam jamais a plenitude da glória de Deus. A nuvem era a forma mais “suportável” de sua presença. Mesmo assim, os sacerdotes não puderam ministrar no templo porque a glória de Deus o encheu.
A segunda chave é revelada aqui, a Adoração. Deus se mostra satisfeito com a Adoração prestada pelos levitas. Quando passeamos pelos Salmos, notamos como o louvor com músicas, danças e cânticos eram freqüentes no meio do povo de Deus. Isso só era aceito quando feito de coração. Jesus conversando com a mulher samaritana, afirma que o Pai está em busca de adoradores que o adoram em espírito e em verdade (Jo 4.23).
O falso “louvor”, ou seja, aquele que não é feito de coração, magoa o Senhor, machuca seus sentimentos. Vemos o exemplo em Is 29.13, quando o Senhor lamenta a hipocrisia de um povo que o estava adorando apenas com os lábios, enquanto mantinham seus corações longe dEle.
Davi no Salmo 145 diz: “Exaltar-te-ei, ó Deus meu, e Rei, bendirei o teu nome para todo o sempre”. Talvez seja essa a causa de Deus mudar de idéia quanto à construção do templo. Davi não adorava apenas com os lábios. Pelo contrário! Ele colocava sua vida em adoração ao Senhor… bendirei para todo sempre… Profira a minha boca louvores ao senhor e toda carne louve o seu santo nome pra todo o sempre (v 21).
É aceitável que Deus sempre reaja frente a uma verdadeira adoração e se manifeste de forma explícita. Paulo e Silas que o digam. Meia-noite, ambos presos no tronco, com vergões espalhados pelo corpo devido aos açoites, porém, havia algo que ultrapassava esses incômodos, era o coração de adorador. Cantando e orando durante a noite, a reação do Senhor é quase que instantânea: Um tremor violento ocorre, tal que todas as celas se abrem em conjunto! O Senhor não se resguardou frente a dois corações ardentes de adoradores.
Diante de todos aqueles acontecimentos no Templo, isto é, o louvor, a nuvem e a glória de Deus, Salomão, inspirado pelo Espírito, dá o próximo passo rumo ao coração de Deus: põe-se de joelhos (II Cr 6.13). A terceira chave, a Oração, é revelada indutivamente na seqüência do que poderíamos chamar de “culto à Deus”.
É de impressionar o quanto Jesus orava! Por quê? Não necessitava, já que Ele e o Pai eram um. Na ressurreição de Lázaro, por exemplo, vemos Cristo orando da seguinte forma: “Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente…” (Jo 11.41,42). Mas quando lemos Mt 14.22-33, no episódio em que Jesus anda sobre o mar, antes do milagre, nos deparamos com o Mestre orando sozinho no monte.
A oração produz intimidade. Nos faz conhecer o Amado, facilitando assim o cortejo pra ganhar Seu coração. Está ligada com a Santificação e a Adoração.
Em At 2.42 diz: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor: e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos”.- Esses sinais eram apenas resultado de uma vida de intimidade com o Senhor. Para os primeiros cristãos, o mais importante não era a operação de maravilhas, mas sim espalhar o fogo que incendiava seus corações, mostrar todo seu amor que tinham por Cristo, exalar o bom perfume.
Salomão continua sua oração e podemos até imaginar o silêncio do povo. O próprio rei media as palavras, pois sabia que Adonai, o Senhor, estava ali. E nesse clima de reverência, temor, santidade e adoração é que encontramos a quarta chave revelada: A Humildade.
Nos versículos 18 e 19 do cap. 6 Salomão diz: “Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado! Contudo, atende à oração e à súplica do teu servo, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz diante de ti”.
Qualquer ação litúrgica provinda de homens realizada naquela instante estragaria tudo! A única posição cabível era a de se humilhar perante o Senhor.
A humildade traz consigo o arrependimento. O arrependimento por sua vez é uma das características de avivamento (se não a principal!). Logo, a humildade é ingrediente básico para os que querem se aproximar do Pai, pois esta traz conserto. Em Tg 5.9,10 está escrito: “Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor e ele vos exaltará”.
Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa. E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a sua casa. E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo, e a glória do Senhor sobre a casa, prostraram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, adoraram ao Senhor e lhe deram graças, dizendo: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. (II Cr 7. 1-3)
Esse foi o desfecho das quatro chaves combinadas: A Santificação, a Adoração, a Oração e a Humildade. Era o que Deus queria. É o que Ele quer hoje da sua Igreja. Em II Pe 2.9 diz: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Ser povo escolhido de Deus implica estar em Santificação, Adoração, Oração e Humildade.
Deus se agradou tanto do que tinha acontecido naquele “culto”, de como o seu povo estava começando a “enxergar”, que no cap 7, Ele aparece a Salomão numa noite e diz que seus olhos estariam abertos e os ouvidos atentos às orações que fossem feitas naquele lugar.
E em II Cr 7.14 Deus confirma o que realmente está esperando do seu povo, revelando assim o segredo pra encontrar Seu coração:
“e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”.
Deus está a procura de Adoradores verdadeiros. Ou seja, podemos inferir que a Busca pela face de Deus se dá pela Adoração.
Em suma, temos que a Humildade, a Oração, a Adoração e a Santificação, juntas, formam “A CHAVE DO CORAÇÃO DO PAI”.
Nós, a igreja, somos o povo de Deus. Se usarmos essa chave que o Senhor nos deu, teremos um Brasil mudado, restaurado, curado e avivado.
Que a Igreja do Senhor se SANTIFIQUE, ADORE, ORE e se HUMILHE, PORQUE DEUS É BOM E SEU AMOR DURA PRA SEMPRE. Ora Vem Senhor Jesus!!!
AMÉM.
Carlos Vinícius Sarmento Silva, 20 anos, adorador.
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