Autor: Carlos Siqueira
A pedagogia é uma ciência que trata da educação, logo está diretamente ligada ao estudo dos problemas referentes à mesma, pesquisando métodos que asseguram o conteúdo informativo do aprendiz, visando assim a sua formação. Nesta escola encontramos crianças , jovens e adultos aprimorando-se para exercer o conhecimento, servindo também de guias para outros inseridos em seu contexto.
Aprender é importante pois o conhecimento liberta o ser humano dos seus preconceitos, colocando-o em uma dimensão inovadora , pois sempre estará verificando no novo, a mola impulsora da sua existência.
As escolas são conhecidas por seus alunos e mestres, aprendemos que o bom professor não é aquele que leciona para a melhor classe, mas sim aquele que consegue tornar melhores as classes que leciona, pois nesta mudança de aprendizado dos discentes, percebemos a singularidade daqueles que lecionam com maestria.
Grandes mestres são diplomados por grandes aprendizes, portanto não é apenas o aprendiz que caracteriza uma grande escola, mas principalmente os mestres que formam discípulos que irão ensinar a sua doutrina, formando então a novos mestres.
O senhor Jesus é um mestre, podemos dizer o mestre dos mestres, se entendermos que está nele a fonte da sabedoria, pois em sua estadia terrena, ensinou e praticou a sua doutrina.Foi criticado pelos religiosos, e acusado de endemoninhado, pelos que não admitiam outras doutrinas, se não a dos mestres da época.
Quando no templo, entre os judeus, Jesus ensinava e deixava os ouvintes maravilhados com o seu ensino, pois Jesus não possuía um histórico em acordo com a pedagogia da época. Os estudiosos se espantavam com a sua sabedoria e profundidade de pensamentos, pois a sua palavra não refletia aquilo que todos estavam acostumados a ouvir.
Hoje existem linhas de pensadores que sem perceber estão repetindo aquilo que seus pais falaram em épocas passadas, alguns na atualidade defendem escolas como se isto fosse a sua religião e criticam os religiosos, por sua metodologia e sistemática, só porque os mestres do passado, que hoje eles seguem, repeliram o pensamento religioso da época.
Sabemos que a religião teve o seu cenário histórico maculado pelas guerras ditas santas e isto perdura até hoje, mas Deus nada tem com isto, portanto muito daquilo que se atesta a Deus, é apenas reflexo da teologia praticada por aqueles que admitem conhecê-lo.
Alguns ateus e cientistas da atualidade projetam no homem que pratica a religião, uma responsabilidade que transcende a normalidade humana e quando não se dão por satisfeitos, colocam o religioso como ignorante e portador da semente da ignorância que contamina o desenvolvimento de toda a humanidade.
Conheço alguns estudiosos que se vangloriam do seu conhecimento, colocam a religião em segundo plano, encontrando sempre uma maneira inteligente para chamar de ultrapassado, aqueles que por algum motivo, ousam adentrar no sobrenatural. Acredito que muita coisa na religião é fruto do mito mesmo, como também nas ideologias de alguns cientistas, pois na tentativa de não depender de uma divindade acabam por depositar em si mesmos a fonte que emana todo o saber, pensando em fugir da divindade acabam por se declararem deuses.
Na época de Jesus também foi assim, pois se espantavam com ele por não ter estudado com os grandes mestres de sua época. Aprendo com Jesus que os grandes mestres nem sempre estão nas grandes escolas e que nem sempre aquilo que se ensina nas grandes escolas deve ser levado tão a sério para os nossos dias. Não afirmo com isto que devemos abolir as faculdades e seminários, não, pois se fosse assim Jesus deixaria claro no seu tempo, mas sim que precisamos observar uma escola que independe de renome para ensinar aqueles que são ensinados pelo Senhor, pois nesta verificamos a insubordinação aos conceitos estabelecidos como paradigmas inquestionáveis, pois o seu ensinamento é loucura para os homens, pois não cabe ao natural entender as coisas do espírito porque estas se entendem espiritualmente. A escola de Jesus capacita o homem a ouvir a voz de Deus, para então praticar a sua vontade.
Certo autor declarava que a língua portuguesa está engessada pelo fato de estabelecermos na lingüística, padrões que não podem mais ser modificado. Quando alguém afirma que o linguajar é culto ou então rebuscado, na realidade está colocando um referencial, mas este marco pode estar ultrapassado, pois a época mudou, as expressões mudaram e a linguagem encontrou novas expressões idiomáticas que refletem a cultura.Este autor dizia que a linguagem seria um grande rio e que a lingüística apenas um braço deste rio.Quando na cheia, na criatividade da linguagem, isto é na manifestação cultural, apresentaria as formas presentes percebidas pela cultura, e quando na baixa do rio, estes braços serviriam de referencias que nos direcionava ao grande rio da criatividade da lingüística.
Quando rotulamos a lingüística com paradigmas de uma época , deixamos de atingir a cheia do rio, trazendo o entendimento da linguagem para uma época de farmácia com ph e gol como goal, enfim não deixamos à criação, o romper dos paradigmas ,colocando marcos onde na realidade poderíamos ir além, ou então mesmo na cheia do rio, continuamos com os braços sem receber a água da cheia, tolhendo toda criação a conformação da mediocridade.
Assim o ensino de Jesus, possui uma fonte que jorra da eternidade para a dimensão natural, onde nos deliciamos na teologia experimentada em nossa conversão. O problema disto é que se nos desviarmos do rio principal, estaremos engessando da mesma forma a teologia do mestre, ensinando doutrinas de homens, ensinamentos que embora tenham o nome de cristãos, são apenas braços de rios que não estão vinculados a grande fonte que jorra do trono de Deus.
Jesus afirma para os mestres de sua época que o seu ensino não é dele, pois pertence àquele que o enviou, portanto não é um ensino aprendido em escolas terrenas, mas um ensino transmitido diretamente pelo Pai celestial.O ensino de Jesus não está nas grandes escolas, ou com os grandes mestres da terra mas com Deus, disponível apenas àqueles que encontram em Jesus o seu mestre e senhor.
A única maneira de conhecer a sua doutrina é tendo um coração inclinado a fazer a vontade do Pai, este ser obediente entenderá em seu coração a verdadeira doutrina, bem como em Jesus o seu único mestre.
Jesus cristo declara que os mestres da época falavam em nome de si mesmos, mas ele falava em nome do Pai e os seus discípulos em nome de Jesus. Os mestres da época buscava a glória dos homens mas os discípulos de Jesus apenas a glória de Deus.
Os ensinamentos de Jesus são justos, portanto acima da dimensão humana, que é limitada e injusta, fazendo acepção de pessoas , colocando uns em primeiro lugar em detrimento de outros. Jesus mostra que a lei de Moisés foi por um tempo o grande rio e agora ele , que é superior a Moisés traria uma nova lei, não omitindo o braço do rio, mas indicando ao homem o grande rio, a fonte maior, onde todos poderiam agora aprender em abundância.
Os mestres da época haviam se desviado até do pequeno braço de rio, que era a lei de Moisés, haviam criado os seus guetos políticos-eclesiásticos, Jesus não poderia facilmente destituí-los da glória que alcançaram com a religião, mas tentou mostrar que nem mesmo a lei de Moisés eles estavam cumprindo, pois o fim da lei era ele, Jesus, para a justiça do homem, para que o rio maior fosse encontrado na cheia e o menor, a possibilidade renovação das águas.
Quando aprendemos com o mestre, certamente estaremos na cheia do rio, mas nos momentos de dificuldades , quando nos braços do rio, teremos referenciais que nunca se estagnarão, pelo contrário, se renovarão constantemente, independente da época, pois Deus não muda.
A humanidade muda, pois é um somatório de experiências, sendo assim aquilo que Deus falou, continua falando, mas o ouvinte
entenderá a voz de Deus de acordo com a língua de sua época. Apegado ao pequeno braço de rio, ou a uma doutrina legalista, criada por homens, o homem não pode adentrar nas grandes águas do trono de Deus, portanto deixará de provar da palavra que se renova, buscando a cada manhã atingir em novidade aquele que é livre da escola religiosa.
Aqueles que buscam a doutrina de cristo precisam entender que ela não se submete aos braços dos rios, pelo contrário é ele que define nas baixas a geografia dos afluentes, para que nas diversas regiões encontremos uma parcela daquela grande fonte emanada de Deus.
Aprendendo com o mestre é uma pedagogia que não está subordinada as escolas de nossa época, mas encontrará nas escolas de nossa época, homens conhecedores da sua doutrina, para que por intermédio dela se aprimorem com a técnica, para que ao profetizarem, falem a palavra de deus com o conhecimento de sua época, mas com a sabedoria que lhe foi dada pela escola do Senhor.
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