Adolescência: época de escolha

Autor: Ana Paula Bragante Henriques
“Qual é a escolha mais difícil que um adolescente deve fazer?”

O início desta matéria é uma pergunta a cada um de vocês, leitores: “Qual é a escolha mais difícil que um adolescente deve fazer?”

Para quem respondeu “a profissão”, meus parabéns! Realmente, a adolescência é marcada por uma decisão muito importante que é a escolha profissional. Para quem respondeu: namoro, trabalho, turma de relacionamento, modo de vestir, de agir… também, meus parabéns! Esta fase é marcada por escolhas, algumas delas que nos acompanham pelo resto de nossas vidas.

Pensando desta forma, parece um pouco aterrorizante, uma vez que, na adolescência, o jovem ainda não é capaz de ver com clareza a importância de algumas destas escolhas: ele pensa que seus problemas são os únicos e os mais importantes do mundo e não têm solução. Já repararam como os jovens são fatalistas? (Ah, isso não poderia ter acontecido; Isso só acontece comigo; Meus pais não vão esquecer nunca; Nunca mais vou encontrar alguém como Fulano(A); Se eu não fizer isto, jamais serei feliz; etc.. )Ah!

Não quero aqui diminuir o sofrimento que os jovens sentem, quando passam por conflitos como estes, pois é um sentimento real! Todos nós, um dia, passamos por algo semelhante, não é mesmo? Porém, o que eu quero deixar claro é que estes conflitos devem ser encarados como possibilidades de crescimento e não como um penhasco que não se pode atravessar.

COMO FAZER ISSO?

A ESCOLHA PROFISSIONAL É FEITA MUITO CEDO E NORMALMENTE O JOVEM SE VÊ SOZINHO PARA DECIDIR SOBRE O SEU FUTURO

Em primeiro lugar, o jovem deve orar. Quero salientar aqui que o jovem cristão não deve se desesperar frente aos seus problemas: leia Mateus 6:25 a 34 e Filipenses 4:6 e 7.

Em segundo lugar, o jovem pode procurar ajuda para entender melhor a si mesmo, suas dificuldades, dúvidas e anseios, ajuda esta, que pode ser através de um profissional.

Aqui vai um alento que na verdade, não é novidade: existem, dentro da Psicologia, profissionais que podem realizar a Orientação Profissional/Vocacional. Para que serve isto? A Orientação Vocacional tem por objetivo auxiliar o jovem na sua decisão, levando em conta:

a) sua vocação – (entende-se por vocação, aquilo para o qual você se sente “chamado”, levando-se em conta seus interesses / gostos e habilidades / saber fazer)

b) o mercado de trabalho

c) a família

Dentro de uma Orientação Vocacional, trabalha-se com testes (não devem ser utilizados sozinhos, como uma resposta mágica e, sim, levantar mais dados para o auto-conhecimento), jogos, dinâmicas, debates e entrevistas com profissionais das áreas de interesse dos jovens, entre outras atividades. O objetivo principal é ajudar o jovem a conhecer-se melhor e, a partir de uma gama de possibilidades, definir duas ou três ou pelo menos, a área de interesse, pois, muitas vezes, os jovens chegam até a orientação, pensando que gostam de tudo ou que não querem nada.

As entrevistas com profissionais da área levam o jovem a vivenciar um pouco do dia-a-dia daquela profissão e visualizar como “anda” o mercado de trabalho para profissionais deste ou daquele ramo. Assim, o nosso vestibulando não idealiza algo sem nem ao menos saber se existe campo para aquele trabalho. Ele pode entrar no barco, sabendo se haverá chuvas, tempestades ou vento suficiente para levá-lo aonde quer chegar.

Aos pais destes jovens vestibulandos, cabe uma função importantíssima, que é não pressioná-lo mais do que ele já está sendo pelas próprias circunstâncias.

ELE DEVE ENXERGAR NOS PAIS, AMIGOS COM QUEM ELES PODEM TIRAR DÚVIDAS, CHORAR…

Os pais depositam em seus filhos muita expectativa: “Eu queria tanto que ele(a) fosse médico(a), seguisse a minha carreira, de meu pai, de meu avô… “, “Ah, se meu filho não passar, o que fulano vai falar… o filho dele passou na primeira!”, “Filhinho, você tem que passar numa faculdade gratuita, senão eu não posso pagar, entendeu?”… Tudo isso faz o jovem ter sua auto-estima reduzida, levando-o a um sentimento de fracasso, impotência, vergonha, e por vezes, depressão. Pais, orem por seus filhos e procurem ajuda profissional, se necessária. (Provérbios 15:22)

Finalizando, a orientação vocacional é desenvolvida por psicólogos e muitas escolas oferecem este tipo de auxílio aos seus alunos. Caso a sua não ofereça, informe-se em Universidades que possuam curso de Psicologia, pois, muitas vezes, é oferecida, gratuitamente, uma orientação pelos alunos do próprio curso, supervisionados pelo professor.

LEIAM MUITO, OREM MAIS AINDA!

“Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher!” Salmos 25:12

Psicóloga, formada pela Universidade São Marcos, atuando na área organizacional, como coordenadora de Recursos Humanos da Siscorp Serviços e Informática e lecionando no Seminário Bíblico Renovado, na Sede.

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