Autor: ELIAS DANTAS FILHO
TEXTO: 1 CORÍNTIOS 1:4-9
LIÇÕES APRENDIDAS:
Vs 5: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento.”
A AFIRMAÇÃO BÍBLICA
A vida não é fácil para ninguém. Nós vivemos em uma constante luta por nossos ideais, aspirações e planos. É comum que dividamos a nossa vida em várias áreas, tais como: Espiritual, emocional, física, psíquica, econômica, familiar, intelectual, profissional, etc. Para todas elas, temos os nossos anseios. Mas, é também verdade que, para muitos de nós, tais anseios tem se tornado em amargos tormentos, quando os dias passam e não os vemos alcançados.
Na verdade, temos uma visão muito limitada e horizontal do que, na verdade, são os nossos tesouros, bem como o critério com que medimos nosso progresso. O texto acima nos dá a visão divina do que se processa em nossa vida. Ele diz: “Em tudo, já fomos enriquecidos.” Que grande afirmação!
No entanto, parece existir um abismo entre o que a Bíblia diz e o que as nossas vidas revelam. Muitos dos nossos sonhos ainda não foram realizados. Ainda continuamos a aspirar por várias coisas que não tem se materializado. Como, então, entender esta idéia de que já estou enriquecido?
O DISCERNIMENTO NECESSÁRIO
O texto nos responde a pergunta acima, chamando a nossa atenção para a questão do discernimento espiritual. Somente aqueles que desenvolvem esta capacidade hermenêutica, conseguem viver em plenitude, de acordo com as riquezas divinas. Que discernimento é este, que nos leva a ver a nossa grande fortuna? É o discernimento que vem pela palavra e pelo conhecimento.
É um grande erro não conhecer a Palavra, pois é ela mesma quem testifica de todas estas cousas. É a palavra quem nos faz ver os tesouros da graça divina. É a Palavra quem nos mostra quem éramos, pecadores perdidos, sem Deus e sem esperança neste mundo; e o que somos hoje, pela graça divina: remidos, reconciliados, herdeiros das riquezas celestiais em Cristo Jesus, pessoas que tem condições espirituais e morais de resistir ao dia mau e permanecer inabaláveis, homens e mulheres que andam de fé em fé, de glória em glória, abatidos, porém não destruídos, sempre crendo contra a esperança, de que o melhor, em Cristo, está sempre por vir; redimidos que entendem que a vitória que vence o mundo e os dardos inflamados do maligno, é esta fé, embazada na Palavra.
O outro ingrediente deste discernimento, é o conhecimento. A maneira como entendo isto, é a de um conhecimento de duas partes: experiencial e doutrinário. Sem uma experiência com Deus, pessoal, constante, profunda, íntima, que envolva nossa mente, sentimentos e vontade, a doutrina e conhecimento intelectual das Escrituras não passa de pura letra – seca e indescernível. Por outro lado, sem um conhecimento doutrinário – a doutrina dos apóstolos – firme, sólido, bíblico, honesto, fruto de muito tempo de estudo, e adornado com a sabedoria de muitos outros santos, a experiência é como uma enxurrada, que vem, molha a terra, enche o rio, mas logo passa, com a aridez retornando, e o rio secando de novo.
São estes dois elementos: a Palavra, que é viva e eficaz, e o conhecimento experiencial e doutrinário dela, que nos capacitam a entender que, estamos melhor hoje, do que estávamos antes de conhecermos a Cristo. Mas, em que sentido estamos mais enriquecidos?
A VERDADEIRA RIQUEZA
Quem alcança o discernimento mencionado acima, descobre que o segredo da vida abundante e rica, reside em duas coisas: Contentamento e gratidão. O cristão amadurecido sabe que uma das maiores bençãos que pode experimentar é a benção do contentamento. “Alegrai-vos sempre”, é a recomendação apostólica. No entanto, o contentamento, no sentido da alegria, só acontece quando estamos contentes, no sentido de satisfeitos com o que Deus nos tem dado. Isto não indica, necessáriamente, um conformismo estagnado diante das possibilidades da vida. O que entendo aqui, é uma satisfação com o que Deus tem me dado hoje, pois isto tem permitido meu crescimento espiritual, minha devoção a Cristo, o serviço caridoso aos outros, etc. Somente o contentamento faz com que os pobres se tornem ricos. A sua ausência, faz com que os ricos se tornem pobres. “Senhor, eu te agradeço pela minha família, amigos, trabalho, bens materiais, e tudo o mais que tem me dado. Se não me deres nada mais, estou contente. A única coisa que ainda me deixa insatisfeito, mas ao mesmo tempo motivado, é o conhecimento de tua pessoa. Quero-te mais. Ajuda-me!”
O outro aspecto resultante do descobrimento do verdadeiro discernimento, é a gratidão. Um coração contente, agradece. A gratidão cristã deve-se refletir em duas perspectives: devoção a Deus e serviço no mundo. Estes dois ingredients formam o cerne do que significa viver para a glória de Deus. Esta é a nossa riqueza verdadeira.
Os nossos grandes tesouros residem em conhecermos e sermos conhecidos por Deus. Eles também residem na vida com propósito: Quer comendo, bebendo, ou fazendo qualquer outra coisas – trabalhando, praticando esporte, se socializando com outras pessoas, no convívio da família, nos ministérios da igreja, nas viagens de negócio, no exercício da cidadania, etc. – temos que ter um propósito no que fazemos. O propósito é: A glória de Deus. Esta é a nossa grande riqueza e razão para existência. É isto que nos motiva a irmos adiante e tentarmos ser bençãos para os outros.
Para o comandante de um navio que não sabe em que porto quer chegar, todos os ventos lhe são contrários. Nós sabemos aonde queremos ir. Nosso objetivo final é a eterna comunhão com o Deus Trino. É para ele que vivemos, nos movemos e existimos. A Boa nova para nós, hoje, é que o apóstolo nos diz: “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo.” Deus levará o barco da nosa vida à um final feliz.
ORAÇÃO FINAL
Senhor, somos-te agradecidos pelo que somos e temos. Em tudo, temos sido enriquecidos. Nossa alma só tem sede de uma coisa: De Ti, ó Deus vivo. Ensina-nos as virtudes do contentamento e da gratidão por tudo que nos tem dado. Dá-nos, também, a motivação e iluminação espiritual para ocnhecer-Te mais, para melhor te obedecer. No nome de Jesus.
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