A última oração de Jesus

Autor: Josivaldo de França Pereira

É evidente que a última oração de Cristo na cruz do Calvário, registrada por Lucas, foi: “… Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! …” (Lc 23.46; cf. Sl 31.5). Entretanto, sua última oração pelos pecadores, momentos antes de morrer[1], foi exatamente esta aqui: “… Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem …” (Lc 23.34).[2]

A última oração de Jesus na cruz pelos pecadores é tradicionalmente aceita como sendo a primeira dentre sete palavras ou declarações que Ele fez, embora não se saiba ao certo a seqüência exata delas.[3] Das sete palavras de Cristo na cruz do Calvário, Lucas registra justamente as três que não se encontram nos demais evangelhos; a saber, as declarações de números 1 (v34), 2 (v43) e 7 (v46). Nosso propósito é analisar apenas a primeira declaração (que passa a ser a última dentro da perspectiva e ênfase que pretendemos estudar com você), seu significado teológico, sua relação com o Antigo e o Novo Testamentos e suas implicações para a igreja.

1)     Análise da última oração de Cristo na cruz pelos pecadores

a)     “Pai”

Quanto afeto esta palavra pode expressar quando proferida pelo Filho Unigênito. Jesus falava constantemente de Deus como “meu Pai” porque entre eles há um vínculo familiar no mais absoluto e perfeito sentido que o termo “família” pode expressar. O relacionamento entre o Pai e o Filho em sua plenitude está além da compreensão humana. Ser submisso à vontade do Pai a ponto de entregar a vida pelos pecadores significou a maior prova de amor que Jesus deu ao Pai e a nós. Ele é um com o Pai em sua natureza divina (Jo 5.18; 10.30) e no propósito da entrega de si mesmo por amor (Jo 3.16; Rm 5.8).

A segunda pessoa da Trindade recebe o nome de “Filho” ou “Filho de Deus”. Mas este nome não lhe é aplicado sempre no mesmo sentido. Considerado tão somente como a segunda pessoa da Trindade ele é chamado de Filho de Deus por causa de sua geração eterna pelo Pai (Jo 1.14,18; 3.16,18; Gl 4.4). Ele também recebe este nome em um sentido oficial por ocasião de Sua encarnação, para designá-lo como o Messias escolhido de Deus (Mt 8.29; 26.63; 27.40; Jo 1.49; 11.27). E, por último, é chamado de “Filho de Deus” pelo menos em uma passagem, em virtude de ter sido gerado pelo Espírito Santo em seu nascimento virginal (Lc 1.32,35).

Na cruz o Filho foi desamparado pelo Pai quanto ao pecado que levava, mas foi ouvido em sua oração quanto ao seu papel de Mediador.

b)     “Perdoa-lhes”

Qual o significado desta expressão e por quem Jesus orava quando dizia ao Pai “perdoa-lhes”? Quem são os “lhes” desta oração? A interpretação de Hendriksen quanto ao significado da expressão “perdoa-lhes” é interessante, sobretudo porque envolve não só o esquecimento da culpa dos transgressores, mas também a livre graça de Deus em conceder-lhes o arrependimento para a vida, conforme Atos 18.11. Diz ele, então, que as palavras “perdoa-lhes” significam: “Apaga suas transgressões completamente. Em tua soberana graça concede-lhes o verdadeiro arrependimento, de maneira que eles venham a ser totalmente perdoados”.[4] Além disso, essa interpretação é favorecida pelo fato da construção gramatical ser exatamente a mesma em Lucas 11.4 (“perdoa-nos os nossos pecados”) e 17.3 (“se ele se arrepender, perdoa-lhe”).[5]

Quanto aos objetos desta oração, as interpretações são bem heterogêneas. Segundo Robertson, “Jesus evidentemente está orando pelos soldados romanos, que estavam apenas cumprindo ordens, mas não pelo Sinédrio”.[6] Hendriksen discorda de Robertson quanto a exclusão do Sinédrio.[7] Kevan entende que esta é “uma oração não só para os soldados romanos, mas também para os judeus”.[8] Morris argumenta que a oração de Jesus “Não define restritamente aqueles em prol dos quais Ele ora, e Seu lhes provavelmente inclua tanto os judeus que eram responsáveis pela crucificação quanto os romanos que a levaram a efeito (cf. At 2.23; 3.17; 13.27,28; 1Co 2.8)”.[9] Barnes diz que não fica claro se Jesus está se referindo “aos judeus ou aos soldados romanos. Talvez refira-se a ambos”.[10] Champlin inclui a todos nesta oração: “Os intérpretes se equivocam quando tentam limitar as aplicações dessa declaração, dizendo ‘não Pilatos’, e nem os ‘escribas e fariseus’, etc., por terem pecado contra o conhecimento e a luz”.[11] Lenski é cauteloso ao responder a pergunta que ele mesmo faz, Estavam Caifás e Pilatos incluídos? “Nós preferimos não fazer julgamentos individuais, pois somente Deus conhece os corações e o grau de pecado deles por falta de melhor conhecimento”.[12]

Penso que o Sinédrio, enquanto instituição e organização, realmente não estava incluído nesta oração; porém, indivíduos, membros do Sinédrio, não podem ser descartados dela. Nicodemos, Paulo e outros, são exemplos disso. Os judeus também foram lembrados. “Não o povo como um todo, mas muitas famílias e indivíduos foram convertidos”.[13] Do mesmo modo todos aqueles que vieram e virão a crer em Jesus, sendo judeus ou não.

c)     “Porque não sabem o que fazem”

Quem, daquelas pessoas que ali se encontravam e participavam direta ou indiretamente da crucificação de Cristo, sabia realmente o que estava fazendo? Hendriksen diz que os soldados certamente não sabiam. E mesmo os membros do Sinédrio, embora devessem saber que estavam fazendo o que era mau (cf. Jo 11.47-53), não compreenderam a extensão daquela maldade.[14]

O Pai ouviu e respondeu esta oração? É evidente que sim. Nesta oração está incluído, dentre outros atributos, o apelo à misericórdia e longanimidade de Deus (cf. 2 Pe 3.9). O Pai reteve a sua ira, ao deixar de derramar de imediato sua fúria sobre os pecadores. Haja vista que a queda de Jerusalém não ocorreu imediatamente. Por um período de cerca de quarenta anos o evangelho da salvação foi amplamente proclamado aos judeus. No dia de Pentecostes quase três mil foram convertidos (At 2.31,42); pouco mais tarde “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil” (At 4.4). E “também muitíssimos sacerdotes obedeciam a fé” (At 6.7). Além disso, o maior perseguidor da igreja foi salvo (At 9). Através de Paulo o evangelho pôde ser levado aos gentios e assim todas as famílias da terra foram e estão sendo abençoadas.

Nós estávamos lá, representados por aqueles que crucificaram o Senhor da glória, e por causa daquela oração também fomos alcançados e perdoados.

2)     O significado teológico desta oração e sua relação com o Antigo e  o Novo Testamentos

a)     O significado teológico desta oração

Comentando acerca da gravidade do pecado, mesmo que por  ignorância, J. C. Ryle disse:

O princípio que essas palavras (de Lucas 23.34) encerram merece bastante atenção. Por outro lado, importa não supor que a ignorância não seja culpável e que os ignorantes merecem o perdão. Segundo esse critério a ignorância seria um dom de grande preço. Por outro lado, não se pode negar que a Escritura ensina que os pecados cometidos por ignorância são menos graves aos olhos de Deus do que os que se cometem com pleno conhecimento. Em nosso conceito, o que Jesus queria dizer com as palavras citadas foi que aqueles que o crucificaram não compreenderam a grandeza da malvadez que estavam praticando. Sabiam que estavam crucificando um homem a quem reputavam impostor, mas não sabiam que esse homem era o Messias prometido, o Filho de Deus.[15]

 

Deus perdoa nosso pecado não por causa da ignorância, mas apesar dela, visto que a ignorância não justifica o erro e muito menos absolve alguém do pecado. Além disso, sofrendo intensa dor naquela cruz, Cristo “não só era condenado pela iniqüidade dos homens, mas ao mesmo tempo, era condenado pela justiça de Deus! Sim, na cruz, Jesus ocupava, como se fora o réu, o lugar de pecador”.[16] É como se Ele dissesse ao Pai, “eles não sabem o que fazem, mas eu sim, eu assumo a culpa deles!”.

No entanto, a frase “eles não sabem o que fazem” não quer dizer que os objetos da intercessão de Cristo estavam inconscientes do crime que praticavam. O pecado por ignorância inclui tanto os atos conscientes da desobediência quanto transgressões cometidas como o resultado de fraqueza e fragilidade, conforme observa MacArthur:

Essas pessoas estavam se comportando de modo cruel e sabiam disso. A maioria estava completamente ciente do fato de seu mau procedimento. O próprio Pilatos tinha testemunhado da inocência de Jesus. O Sinédrio estava completamente ciente de que nenhuma acusação legítima poderia ser apresentada contra ele. Os soldados e a multidão poderiam facilmente ver que uma grande injustiça estava sendo cometida, e mesmo assim eles todos alegremente participaram. Muitos dos espectadores que estavam escarnecendo no Calvário tinham ouvido Cristo ensinar e o tinham visto fazer milagres. Eles realmente não poderiam ter acreditado no próprio coração que ele merecia morrer desse modo. A própria ignorância deles era inescusável, e certamente não os absolvia da culpa pelo que estavam fazendo.[17]

 

Então, por que Jesus orou,  “… Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem …” se na verdade aquelas pessoas sabiam que Ele era inocente? Jesus orou assim porque elas não tinham idéia da enormidade do crime que estavam cometendo. Não sabiam que matavam o Autor da vida.

b)     Sua relação com o Antigo Testamento

Qual o significado da oração de Jesus (“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”) à luz do Antigo Testamento? Os comentaristas costumeiramente fazem uma ligação entre Lucas 23.34 e Isaías 53[18] (em especial com o versículo 12) e vice-versa. Isaías 53.12 diz: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”.

Conquanto seja correto afirmar que Lucas 23.34 é “um cumprimento literal”[19] de Isaías 53.12, esta última passagem não diz tudo acerca da primeira. Isaías 53.12 fala da intercessão mediadora do Messias que havia de vir, de um modo geral; mas não trata especificamente a questão da ignorância. Por isso, é necessário que voltemos as páginas de nossa Bíblia no livro de Levítico. Note que o capítulo 4 de Levítico relata uma série de sacrifícios pelos pecados por ignorância, isto é, os sacrifícios pelos pecados por ignorância dos sacerdotes; os sacrifícios pelos pecados por ignorância de toda a congregação; os sacrifícios pelos pecados por ignorância de um príncipe e os sacrifícios pelos pecados por ignorância de qualquer pessoa. Observe também que os sacrifícios por ignorância dos sacerdotes e os de toda a congregação eram semelhantes em seu final, enquanto que os sacrifícios por ignorância de um príncipe e os de qualquer pessoa eram distintos dos dois primeiros.[20]

Acerca do sacrifício pelo pecado por ignorância de um sacerdote ou de toda a congregação[21], é dito que o novilho deveria ser levado para fora do arraial para ser queimado sobre a lenha (Lv 4.12,21; cf. Hb 13.11,12). Se por um lado é certo dizer que Cristo foi o perfeito Mediador de Lucas 23.34, do outro também podemos afirmar que Ele se entregou totalmente ao Pai como um sacerdote (ou sumo sacerdote) com pecados, por assim dizer; como a vítima do e pelo pecado; como o representante e substituto de uma coletividade pecadora (cf. Jo 11.49-52; 2 Co 5.21; Hb 7.26,27 [leia no verso 27 a expressão “… porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu”, tendo em vista o antecedente dela]). A oração de Jesus em Lucas 23.34 não consistiu de palavras soltas ao vento, inventadas por Ele naquela hora. Ele estava cumprindo cabalmente as Escrituras.

c) Sua relação com o Novo Testamento

Após a ressurreição de Jesus e o cumprimento da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os apóstolos entenderam o significado da oração do Senhor em Lucas 23.34. 

Durante seu discurso no templo, Pedro diz ao povo: “Dessarte, matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas” (At 3.15). E completa: “E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também as vossas autoridades; mas Deus, assim, cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer” (At 3.17,18).

Em seu testemunho em Antioquia da Pisídia, Paulo afirma: “Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas autoridades, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se lêem todos os sábados, quando o condenaram, cumpriram as profecias; e, embora não achassem nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto” (At 13.27,28). E em Atenas o apóstolo discursa: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.30,31).

Aos coríntios Paulo escreve: “Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1Co 2.6-8).

Aos efésios ele diz: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza” (Ef 4.17-19).

E a Timóteo: “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade” (1Tm 1.12,13).

Pedro conclui: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.14-16).

3)     As implicações desta oração para o povo de Deus

A oração de Jesus em Lucas 23.34 sugere implicações importantes para a nossa vida. Gostaria de considerá-las com você, ainda que resumidamente.

a)     Quanto à paternidade de Deus e a nossa filiação

O conceito de paternidade é revolucionário no Novo Testamento. O Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos e a nós que adquirimos o direito de sermos chamados filhos de Deus quando o recebemos pela fé (Jo 1.13; cf. Gl 3.26). Em sua primeira epístola, o apóstolo João declara: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus…” (1Jo 3.1). E Paulo complementa: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.16,17).

Na cruz Cristo pagou um alto preço para que você e eu fôssemos salvos gratuitamente. Isso nos deve levar a uma reflexão séria no sentido de que precisamos viver a vida cristã em compromisso diante de Deus e da sociedade; no relacionamento familiar e eclesiástico. Numa vida de fé e obediência, de amor ao Senhor e ao próximo; no testemunho consciente de que realmente somos filhos de Deus.

b)     Quanto ao perdão de Deus e a nossa absolvição (justificação)

A Bíblia diz que “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). E ainda: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1,2).

A maravilhosa graça de Deus é indescritível. Por graça e amor Jesus deu a vida por nós. Pediu que o Pai nos perdoasse e foi atendido. Fomos declarados justos a pesar de pecadores. Fomos aceitos porque o Unigênito Filho de Deus tomou o nosso lugar na cruz.

Que o nosso coração transborde de alegria e gratidão por nosso Deus. Que a nossa boca se encha de júbilo pelo fato de que em Cristo Jesus somos livres para amar e servir. 

c)     Quanto à sabedoria de Deus e a nossa limitação

O homem natural é ignorante das coisas espirituais. Paulo diz: “Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2.14). No entanto, “A intimidade (ou o segredo, ARC) do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Sl 25.14).

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!”, diz o apóstolo. “Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33). Mas também: “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Graças a Deus que, não levando em conta a nossa ignorância (cf. At 17.30), no sentido de que devêssemos pagar pessoalmente por ela, nos proporcionou salvação e clareza de entendimento com a sabedoria da redenção na pessoa de Jesus. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, disse nosso Senhor.

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1Co 1.30,31).

Aleluia!

 


[1] Segundo Lenski, esta oração “foi proferida enquanto a crucificação estava em andamento ou imediatamente após”. (R. C. H. LENSKI, The Interpretation of St. Luke’s Gospel. Minneapolis: Augsburg Publishing House, 1946, p. 1132).  Arndt segue a mesma linha de pensamento: “De acordo com o contexto a oração foi proferida quando os cravos atravessavam Suas mãos e pés ou imediatamente após a cruz ser levantada”. (William F. ARNDT, Concordia Classic Commentary Series: Luke. St. Louis: Concordia Publishing House, 1986, p. 469.

[2] A oração de Jesus em Lucas 23.34 não aparece em todos os manuscritos gregos. Contudo, ela se encontra em boa parte deles e em quase todas as antigas versões da Bíblia. Sua autenticidade é defendida por Pais da Igreja como Irineu, Clemente e Orígenes, e pelos comentaristas bíblicos em geral. Sobre outros detalhes do valor desta oração e as possíveis razões de sua omissão em alguns manuscritos, consulte Russell Norman CHAMPLIN, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol. II (Lucas-João). A Voz Bíblica Brasileira, p. 228; William HENDRIKSEN, New Testament Commentary: Exposition of the Gospel According to Luke. Grand Rapids: Baker Book House, 1981, p. 1028,40; Leon L. MORRIS, Lucas, Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1986, p. 306.

[3] CHAMPLIN, Lucas, p. 228.

[4] HENDRIKSEN, Luke, p. 1029.

[5] Ibidem.

[6] A. T. ROBERTSON, Word Pictures in the New Testament: The Gospel According to Luke, Vol. II. Grand rapids: Baker Book House, 1930, p. 285.

[7] HENDRIKSEN, Luke, p. 1029.

[8] E. F. KEVAN, O Evangelho Segundo S. Lucas. In: SHEDD, Russell P. O Novo Comentário da Bíblia, Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1987, p. 1056.

[9] MORRIS, Lucas, p. 306,7.

[10] Albert BARNES, Notes on the New Testament: The Gospels. Grand Rapids: Baker Book House, s/d, p. 156.

[11] CHAMPLIN, Lucas, p. 229.

[12] LENSKI, Luke, p. 1134.

[13]  HENDRIKSEN, Luke, p. 1029.

[14] Idem, p. 1028.

[15] J. C. RYLE, Comentário Expositivo do Evangelho Segundo Lucas. Rio de Janeiro: Confederação Evangélica do Brasil, 1955, p. 330.

[16] Álvaro REIS, A Primeira Palavra da Cruz. In: A. C. NASCIMENTO (ed.). Sermões Selecionados, Volume I. Governador Valadares: Apoio Pastoral, 1999, p. 173.

[17] John MAcARTHUR, JR, A Morte de Jesus. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 208,9.

[18] “Tem-se dito corretamente que parece que este capítulo foi escrito aos pés da cruz do Gólgota” (J. RIDDERBOS, Isaías: Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1986, p. 440.

[19] Ibidem.

[20] O príncipe não era mediador entre Deus e o povo no sentido específico em que o era o sacerdote. E o pecado de um indivíduo não representava o da coletividade, pelo menos não no contexto de Levítico 4.

[21] A passagem de Levítico 16 assemelha-se à do capítulo 4.1-21, com a diferença de que no capítulo 16  falava-se da oferta pelo pecado do sumo sacerdote e omite-se o pecado por ignorância (cf. Hb 5.1-3; 9.6,7).

 

Josivaldo de França Pereira é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição – SP. Licenciado em Filosofia pelas Faculdades Associadas do Ipiranga – SP. Mestre em Missiologia pela Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina-PR (www.ftsa.edu.br) e Doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/Mackenzie – SP. É autor do livro Atos do Espírito Santo (Ed. Descoberta, 2002) e de vários ensaios e artigos bíblicos em jornais, revistas e  Internet.

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