A importância da mãe na educação dos filhos

Autor: Sybill Niemann

Sybill Niemann é dona-de-casa e conta as alegrias e dificuldades que encontra no dia-a-dia para criar os seus filhos
Na edição de maio de 2003, a revista norte-americana First Things (www.firstthings.com) publicou o artigo The necessary mother. O texto foi escrito pela mãe de família Sybill Niemann, que espera o quarto filho para setembro. Apresentamos um resumo.
“O bebê estava muito grudado comigo hoje. Aos dezoito meses, Monica machucou dois dos três molares que estavam nascendo, o que a deixou bastante dolorida. Ela não quer ser deixada de lado e fica abraçando as minhas pernas enquanto eu tento fazer sanduíches para a criança mais velha, descarregar a máquina de lavar louça e pôr a roupa para lavar. Toda vez que eu cuido dela, ela me olha bem nos olhos, me dando uma paz, tirando a minha atenção do resto do mundo e me fazendo dar a ela a única coisa no mundo que ninguém mais pode dar: minha total e amorosa atenção.”
O lado difícil de ser mãe
Niemann comenta a dificuldade de falar sobre como criar as crianças hoje em dia e por quem elas deveriam ser atendi das. Comentando o dilema entre trabalhar fora e ser dona-de-casa, afirma: “Como em assuntos corno política e religião, é difícil um debate real porque a questão nos afeta profundamente e nos torna defensivos e cuidadosos.”
Com sinceridade, Niemann comenta que nem todas as mulheres podem ter o salário que o marido dela ganha e que lhe permite ficar em casa. Porém, admite ter deixado de lado várias coisas de que gostaria: “Há muitas mulheres que querem ficar com as suas crianças em casa, mas podem não estar dispostas ao sacrifício necessário. Compreensivelmente, elas podem não estar dispostas a mudar para uma casa menor, em um local menos agradável, ou a não ter um segundo carro, ou a desistir das férias, de comer fora e ir ao cinema”.
Outro sacrifício necessário, diz, é que ficar em casa pode ser muito entediante. Como exemplo, ela cita o que acontece quando se tem uma criança de três anos. Niemann chama essa fase de “Narração”. É a época em que a criança começa a contar histórias: “Jonah conta histórias sobre os vídeos a que assiste. (…) Anda pela casa narrando o que viu. Por um momento as histórias são uma doçura, repletas de palavras erradas engraçadas. Mas, após meses ouvindo, eu estou entediada. Um ‘Puxa, querido’, não é suficiente. Agora, aos quatro anos, quer que eu diga: ‘E o que o herói fez com ele?”‘
O tédio, diz Niemann, é uma objeção comum das mulheres a ficar em casa. Como uma pessoa pode manter-se ativa socialmente sem contato outros adultos por oito horas, a não ser por meio das relações pessoais e da TV? A mãe argumenta que pode ser difícil não se entediar, principalmente hoje em dia, em que há muitos modos de nos entretermos. “Agradar a si mesmo, fazer a própria rotina, sempre procurando o que é atraente – não são coisas necessariamente erradas. Mas é difícil deixá-las de lado. Nós temos muito pouca experiência em sermos pacientes com o aborrecimento em favor do bem de outras pessoas.”
Pais por causa dos filhos
Sybill Niemann argumenta que não há uma solução mágica para as dificuldades que uma dona-de-casa encontra. “Penso que é desnecessário afirmar que, apesar de tudo, ficar em casa pode ser uma recompensa. Como convencer alguém de que a crescente satisfação com o meu trabalho vai além de uma traço da minha personalidade?
Bem, acho que posso dizer isso. Como tantas outras mães em tempo integral, eu aprendi o óbvio. Mesmo o melhor professor, a mais cuidadosa das babás, não pode substituir a minha presença atenciosa. Não importa quanto uma pessoa possa concordar comigo e com meu marido, ela não pode educar e conduzir as crianças como nós podemos. É um presente de Deus para mim e para o John, somente para nós. Quando refletimos sobre como as crianças são educadas e quem as educa, penso que esse é o ponto por onde deveríamos começar.”
E conclui: “Ser pai e ser mãe é um trabalho difícil. E que nós sempre amaremos”.

Fonte: Jornal Interprensa – Ano VII – Número 70 – Julho de 2003

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