Autor: Zwinglio Rodrigues
"E em Jerusalém havia a festa da dedicação,
e era inverno. E Jesus andava passeando no Templo…" (Jo 10:22-23).
A Festa de Hanucah é um memorial que relembra a reinauguração do Templo dos judeus no ano de 165 a.C. O Templo fora saqueado por Antíoco Epifânio depois de ter ele sufocado uma revolta dos judeus. Além de saquear o Templo, Antíoco também o profanou ordenando que uma estátua de Zeus fosse erigida no interior do mesmo (167 a.C.). Como se não bastasse todas estas ações abomináveis, o rei selêucida ofereceu sobre o altar animais impuros.
Judas Macabeu, juntamente com os seus irmãos, conseguiu impor uma improvável e extraordinária derrota aos selêucidas, retomando o Templo dos domínios dos invasores. Com esta conquista, o verdadeiro culto pôde ser reestabelecido depois de uma nova consagração (purificação) do Templo no dia 25 de dezembro (kislev) do ano de 165 a.C. (ver livros apócrifos de 1 e 2 Macabeus 4:36-61).
Depois da purificação não só do Templo, mas também de Jerusalém, a Cidade Santa, um milagre (o mesmo não está narrado em 1 e 2 Macabeus, mas consta no Talmude) de elevada importância se deu. Ao se buscar óleo para acender a Menorah (Candelabro) foi constatado que os pagãos reduzira a quase zero o óleo apropriado para tal prática religiosa. Com a quantidade que tinham, os macabeus acenderam a Menorah e se puseram a procurar por mais óleo consagrado com vistas à manutenção da luz nos braços do Candelabro. Quando eles fizeram isto, de maneira miraculosa, aquela pequena quantidade de óleo se perpétuou por oito dias ininterruptos. Este fôra um sinal da presença de Deus junto ao seu povo.
Há uma relação bem próxima da Festa de Hanucah e a vida da Igreja. Quando observamos que a Hanucah é também denominada de Festa das Luzes (nesta festa as famílias iluminam suas casas), reportamo-nos à fala de Jesus Cristo que disse: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5:14). Em outras palavras, assim como a luz acesa dentro do Templo indicava o fim da profanação pagã e o dispersar de toda treva, o crente também é luz para iluminar a todos com uma vida cristã autêntica. A Igreja é convocada a restaurar os altares do SENHOR neste tempo e a resplandecer como luz "diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5:16).
Se há uma festa em 25 de dezembro com a qual a Igreja de Cristo deve se alinhar, certamente não é com o Natal, uma festa relacionada ao paganismo com o seu solstício de inverno. Jesus nunca esteve em alguma festa que prestasse homenagem ao Seu dia de nascimento (é bom lembrarmos que Ele não nasceu em dezembro), mas estava pela cercanias do Templo quando da Festa da Dedicação (Jo 10:22-23).
Feliz Festa das Luzes!
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