Autor: Elvis Kleiber
Durante minha adolescência havia uma música que falava muito ao meu coração. Um de seus refrões dizia: “se tivéssemos coração, transformaríamos cada mancha de sangue em lágrimas e cada grito de dor em uma canção. Mas o que vemos é armas, guerras e canhões e muitos corpos espalhados pelo chão”.
O mundo clama por paz, mas vive um período de ódio e guerras que se arrastam por décadas. Sinto que é urgente resgatarmos o incomparável valor da vida humana tão ultrajado em nossos tempos. Nada há de mais lamentável do que observarmos a degeneração da consciência no que tange a violabilidade com que se tem tratado a vida e a integridade da pessoa humana. Precisamos, como cristãos, fazer ecoar uma voz profética capaz de denunciar todo tipo de homicídio, genocídio, eutanásia, aborto, suicídio voluntário, escravidão, prisões arbitrárias, prostituição infantil, corrupção, suborno etc.
Observamos também como a medicina, que tem como objetivo a defesa e preservação da vida, quando exercida por profissionais de caráter inescrupuloso torna-se uma ameaça à própria vida. Quantos casos já ouvimos sobre erros ou negligência por parte de médicos que levaram suas vítimas à morte ou a seqüelas irreversíveis? Quantos médicos estão pagando pelos crimes cometidos? Talvez a resposta passe por um conjunto de leis que propositadamente serve para proteger os infratores e tornar tais processos tão morosos e difíceis de serem provados, quase sempre acompanhado pelo corporativismo da classe. Qual seria o valor de uma vida? Qual o caminho para compreendermos que a vida é o mais importante “patrimônio histórico do planeta?”
Creio que precisamos ensinar, a partir da infância, que Deus é o autor da vida e só Ele tem o direito de tomá-la. Nada haverá de reverter o descaso com que tem sido tratado a vida se não resgatarmos também o ensino religioso e seus princípios dentro de nossas instituições educacionais. Quando o valor da vida é substituído por interesses, sejam sociais, políticos ou religiosos, há a violação de uma lei espiritual que nos ensina que a preservação da vida é mais que um ideal humanista. Ela é a fundamentação da imortalidade da alma, pois a morte não é um fim em si mesmo, ela é “a páscoa do corpo” quando por meio da nova vida em Cristo nos tornamos novas criaturas (II Cor. 5:17) e readquirimos a imortalidade que Deus sempre sonhou quando “soprou o fôlego de vida” (Gn. 2:7). Um outro fator importante é compreendermos que Jesus Cristo nos oferece vida e não uma religião. Ele disse: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para vida” (Jo. 5:24b). Que Ele nos preserve a vida.