Aqui está, talvez, o diálogo mais carregado de tensão entre Jesus e os líderes religiosos de Seu tempo. Em 47 versículos, João capítulo 8 nos transporta para um confronto profundo, onde verdades eternas colidem com a rigidez humana. Vamos explorar nuances desse texto fascinante, mas hoje quero destacar um convite que transforma: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).
Logo após salvar uma mulher do julgamento implacável da multidão, Jesus volta a ensinar. Seu olhar não estava apenas naqueles que O cercavam, mas em nós— em cada coração que, um dia, buscaria clareza em meio às sombras. Os judeus, porém, ancorados na letra da lei, rejeitam Sua autoridade. Questionam Sua origem, duvidam de Suas palavras e, quando Jesus afirma: **”Vocês conhecem a mim, e sabem de onde sou? Não vim de mim mesmo, mas Aquele que me enviou é verdadeiro” (João 7:28), eles se fecham. Para eles, Deus era uma figura distante, controlável. Por isso, perguntam: “Onde está o teu pai?” (João 8:19).
Mas o relacionamento de Jesus com o Pai não cabe em definições humanas. É um mistério de amor que transcende nossa lógica. Deus não se escondeu em dogmas; Ele Se revelou em carne, sangue e palavras que quebram paradigmas. E é isso que Jesus tenta explicar: Deus não está em fórmulas, mas em encontros.
Quantas vezes também nos sentimos sem palavras para descrever o divino? Quantas vezes as perguntas do mundo nos deixam em silêncio? Talvez a resposta não esteja em debates, mas em viver de um jeito novo. Quando Jesus entra em nossa história, algo muda. Não precisamos convencer ninguém com argumentos — basta que vejam em nós a luz que só Ele pode dar.
Não sei explicar todos os mistérios de Deus. Não tenho respostas para cada dúvida. Mas sei que, quando O encontrei, fui encontrado. E essa transformação — desse encontro real — é o que o mundo precisa ver. Que nossas vidas sejam cartas vivas, não de perfeição, mas de graça. Que nossos passos mostrem que, na luz de Cristo, as trevas não têm vez.
Afinal, a maior prova de que Jesus é a luz não está em discursos, mas em vidas que, mesmo marcadas por lutas, irradiam esperança. Ele não nos chamou para convencer, mas para brilhar.
Guilherme Soto
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