Já de início faço uma ressalva: eu não entendo nada de música, louvor, coral, bandas etc. Todavia, gosto muito de músicas evangélicas. Muitos sermões que eu fiz foram inspirados em canções que em determinados momentos falaram forte ao meu coração. Lembro especialmente de dois sermões: O Inimigo Ausente que foi inspirado no Grupo Logos (Santo Lugar). Outro sermão foi O Lençol das Mudanças de Guilherme Kerr (Conceitos e Preconceitos), e tantos outros estudos bíblicos e devocionais.
Quando ouço essas músicas que fizeram parte da minha juventude na igreja sinto um vazio em relação às músicas de hoje. Não quero ser injusto, mas me parece que o “louvor” de hoje carece das duas coisas: letra e ritmo.
Se você ouvir as músicas do Grupo Elo, Logos, Vencedores por Cristo, Milad, Rebanhão, Altos Louvores etc., para ficar somente com as bandas e você ler os comentários que as pessoas deixam no YouTube irá perceber que existe uma lacuna a ser preenchida por bandas e músicos para que recuperem o verdadeiro sentido da música evangélica.
Anoto alguns exemplos do que li:
– Ouvir e chorar. Época de verdadeira adoração.
– Hoje estou com 24 anos e quando escutava esses louvores deveria estar com uns 10, 12 anos… Marcou minha infância!
– Sinto Deus nestas músicas, algo preenchendo o vazio.
– Os mais lindos louvores…. É uma inspiração para nossas almas e enlevo espiritual.
– Saudade desse tempo. Esses cânticos marcaram minha adolescência.
– Dizer o quê desses louvores simplesmente lindos!
Esses são uns poucos das centenas de comentários nessa direção. Qual é o desafio para os músicos da nossa geração? Creio ser o mesmo que é feito para os pregadores da Bíblia. Um retorno aos princípios elementares da fé cristã.
O movimento “gospel” comercializou a música cristã e foi para a nossa música o que a teologia da prosperidade foi para o púlpito. As músicas, assim como as mensagens são antropocêntricas e de autoajuda.
As músicas de hoje são do tipo fast-food. Feitas em momentos de “inspiração”, canta-se uma ou duas vezes e já passamos para outra, pois tem muitas na fila.
Precisamos de poetas cristãos que primeiramente entendam de Bíblia, teologia, doutrinas. Poetas que saibam a nossa língua. Poetas que componham letras bíblicas, missiológicas, adoração. Letras que apontam para os atributos de Deus, da vida de Cristo, da presença do Espírito.
Como eu disse, eu não entendo de música. Talvez esteja equivocado.
Antonio Carlos Barro
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