Autor: Marisa K. Alvarenga de Siqueira Lopes
Tenho o péssimo hábito de pensar sobre o que está acontecendo à minha volta. Dia desses, peguei-me pensando sobre uma grande confusão que ocorre em relação ao tema liderança. O que acontece é que muitas pessoas simplesmente confundem liderança com lidherança, tomando uma coisa pela outra . Mas, afinal, o que vem a ser essa tal de lidherança?
Lidherança é um termo que eu criei para designar o uso do poder para fins exclusivamente pessoais. Ela é exercida por aqueles líderes que só se preocupam em conquistar privilégios pessoais, em encher os próprios bolsos, em passar o poder de mão em mão dentro de uma mesma família, em se manter e se perpetuar no poder. Resumindo, lidherança é uma distorção do verdadeiro significado de liderança.
Em tempos de eleição, acho bastante relevante que o eleitor comece a pensar sobre esta questão. O Brasil é hoje uma nação em busca de grandes líderes que estejam preocupados:
– com o bem-comum (não, apenas, com seu próprio bem);
– com a justiça, a democracia e o cumprimento das nossas leis (não, apenas, com privilégios pessoais);
– em encher a panela do pobre, do desempregado (não, somente, o próprio bolso);
– em fazer uso adequado do poder (não em nele se manter e se perpetuar).
Mas como saber separar o joio do trigo? Os indícios da verdadeira liderança são encontrados naquelas pessoas que fazem o que falam, que têm um exemplo de vida coerente com aquilo que dizem ser, que seguem princípios e valores que demonstram respeito pelo ser humano, amor ao próximo, compromisso com a ética e a verdade.
Gostaria de deixar bem claro que não estou falando de política. No próximo dia seis de outubro não estaremos escolhendo simplesmente novos políticos, mas, sim, os novos líderes desta nação. È extremamente importante que saibamos escolhê-los bem, que tenhamos sabedoria na hora de exercer o nosso direito. Ou você prefere acreditar naquela velha ladainha que diz que o seu voto não faz a menor diferença, que não muda coisa alguma?
A nossa Constituição Federal, em seu artigo 1º, parágrafo único, diz que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Isto significa que os políticos não chegam ao poder por si mesmos; somos nós que os colocamos lá, nós que lhes damos poder através do nosso voto.
Portanto, eu lhe digo que só é massa de manobra nas mãos de políticos quem quer ser. Nós precisamos aprender a votar, a escolher bem nossos candidatos, a não nos deixarmos enganar por falsas promessas ou influenciar pelo cinismo reinante, a não brincar com nosso direito. Precisamos aprender a exercer nossa cidadania com responsabilidade e, jamais, abrir mão dela, porque, como cristãos, é nosso dever lutar por uma sociedade mais justa, mais digna e mais humana.
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