Autor: Jonathan Menezes
Ao mesmo tempo em que a graça de Deus nos acolhe em nossas fraquezas e superabunda frente à multidão de nossos pecados, ela também pressupõe compromisso com o Deus que nos justifica, mas, igualmente, nos corrige. Muitas vezes, vemos nossos corações encharcados de uma angústia que nos tira o sono, que mina a paz do Espírito, mas que também nos faz acordar para o fato de que, se chegamos nesse ponto, é porque nos afastamos da comunhão com Deus em algum momento de nossas vidas, seja pela apatia, indiferença ou outro pecado.
Essa angústia na alma, uma incômoda sensação de desajuste e até uma certa culpabilidade podem ser sintomas desse distanciamento. O que fazer quando isso acontece? Seria simplista demais dizer que bastaria orar e ler mais a Bíblia para tudo se resolver. Por outro lado, seria um crime negligenciar a importância e o poder de transformação que há nestes dois itens básicos de uma vida cristã, saudável e produtiva.
Quão custoso se torna o caminho de saída desse labirinto em que entramos quando percebemos que nos afastamos de um relacionamento vivo com o Senhor – veja que eu digo “nos afastamos” e não que Deus esteja longe ou ausente. Vemo-nos mais próximos da enganação, de nos mantermos apenas como ouvintes passivos da Palavra. Todavia, a Palavra nos impele à ação – “tornai-vos praticantes” – o que significa considerar o que temos feito e retornar ao caminho de escuta e vivência, pela graça, da palavra de Deus.
O Senhor nos corrige porque nos ama. Pode nos envergar, mas nunca quebrar; nos provar, mas nunca desamparar. Tudo isso me leva a concluir que podemos nos distanciar, por um pouco, de uma relação viva com o Senhor, mas nunca o bastante para que jamais o encontremos outra vez ou para que nos deixe de amar. Nada pode nos separar do amor de Deus. Que doce mistério! A Deus seja a glória.
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