Autor: Ashbell Simonton Rédua
“Achou-o numa terra deserta e num ermo solitário povoado de uivos; rodeou-o e cuidou dele, guardou-o como a menina dos olhos”. Deuteronômio 32:10.
Uma das principais causas do sofrimento humano é a solidão afetiva. Este sentimento tem causa quando o equilíbrio emocional entra em colapso e a pessoa é afastada do convívio social familiar, religioso.
A separação da Igreja ocasionado pela prática da disciplina eclesiástica, a separação familiar ocasionado por abandono ou pela morte do ser amado, as dificuldades sociais, como desemprego, qualidade de vida sub-humana, pais ausentes, pais negligentes, pais excessivamente rígidos ou pais incapazes de demonstrar afeto, “tira-lhe o chão e faz com que a pessoa perca toda base onde apoiava sua vida”.
Estas situações de solidão está profundamente associada a carência afetiva, uma falta de nutrição emocional originária da história individual de cada um.
Alguns seguimentos sociais como o lar, a escola e a igreja são instituições que atendem as necessidades básicas individuais. “Esse reconhecimento nos leva a perceber precocemente o quanto nossos comportamentos geram uma reação, seja positiva ou negativa por parte daqueles que amamos e dos quais somos dependentes”.
Somente o tempo é capaz de testar a auto-estima e autoconfiança possibilitando “estabelecer relações onde possamos ter conhecido o respeito a nossa individualidade”. Contudo “quando isto não ocorre, o desenvolvimento emocional se dá de forma desequilibrada e a pessoa seguirá pela vida estabelecendo relações afetivas onde predominam a insegurança e a dependência”. Isto é, a pessoa passará a condicionar seu comportamento de modo a obter a aprovação daqueles a quem quer agradar. Nisto várias pessoas se submetem a humilhação, abusos, explorações e toda sorte de desrespeito, simplesmente para garantir a comunhão e não sentir-se ameaçada pela solidão.
A solidão afetiva é dolorosa, machuca, e ela pode ser vivida no meio de tanta gente. Apesar de ter uma vida aparentemente vivenciada na comunidade cristã, no lar e na sociedade em geral, existe um espírito de solidão que leva-os a viverem em deserto onde não se compartilha mais e nem se deixa compartilhar.
A maioria das pessoas que freqüentam as Igrejas “ou sente falta de uma sensação de “fazer parte” ou sente falta de emoção de “ser entendida”. Por isso, a solidão afetiva está arraigada à questão dos relacionamentos interpessoais.
“É uma experiência emocional, social, mas também espiritual. A alienação de Deus é um tema central da Bíblia, que faz da solidão afetiva um dos problemas mais sérios. A opção do homem moderno pela conversão da mente ao humanismo, ao secularismo, é uma oposição à fé em Deus, fê-lo separar-se do Criador.”
A insolência humana de bastar-se a si mesmo originou a sensação de solidão espiritual.
A comunhão com Deus há muito foi interrompida. Daí a solidão afetiva, como fracasso do amor, haver gerado a crise que separa não só o homem do homem, mas o homem de Deus.
A solução para esse problema, dos mais angustiosos, está em Cristo, que enviado pelo Pai ao mundo, viveu nossos dramas, sentiu na pele nossas limitações e promoveu o ministério da reconciliação com Deus.
O Filho de Deus pode preencher, assim, o vazio proposital, pelo homem mesmo criado, que por sua arrogância contra si próprio sobreveio.
A solidão afetiva persiste quando descuramos a companhia do salvador, que “Veio buscar e salvar o que se havia perdido”, e na linguagem do Apocalipse “Está a porta e bate, se alguém abre, o Senhor entrará e ceará com ele”. Veio para estar conosco todos os dias.
Na Igreja descobrimos que não estarmos sós, descobrimos que nossa história é parecida a história de todos os outros, descobrimos que somos irmãos. Desta forma desenvolvemos uma relação afetiva com nossa própria história, baseado na nossa aceitação como filhos queridos de Deus que somos. A experiência de nos encontrarmos com outras pessoas semelhantes semanalmente na Igreja e juntos podermos expressar sentimentos e compartilhar histórias em um ambiente seguro, acolhedor tende a gerar uma forte conexão interpessoal, que resultará em crescimento pessoal, espiritual e social.”
Que Deus vos abençoe!
PENSE: “Por mais forte,duro e independente que possas ser,sempre haverá um momento em que precisarás de ajuda.” (Autor desconhecido)
ORE: Senhor! Agradeço-Te pela vida da Igreja, pela comunhão com os irmãos, pela construção da minha história com a história de outros que foram alcançados com a mesma graça e o mesmo amor. Peço-vos que abra o meu coração, que me dê paciência e coragem para viver bem na comunidade e restaurar a minha vida afetiva. Em nome de Jesus, amém!
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