Servir não é opcional

Autor: Uedson S. Vieira




É impressionante como o atendimento que recebemos em lojas e em setores públicos é ruim. O declínio alarmante do serviço ao cliente tornou-se regra, deixou de ser exceção. Até assusta quando se é bem recebido e bem tratado. É verdade que alguns empresários estão percebendo e reagindo: "Eu vou fazer o máximo para proporcionar aos nossos pacientes um excelente serviço, não importa o que os demais façam".
A observação parece verdadeira em todas as esferas. Em muitos escritórios e lojas a impressão é que o cliente é uma inconveniência, um aborrecimento, uma imposição. É uma conclusão triste, mas também ridícula porque sem cliente não há razão para uma empresa permanecer aberta.
Muitos enfrentam ambientes de trabalho com quadro de pessoal reduzido. Em conseqüência, ficam sobrecarregados e o empregador espera que realizem muito
mais do que seria razoável. A culpa é parcialmente da tecnologia. A computação permite que se faça o mesmo trabalho que exigiria várias pessoas para realizar, alguns anos atrás. Esta realidade não é desculpa para se tratar com descaso ou insensibilidade o bem mais importante da empresa – o cliente.
Ainda mais triste é quando esse tratamento dado a clientes em clínicas, lojas e serviços públicos, é percebido também nas igrejas. Um visitante nunca voltará a uma igreja
onde não é bem-vindo, bem-recebido, bem-tratado. Parece que ser espiritual é ser sisudo, indiferente, alienado de tudo e de todos à sua volta. Pessoas precisam ser bem tratadas no comércio porque são clientes compradores em potencial. Na igreja elas precisam ser bem tratadas porque são alvos do amor de Deus e da Sua graça. Visitante vai aonde é convidado, mas só volta quando é bem tratado.
Encontramos nas páginas da Bíblia conselhos inestimáveis sobre a importância de tratar o outro de modo apropriado e sua sabedoria eterna permanece verdadeira e relevante nos dias de hoje. Eis alguns exemplos:
Tratar como gostaria de ser tratado.
Ao sentir-se tentado a não dar atenção ao outro, troque mentalmente de lugar com ele. No lugar dele, como você gostaria de ser tratado? Então, proceda assim, mesmo que isso lhe cause alguma inconveniência. É assim que a Bíblia ensina, e quando a igreja não faz assim, ela não é bíblica em suas relações. "Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam (Mateus 7.12; Lucas 6.31).
Colocar a necessidade e o interesse do outro acima dos seus.
"Se você não cuidar de si mesmo quem o fará?" – É a típica pergunta da nossa sociedade egoísta. Mas, e se considerássemos o outro em primeiro lugar? "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros" (Filipenses 2.3-4).
Lembrar-se de Quem você está servindo.
É fácil, especialmente sob a pressão de tempo e prazo, perder a visão de Quem estamos servindo. Sem pessoas nossa igreja não avança, não cresce. Em nenhum lugar da Bíblia fala de igreja pequena ser igreja de qualidade. Tudo que é vivo desenvolve. Qualidade tem a ver com cuidado, não com tamanho. Espera-se que sejamos administradores fiéis do que nos foi confiado. "Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens… É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo." (Colossenses 3.23-24).
A forma como trata o outro reflete o seu caráter.
Quando se sacode um balde cheio, o que cai é o que ele contém. Você está cultivando ativamente uma atitude de serviço, um gesto de gentileza e cuidado para com o outro,
ou apenas buscando seu próprio interesse quando participa dos cultos e reuniões da sua igreja? "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio" (Gálatas 5.22-23).
Deus nos ajude a semear boa semente, a fim de colher bons frutos! Se queremos ser uma igreja que reflete o caráter de Deus, carecemos de ser igreja amorosa, acolhedora, alegre e cheia de vida. Deus é assim. Servir a Deus é servir as pessoas como Ele o faria em nosso lugar. Servir não é opcional, é essencial.

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