Uma breve história do Natal

Autor: Autor Desconhecido
O primeiro Natal começou a ser celebrado nas vésperas do nascimento de Jesus, quando, segundo a Bíblia, os anjos anunciaram a Sua chegada.
Nessa altura o imperador Augusto, determinou o recenseamento de toda a população do Império Romano por causa dos impostos, tendo cada pessoa, para o efeito de se registar na sua localidade.
O Novo Testamento refere que José partiu de Nazaré para Belém, para se recensear, e, levou com ele a sua esposa, Maria, que esperava um Filho. Ao longo da viagem, chegou a hora de Maria dar à luz e como a cidade estava com os albergues completamente cheios, tiveram de pernoitar numa gruta. Foi nessa região da Judeia e no tempo do rei Herodes que Jesus nasceu.
Diz a Bíblia que um Anjo desceu sobre os pastores que guardavam os seus rebanhos durante a noite e disse-lhes:”deixai o que estais a fazer e vinde adorar o menino, que se encontra em Belém e é o vosso Redentor”. Os pastores foram apressados, procurando o lugar indicado pelo Anjo, e lá encontraram Maria, José e o menino. Ao vê-lo, espalharam a boa nova.
Os Evangelhos, de S.Marcos e S. Mateus relatam a história do nascimento de Jesus e ao contrário do que julgávamos, Jesus não teria nascido no inverno, mas sim na Primavera ou no Verão. Os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor do Inverno.
Em relação à data do nascimento de Jesus, existem também algumas dúvidas. A estrela que guiou os Três reis Magos até à gruta de Belém deu lugar a várias explicações. Alguns cientistas afirmam que deverá ter sido um cometa. No entanto nessa altura não há registo que algum cometa tivesse sido visto. Outros dizem que no ano 6 ou 7 a. C. houve um alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno mas também não é muito credível, para que se considere esse o ano do nascimento de Jesus. Por outro lado, visita dos Reis Magos  é comemorada 12 dias depois do Natal (Epifania) sendo tradicional festejar este acontecimento em pleno Inverno, a 6 de Janeiro. O cálculo mais engenhoso, baseava-se na ideia de que, uma vez que se parte do princípio de que Cristo terá morrido a 25 de Março, deve também ter sido concebido a 25 de Março, porque o seu tempo na Terra tinha de ser um número perfeito de anos. Nove meses depois de 25 de Março, temos 25 de Dezembro, e, desta forma, pode justificar-se a data escolhida oficialmente.
A escolha do dia 25 de Dezembro  foi inteligente e nada teve de arbitrário. Ao colocar, de uma vez por todas o nascimento de Cristo a meio das antiquíssimas festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e de as converter. O que aconteceu foi que, por um lado, as festividades pagãs foram vitoriosamente envolvidas pelas fé cristã, eo nascimento de Jesus transformou-se. no espírito das pessoas, no principal ponto de interesse do solstício do Inverno.
Os Apóstolos encarregaram-se de espalhar a palavra de Jesus Cristo e muita gente se converteu ao Cristianismo. Os primeiros cristãos foram perseguidos pelos romanos e apenas no ano de 306 d. C, quando o imperador Constantino se converteu ao Cristianismo, este se difundiu em grande escala.
Esse imperador mandou construir muitas igrejas, entre elas está a igreja da Natividade em Belém, no local onde se julga que Jesus terá nascido.
Embora a celebração do Natal começasse com o nascimento de Jesus, tornou-se verdadeiramente popular há apenas 300 anos.
Os primeiros registos da celebração do Natal têm origem na Turquia, a 25 de Dezembro, em meados do sec II.
No ano 350, o Papa Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de Dezembro como data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado nacional.
O período das festas alargou-se até à Epifania, ou seja vai desde 25 de Dezembro até 6 de Janeiro. O dia 6 de Janeiro é o chamado dia dos Reis Magos.
Bom, mas porque celebramos o dia 25 de Dezembro e não outra data se temos tantas dúvidas sobre o nascimento de Jesus? Vejamos a explicação que se segue.
Os dias em Dezembro ficam cada vez mais pequenos, até ao dia 21 do mesmo mês, dia do solstício de Inverno, e, os povos pagãos festejavam os dias que precediam esta data, com o objectivo de apaziguar o Sol e fazer com que este aparecesse de novo, fazendo com que o Inverno fosse mais suave. Após o solstício os dias ficam maiores e mais claros, isto significava para eles luz, alegria e esperança de boas colheitas.
Em Roma festejava-se o triunfo de Saturno sobre Júpiter. Saturno era a idade de ouro de Roma, por isso era associado ao Sol. Os romanos festejavam esta festa próximo do solstício. Nesta altura ninguém trabalhava. Acendiam-se velas e grandes fogueiras para iluminar a noite e havia muita comida.
Outro ritual era a oferta de presentes para apaziguar a deusa das colheitas, sim, os romanos tinham deuses para quase tudo :).
A Igreja não aprovava estas festas pagãs, pelos excessos que se cometiam, comprende-se pois que as tentassem abolir, no entanto, chegou à conclusão que era preferível permitila-las para não privar o povo dos festejos que tanta alegria lhes davam, mas tentando transmitir-lhes a ideia, de que esta cedência era feita para dar honras a Cristo. Assim o seu nascimento seria celebrado com digniade e teria a sua festa.
Muitos desses costumes ainda hoje existem, mas outros ficaram esquecidos.
O mais antigo é talvez a comida e a bebida que neste dia existe em abundância em quase todos os lares, É talvez por isso que os não católicos festejam o Natal com grande entusiasmo.
Os maiores festejos da Era romana, realizavam-se em honra do deus Mitra, que nasceu a 25 de Dezembro. por este facto, o Imperador Aureliano declarou este dia o maior feriado em Roma. Passado cerca de um século Imperador Constantino, que se tinha convertido ao cristianismo, manteve muitos dos rituais, pois o deus Mitra representava o sol e a sabedoria.
Cristo representa a vida, a luz e a esperança. Então em vez de se festejar o Sol como antigamente, passar-se-ia a celebrar o nascimento de Jesus Cristo e a festa pagã seria absorvida pela festa cristã.
Durante as invasões bárbaras no século V, os povos Nórdicos e Germânicos conhecem o Cristianismo tomam contacto com o Natal. Saliente-se que estes povos já festejavam o solstício com rituais próprios e mais tarde foram incorporados no Natal.
A religião Cristã foi abraçando toda a Europa, dando a conhecer a outros povos a celebração do Natal.
Em Inglaterra, o primeiro arcebispo de Cantuária foi responsável pela celebração do Natal. Na Alemanha, foi reconhecido em 813, através do sínodo de Mainz. Na Noruega, pelo rei Hakon em meados de 900. Este rei teve a título de curiosidade o cognome de O BOM.
Portanto em finais do séc. IX, o Natal já era celebrado em toda a Europa.
Através dos séculos o carácter pagão destas celebrações foi progressivamente absorvido pela celebração cristã, no entanto alguns dos rituais mantiveram-se.
Em Inglaterra Alfredo, o Grande, declarou 12 dias de festividade. Henrique III celebrava o Natal com a matança de animais e eram oferecidos presentes ao rei, No entanto este, mudou um pouco a tradição e passou também a distribuir comida pelos mais pobres.
Em 1533 o Natal tornou-se um grande acontecimento, e era celebrado com cânticos, danças, teatro e abundância de comida.
O Clero com estes excessos todos colocou alguns entraves à maneira como o Natal era celebrado, isto é para a igreja, faltava o lado espiritual. Surgiu então a questão abolir ou não as festas, antes que estas caíssem em exageros.
Com a reforma Lutero considerou os festejos desnecessários e, na Escócia, o Natal foi abolido em 1583. O povo demonstrava o seu descontentamento com estas leis e foi resistindo ao seu cumprimento, continuando a festejar o Natal. Mas a lei foi mais forte e e o Natal tornou-se de facto ilegal. As igrejas foram fechadas e quem não respeitasse a lei era punido. Note-se que os Puritanos tomaram estas
medidas como precaução, pelos excessos pagãos que estes festejos continham e não pelo celebração do acontecimento cristão.
O Natal foi novamente legalizado em 1660, quando Carlos II regressou ao poder.
Mas com a revolução industrial o espírito do Natal foi-se perdendo. Era necessário trabalhar o mais possível para fazer dinheiro, e não havia lugar ao descanso, como tal os feriados foram proibidos, incluindo o do Natal. Apenas algumas pessoas continuaram a festejar o Natal em suas casas. Alguns patrões concediam também algumas horas livres aos seus empregados.
Enquanto em Inglaterra a maioria das pessoas andava triste, na Alemanha, as pessoas festejavam alegremente o Natal, que se consolidou com muita tradição.
No século XIX (finais) os americanos, viam esta época com grande ternura, provavelmente devido aos emigrantes germânicos que a celebravam com entusiasmo.
Os germânicos celebravam o Natal com grandes feiras, árvores, luzes e presentes, e a crianças eram o alvo das maiores atenções.
Quando em 1837 a rainha Vitória subiu ao trono de Inglaterra, este país mudou radicalmente a sua posição acerca do Natal. A rainha casou com o príncipe Alberto de descendência alemã, e o príncipe trouxe consigo as tradições, e o espírito do Natal ressurgiu. Esta época era maravilhosa. A família real festejava-a com grande carinho pelas crianças, e fomentava a solidariedade e o amor pelo povo.
A primeira árvore de Natal foi introduzida pelo próprio príncipe Alberto.
A Família real foi a grande responsável pelo impacto que o Natal veio a ter em Inglaterra.
Era uma época de boa vontade e de amor, na qual os mais desprotegidos recebiam algum consolo.
Finalmente no século XX, o feriado continuou e a tradição chegou até nós.

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