Autor: Liduina Serra (Duda)
Converti-me em uma época em que não se falava em unção do riso, apóstolos brasileiros, bispas, exigir de Deus… Eu tinha 15 anos, era o ano de 1981 e eu ouvia pregações sobre a volta de Cristo, o cristão ter que renunciar a si mesmo, não ser moldado ao mundo. Confesso que era bem menor o número de pessoas ditas evangélicas no Brasil, comparando-se aos dias atuais.
Hoje, é notório o crescimento quantitativo no meio evangélico brasileiro: há pessoas ditas evangélicas nas classes mais abastadas, no meio artístico, no meio universitário, o que era raro em décadas passadas.
Só que ao mesmo tempo em que houve esse crescimento quantitativo, a impressão que tenho é que o evangelho no Brasil tornou-se uma porta “menos estreita”, onde quase tudo é permitido, em que se diz que Deus é cardiologista, pois só quer o coração. O evangelho pregado em alguns púlpitos, deixou de ser cristocêntrico, para ser antropocêntrico, em que a ênfase é a satisfação terrena do homem: exige-se de Deus, que é aclamado como o dono do ouro e da prata, a aquisição de carros novos, o tornar-se empresário sem ter patrão, quitação de dívidas, etc. Isso tudo é pregado, baseado em versículos isolados e os novos convertidos ou evangélicos que não têm uma boa base bíblica, tornam-se presas fáceis desse tipo de evangelho de barganha.
Creio que Deus é onipotente, mas creio também que não devemos inverter os papéis, onde Ele se torna servo do senhor homem para satisfazer suas necessidades materiais. Será que os fins justificam os meios??? Será que com o objetivo do Brasil ter a maioria dos seus habitantes evangélicos, vale a pena barganhar o genuíno evangelho??? Creio que não, mil vezes NÃO.
É tanto modismo em nosso meio, tanto vento de doutrina estranho, o que tem levado muitos a confusão espiritual e até mental, em alguns casos, tudo em nome do novo evangelho…Será que eu fiquei velha e não me adaptei aos tempos modernos de um NOVO EVANGELHO??? Creio que não, pois a mensagem do evangelho é universal, atemporal e para a expansão da pregação do reino de Cristo no Brasil, com qualidade e não apenas com visão quantitativa, não precisamos acrescentar novos fundamentos.
Faça um comentário