Teologia e vida

Autor: Russell Shedd
A teologia trata do conhecimento de Deus, e a única fonte fidedigna da teologia verdadeira é a revelação que Deus tem dado de si mesmo.
A Criação já traz em si mesma uma revelação geral de Deus. Romanos 1.20 declara que são indesculpáveis os homens que não vêem os atributos invisíveis de Deus, Seu eterno poder e Sua natureza divina. Sabemos que tudo que existe no Universo, o sol, a lua, as estrelas, a Terra, as plantas e animais, assim como as pessoas, são evidência do poder e inteligência de Deus. A teoria da evolução, além de não ser capaz de explicar a origem de nada, tem grandes dificuldades em mostrar como um micróbio pode desenvolver complexidade e crescer para se tornar um peixe ou um mamífero. Entre os incontáveis fósseis já encontrados, ainda não foram encontrados os “elos perdidos”. O fato é que nos mais avançados laboratórios do mundo nunca foi possível criar uma célula viva sem a utilização de outra célula viva.

Uma vez que abandonamos a explicação evolucionista – que não reponde às perguntas mais difíceis – a única opção que nos resta é a conclusão teológica. Se optarmos pela explicação da teologia natural – isto é, que Deus é o criador pessoal, inteligente e todo-poderoso –, estamos no caminho certo. Ele é a fonte da lei gravada nos corações de todos na qual se baseiam os conceitos de justiça e moralidade. Sem a revelação natural, patente na Criação, os homens não teriam culpabilidade. A sua ignorância seria desculpável. Paulo declara, porém, que não glorificar o Criador nem lhe render graças são crimes contra Deus, passíveis de condenação. Os homens que não agradecem a Deus pela vida e por tudo aquilo que os beneficia passarão pelo justo juízo de Deus.

Reconhecemos, no entanto, que a revelação pela natureza não é clara ou completa o suficiente para salvar aqueles que nunca tiveram acesso à revelação especial de Deus. A Bíblia inspirada por Deus é essa revelação especial capaz de apresentar tudo o que é necessário para ser salvo. Prova disso são as palavras de Jesus: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam de mim” (João 5.39).

Com a inspiração do Espírito Santo, profetas e apóstolos escreveram justamente o que Deus queria comunicar (2 Pedro 1.21). Paulo ainda ensina que “toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3.16). A palavra “inspirada” quer dizer “comunicada por Deus”. Sabemos que a Bíblia não foi ditada, pois seus autores utilizaram estilos próprios de escrita. O conteúdo, no entanto, veio de Deus e foi controlado por Ele para evitar qualquer contaminação de erro nos escritos originais. Jesus disse que “a Escritura não pode falhar” (João 10.35), indicando que não admitia nenhum erro no texto sagrado.

No entanto, saber o que a Bíblia ensina sobre Deus não é a mesma coisa que conhecê-lo. Ainda que o conhecimento de Deus se baseie nas verdades reveladas nas Escrituras, o encontro que produz a vida eterna depende de um contato pessoal com o Criador. Pela fé, crendo naquilo que a Bíblia afirma sobre sua pessoa e no que Jesus Cristo, Seu Filho, fez por nós na cruz e na ressurreição, é possível ter contato vital e pessoal com Deus. Por meio da oração de fé e de um coração ouvinte, essa comunhão inicialmente tênue e precária torna-se forte e constante na busca contínua de Sua presença. A comunhão com outros cristãos, por outro lado, é muito importante para gozar esta vida espiritual. Amizade e lealdade surgem na comunhão entre as pessoas – o mesmo ocorre na comunhão entre Deus e Seus filhos.

Quem se aprofunda no estudo da teologia deve ter uma compreensão mais acurada deste relacionamento que Jesus chamou de “vida abundante”. Esta é a vida que vale a pena ser vivida na Terra e no além.

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