Sonhos e esperanças no caminho

Autor: Josué Adam Lazier




1. Pastoral da juventude

A Pastoral da Juventude foi lançada em 2000, com o título “Sonhos e Esperanças no Caminho”. O que vem a ser uma pastoral da juventude? O termo “pastoral” tem sido utilizado para indicar a forma como a Igreja tem cumprido com sua missão. Em outras palavras, pastoral se refere “à ação coletiva do povo de Deus, da igreja, cuja hierarquia principal é o bispo”.[1]

Neste sentido, a expressão “pastoral” quer indicar uma nova concepção na ação exercida pela igreja local.  Falar de pastoral no passado era indicar as ações do pastor ou da pastora. Com esta nova concepção a Igreja descobriu que a ação pastoral é uma expressão do cumprimento dos dons e ministérios de todos os membros do Corpo de Cristo, e não somente do pastor ou pastora.

Portanto, pastoral da juventude quer indicar a ação que tem como sujeito a juventude da igreja e do mundo, que forma uma potencialidade a ser despertada para a cidadania, para os valores do Reino de Deus e para a vivência do Evangelho de Jesus Cristo. Como diz a Pastoral da Juventude da Quarta Região Eclesiástica, ela tem a “finalidade de conhecer a caminhada missionária, os desafios, os sonhos e as esperanças da nossa juventude metodista…”.[2]

2. Objetivos

O que queremos com uma pastoral da juventude? Aqui estão nossos sonhos e esperanças. Sonhamos e esperamos muitas coisas. Entre elas: a) que as igrejas locais despertem para uma ação mais efetiva com os juvenis e os jovens que as freqüentam; b) que as igrejas locais despertem para a população jovem que cerca nossas igrejas e que está buscando um horizonte para seu futuro; c) que a realidade do jovem brasileiro seja conhecida e considerada nas ações pastorais da Igreja; d) que temas como cidadania, solidariedade e justiça estejam presentes no vocabulário da mocidade metodista; e) que a mocidade metodista esteja consciente do desafio wesleyano de transformar a nação e espalhar a santidade bíblica; f) que dons e ministérios seja uma realidade na vida da nossa juventude; g) bem como as linhas presentes na pastoral da juventude da Quarta Região Eclesiástica.[3]

3. Os grupos societários

Com a pastoral da juventude os grupos societários, mais especificamente as Federações de Jovens e de Juvenis deixam de existir? Esta é uma inquietação que está presente. A resposta para ela é não.  Não, pois uma pastoral não é órgão criado para ocupar o lugar das Federações, não é instituição, não é uma estrutura administrativa ou articuladora das ações da mocidade. A pastoral da juventude é um “trilho” pelo qual os grupos societários e as Federações de Jovens e Juvenis seguirão.

Em outras palavras, com a pastoral da juventude quer se evitar a falta de objetividade que muitas vezes está presente nos encontros, nos acampamentos, nos congressos, nos cursos e nas demais atividades que envolvem nossa mocidade. Por isso a expressão “trilho” é oportuna, pois a pastoral da juventude apresenta orientações para que os grupos e pessoas envolvidas com o pastoreio da mocidade tenham um rumo definido e objetivo claros.

A pastoral da juventude busca também integrar as diversas ações da Igreja afim de que sejamos bons mordomos do nosso tempo, dos nossos recursos, dos nossos talentos e da nossa potencialidade. Em outras palavras, ela não tira o lugar das Federações, mas apresenta um desafio para elas: vamos sonhar, esperar e trabalhar para ver nossa mocidade vivendo os valores do Reino de Deus no meio de uma sociedade secularizada e banalizada por valores que são antividas.

4. O que a Igreja Metodista na Quarta Região espera da Pastoral

Nossa pastoral convida a sonhar e esperar. Quem vive na perspectiva do Reino de Deus pode sonhar, principalmente os sonhos de Deus. Sendo assim, esperamos que a pastoral…: a) integre as Federações de Jovens e Juvenis, bem com os grupos societários; b) motive a participação da mocidade na vida e missão da Igreja; c) desafie os jovens e os juvenis à prática do Evangelho; d) desperte o jovem e o juvenil para a liderança e para os dons e ministérios; e) conscientize pastores e pastoras sobre a realidade da juventude no Brasil; f) assinale a potencialidade do jovem e do juvenil; g) alimente sonhos e esperanças; h) instrumentalize o cumprimento da missão junto à população jovem; além de outros sonhos e esperanças. Com a pastoral da juventude almejamos que nossos jovens e juvenis sejam pastoreados no contexto secularizado e globalizado do presente século.

Conclusão

Deixamos estas reflexões no site da Federação de Jovens acerca de uma pastoral da juventude para todos/as que estão despertados/as e comprometidos/as com este desafio, com esta vocação e com este privilégio. Sobretudo, que continuemos a sonhar e esperar, não de forma conformista, intimista, escapista ou medrosa, mas sim comprometida com os caminhos do Reino de Deus, pois a pastoral da juventude é um destes caminhos para o despertamento espiritual de nossos jovens e juvenis.

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[1] Santa Ana, Julio de, Pelas Trilhas do Mundo – A Caminho do Reino, Imprensa Metodista, 1985, pg. 30.
[2] Sonhos e Esperanças – reflexões para o desenvolvimento de uma pastoral da juventude metodista, Belo Horizonte, 2000, pg. 6.
[3] Sonhos e Esperanças – reflexões para o desenvolvimento de uma pastoral da juventude metodista, Belo Horizonte, 2000, pg. 17-18.


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