Autor: Josué Mello Salgado
Uma lenda conta a história de um mestre que sempre mandava amarrar seu gato, porque ele perturbava a meditação dos discípulos. O tempo passou, o mestre morreu e o gato também morreu. providenciaram então outro gato … Cem anos depois, alguém escreveu um tratado, respeitabilísimo, sobre a importância de se ter um gato amarrado durante a meditação. (1)
Que grande lição nos traz essa lenda! Não é raro que tenhamos uma atitude de idealização e até de idolatria do passado que nos impede de vivermos o tempo presente em toda a sua exuberância e complexidade. Rejeitamos o presente porque afinal, as coisas “sempre foram feitas assim”.
Um filósofo descreveu o caminhar como uma experiência de incerteza e instabilidade temporária. Para dar um passo para frente sentimos por alguns milésimos de segundos um certo desequilíbrio. A vida é assim, se queremos andar para frente (e para o alto) é imprescindível arriscar, ousar e até experimentar a inseguranç do novo. Além disso, para andar para a frente também precisamos abandonar algumas coisas que, tendo sido importantes e relevantes no passado, talvez estejam superadas no presente. Não podemos ser reféns do nosso próprio passado, por melhor que esse tenha sido!
Um dos aspectos mais sensíveis quanto a novidades é o que diz respeito a novas lideranças. A tendência da maioria das pessoas é resistir a novas lideranças, e manifestam tal resistê,ncia no uso de comparaç&ões; seja de forma positiva seja de forma negativa. Passamos a julgar algu&ém a partir de algum modelo negativo ou positivo que adotamos. Dizendo que alguém é bom se faz igual ou melhr do que o modelo positivo que temos. Dizemos que alguém não é bom se faz igual ou pior ao modelo negtivo que temos. Tal atitude é tanto injusta quanto absurda. Pessoas são únicas e imcomparáveis. Elas merecem o direitode serem elas mesmas. Por isso que nem o retrato positivo e nem o retrato negativo são corretos e justos.
Antigamente gostava de ouvir uma poesia gravada com a voz do Cid Moreira que assim dizia: ” se você se comparar com os outros, você se tornará presunçoso ou deprimido, pois sempre existirão pessoas melhores e piores do que você” (Desiderata – do latim Desideratu: aquilo que se deseja, aspiração. Texto encontrado na Igreja de Saint Paul, Baltimore, datado de 1692). Assim é, pessoas são incomparáveis porque são uúnicas.
Novas lideranças significam novas percepç&, novos métodos, novas concepções, que exigem, também, uma nova mentalidade de não comparação e de respeito aos novos caminhos que o Senhor mesmo vai traçando para nós como igreja.
Precisamos, respeitando as nossas memórias, abrir a visão para o novo que se coloca diante de nós pela graça e direção divinas.
Desamarremos pois o gato.
(1) A. Rangel. O que podemos aprender com os gansos. – São Paulo Editora Original, 2003, p. 152.
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