Sobre vespas e crianças

Autor: Ramon Goulart

Mais parece um Pai chamando o filho na cantão… Posso até imaginar os seus olhos compenetrados me fitando, esperando que haja reação, que haja mudança diante destas palavras:

“Embora a esta altura devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança…” Hb 5. 12,13a

Estas palavras ecoam em minha alma, e foi por causa delas vi e resolvi escrever sobre o estado em que estamos como Igreja de Cristo. Acredite ou não, mas ultimamente as Igrejas tem mais se parecido com uma grande maternidade: a maioria crianças. Crianças que se esqueceram de crescer. (Alguns na verdade nem sabem que devem!) Aí, diante do cenário da maternidade de crianças, veio-me logo em seguida à mente o que um Pastor disse sobre as vespas:

“Somente as vespas nascem e morrem do mesmo tamanho”

Pois é querido leitor(a). A analogia é não poderia ser mais perfeita. E é desse jeito  como vejo a realidade que parece que ninguém quer ver (ou talvez na verdade falar…) de nossas igrejas:  Ou uma grande maternidade ou um enxame de vespas. Um montão de vespas ou crianças que só fazem barulho e incomodam, dão trabalho, muito trabalho e não crescem. Insistem em não crescer.

Suas características?

Ambos pequenos…
Ambos trabalhosos…
Ambos barulhentos…
Ambos requerem cuidados especiais…
E ambos que necessitam crescer!

Agora o fato, é que um dos dois pode decidir crescer. O outro não. Somente as vespas não podem crescer. Elas já nascem assim. Mas as crianças não. Elas podem e  precisam crescer. Afinal de contas: Qual seremos? Qual você é? Crianças que decidirão crescer, ou vespas para sempre do mesmo tamanho. Existe um alvo: a maturidade cristã conforme nosso irmão mais velho: Cristo Jesus.

“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação em Cristo”

Sei que as analogias são fortes…

Porém, muito mais forte do que elas está a nossa realidade amados irmãos, como Igreja de Cristo. É preciso acordar…

E enfim eles  parecem acordar.

Ouviram (“quem tem ouvidos ouça…”)  as palavras sábias do autor à carta aos Hebreus, e estão finalmente lendo, estudando e vivendo a Bíblia!

E de repente os ossos começam a estralar – track, track, track!

As vozes começam a mudar…

E eles percebem que enfim estão começando a crescer novamente.

Meus olhos vasculham todos os lados. Ainda posso ouvir os ossos estralando. E num instante ao me aproximar da igreja reconheço pelos traços da fisionomia que aquele Mestre que pregava era uma das crianças que ainda pouco chorava.

 

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