Autor: Fernando Martinez
Além de numerosos textos da Escritura Sagrada acerca do ressurgimento físico de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, saliente-se o grande capítulo da ressurreição exarada no capítulo quinze da 1ª Epístola aos Coríntios. São 58 versetos bíblicos de uma brilhante apologia da ressurreição dos mortos feita por S. Paulo, sob inspiração divina. É um prazer reproduzir algumas das palavras do apóstolo dos gentios, começando por aquilo que considero a súmula da fé cristã: “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1) Ao refutar uma heresia que se infiltrara na igreja em Corinto, Paulo declarou: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns de entre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” (2) Mais adiante lê-se no trecho em causa: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (3) O Dr. Russell N. Champlin, no seu comentário a este capítulo, escreve: “A defesa paulina e as descrições acerca da ressurreição têm-nos conferido algumas das mais elevadas peças da literatura que conhecemos, comparável a outras grandes passagens do Novo Testamento, como o oitavo capítulo de Romanos, o primeiro capítulo de Efésios, o décimo terceiro capítulo da presente epístola e o trecho de Apocalipse (capítulos 21 e 22), que figuram não somente como grandes discursos religiosos, mas igualmente elevam-se como peças que merecem figurar entre a mais elevada literatura imortal do mundo. “Apesar do 13º capítulo desta epístola ser a sua porção mais bem conhecida, como também a mais bela, esteticamente falando, o actual 15º capítulo é o que se reveste de maior significação histórica e desse ponto de vista é uma das porções mais significativas de todo o Novo Testamento. Esses capítulos oferecem-nos o mais antigo, o mais completo e o mais importante testemunho sobre a ressurreição de Jesus Cristo, bem como a importância desse facto histórico no conceito dos cristãos primitivos.” (4) Saulo de Tarso tornara-se cristão no caminho de Damasco, ao ser testemunha ocular e auricular do Cristo redivivo. Agora, anos depois (já o maior vulto do Cristianismo), assevera alto e bom som: “Cristo ressuscitou dos mortos…” Sim, Jesus ressuscitou; Jesus triunfou do pecado; Jesus venceu Satanás; Jesus quebrou os grilhões da morte. Aleluia! É esta a primacial mensagem da Páscoa. Se Cristo permanecesse na tumba, à semelhança dos fundadores das grandes religiões universais, o Cristianismo genuíno não teria razão de ser. Seria um Cristianismo sem sentido, sem vida, sem esperança, sem poder. Se Jesus Cristo não ressuscitou, o Evangelho nunca seria “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”; (5) se não se levantasse de entre os mortos, jamais regeneraria a degenerada natureza adâmica; se não ressurgisse, ninguém alcançaria a vida eterna; se não revivesse, seriam baldados os esforços evangelísticos, inoperantes as prédicas, improfícuas as orações, inútil a fé. A ressurreição corporal de Jesus é a pedra basilar da fé cristã, o evento mais estupendo e portentoso do Universo. Declarou alguém com propriedade: “Todo o drama lírico do Natal, toda a tragédia do Calvário, toda a epopeia das Missões seriam verdades escarnecedoras da alma humana, se não houvera Cristo ressuscitado.” Mas Cristo ressuscitou! Ressuscitou, assevera-nos a Palavra de Deus; ressuscitou, confirmam-no centenas de testemunhas de tão maravilhoso evento; ressuscitou afirmam-no as vidas de miríades de mártires que selaram a fé com o seu sangue; ressuscitou, anunciam milhões e milhões de vidas libertas do jugo do pecado, as quais, pela eficácia do Evangelho, tornaram-se novas criaturas. “Ressuscitou verdadeiramente o Senhor” (6), proclama o Evangelho. Hosanas ao Cristo redivivo!
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