Religião e cura: algumas reflexões sobre a experiência religiosa das classes populares urbanas

Autor: Bruno Elias Menezes, José Walter Nascimento e Rodolfo A. Cabral




O estudo da religiosidade das classes populares urbanas tem apontado para o papel central dos cultos religiosos, enquanto agências terapêuticas. Em bairros populares de Salvador, a multiplicidade de cultos que oferecem serviços de “cura” salta aos olhos, levantando a importante questão de se compreender como os indivíduos se utilizam de tais serviços para lidar com a experiência da aflição. Este trabalho visa levantar algumas questões acerca da experiência religiosa de habitantes de um bairro pobre de Salvador, o Nordeste de Amaralina.
Vários estudos e pesquisas têm-se voltado para uma análise das diferentes táticas pelas quais as religiões reinterpretam e explicam a experiência da doença e modificam a maneira pela qual doente e comunidade percebem o problema. Perpassando tais estudos está o argumento central de que as terapias religiosas curam ao impor ordem sobre a experiência caótica e confusa do sofredor e daqueles diretamente responsáveis por ele. Na maioria dos casos, as terapias religiosas são abordadas sob a perspectiva do culto enquanto campo organizado de práticas e representações, ao interior do qual o “especialista” ou conhecedor religioso manipula um conjunto dado de símbolos para produzir a cura. Para que os símbolos religiosos funcionem, isto é produzam cura, é preciso que sejam compartilhados pelo curador, o doente e sua comunidade de referência. Neste estudo se pretende examinar os tratamentos religiosos sob a perspectiva do paciente e daqueles diretamente responsáveis por ele.
Aqui propomos examinar e estudar o caso de doença de uma jovem moradora do Nordeste de Amaralina. Adelice, conhecida no bairro como Mexe-Mexe, sofre de problemas mentais desde a adolescência. Sua mãe, Benedita, tem recorrido a uma série de serviços terapêuticos, incluindo diferentes cultos religiosos, em busca de uma solução para a doença. Embora se tratando de um caso de doença mental, a história de Adelice é bem elucidativa e esclarecedor de uma trajetória que liga membros das classes populares a cultos religiosos. Utilizamos essa história para compreender como interagem, em contextos concretos, símbolos religiosos e práticas sociais. Adelice tem 28 anos e mora com sua mãe, padrasto e irmãos. Diferentemente das outras ruas do bairro, nesta a maioria das casas tem grades — segundo me foi explicado trata-se de medida de proteção contra os ataques constantes da louca Mexe-Mexe. Mexe-Mexe vagueia pelas ruas do bairro, entrando nas casas sem ser convidada e jogando pedra em qualquer um que cruze o seu caminho. Sua chegada é logo anunciada pelos gritos desafiadores das crianças. Em sua própria casa, Adelice não parece ser a maluca Mexe-Mexe de que tanto se fala. É quieta e reservada. Segundo Benedita (sua mãe) é a provocação das crianças do bairro que a torna violenta.
A doença de Adelice começara quando tinha quinze anos. A partir de então passa a ser vítima de ataques freqüentes: cai no chão se debatendo, o corpo enrijece, a língua embola. Seus gritos parecem os urros de um animal. Com o tempo o problema se agrava. Enquanto na adolescência se exige das moças que mantenham certa distância com relação ao mundo da rua, Adelice habitua-se a fazer incursões constantes e diárias pelo bairro, sem nenhum motivo aparente. Mais sério ainda, desenvolve comportamento violento durante seus passeios. Freqüentemente ela mesma é agredida: “certa vez, deram-lhe uma chicotada no rosto como se ela fosse um animal” conta Benedita. Embora os seus ataques só tivessem início quando fez quinze anos, Adelice sempre fora diferente. Quando criança era excessivamente quieta, não brincava com outras crianças e estava sempre se escondendo pelos cantos. Mais tarde mostra-se “rude nos estudos”, não conseguindo acompanhar a lição da escola.
Reinterpretando o passado sob a luz do estado atual de sua filha, Benedita agora vê nestes eventos sinais dos problemas que ainda estavam por vir. De fato, embora a eclosão da doença de Adelice possa ser situada em um momento específico de sua biografia, uma série de eventos parece ligar passado e presente, antes e após o início da doença em termos de uma imagem de alteridade: Adelice sempre foi rude, as pessoas ridicularizam-na por seus modos masculinos, ela urra como um animal durante os ataques e é espancada no rosto como se fora um animal. Expresso nestes eventos esta sua identidade ambígua e problemática. A trajetória de Benedita por vários serviços de cura é, também, uma busca de meios para lidar com essa identidade ambígua de Adelice. Apegando-se ao diagnóstico médico de foco — que foi atribuído a Adelice em um dos hospitais onde se tratou — Benedita procura contrapor-se às visões da comunidade para quem Adelice é louca. Incorporado ao discurso popular sobre doença mental, foco é tido como uma doença da cabeça, assim como, por exemplo, pneumonia é doença dos pulmões. Para Benedita isso significa que o problema de Adelice é semelhante a qualquer outra doença física: afeta uma parte do seu corpo (como comprovam os exames médicos) e pode ser tratado com o uso constante de remédios (os ataques de Adelice são, de fato, controlados com o uso de medicação). Sob essa perspectiva, se Adelice deve ocupar o papel de doente, ela não merece o estigma de louca. Enquanto Benedita reduz o problema de Adelice aos ataques (que os médicos diagnosticam como foco), a comunidade ressalta suas constantes e violentas romarias pelo bairro. São estas que lhe valem o estigma de maluca. Contra as visões da comunidade, Benedita procura mostrar uma lógica por trás do comportamento violento de Adelice: trata-se de uma reação à perseguição das crianças locais. Entretanto, precisa ainda justificar as constantes saídas de Adelice, que por si só constituem um problema. A ânsia que tem Adelice de ir para a rua não é vista por sua mãe como, simplesmente, mais um sintoma de sua doença; por vezes Benedita dá a entender que se trata de problemas distintos.
Benedita procura três instituições religiosas para resolver o problema de Adelice, estas instituições são: O pentecostalismo, o espiritismo e o candomblé.
A primeira religião a ser procurada é o Candomblé, nesta acreditasse que a mãe de santo tem poderes para descobrir a razão da doença e estabelecer, através de uma narrativa,  a “história da doença” podendo desta forma criar o tratamento. Para Benedita é dito que a doença é resultado presença do espírito de um parente morto que enquanto vivo amava Adelice, Benedita não demora muito a associar este espírito a um tio, que enquanto vivo parecia, segundo Benedita, ter muita afeição por Adelice.
No candomblé a cura fica associada a negociação feita com as entidade espirituais para que Adelice se torne mais “forte espiritualmente” assim não ficando mais a mercê dos espírito de seu tio.
Benedita insiste nesta religião, aparentemente, por um bom tempo, leva consigo para outras religiões princípios nela adquiridos. Isso se deve a grande identificação causada pelo discurso apresentado pela mãe de santo com sua realidade, no entanto a falta de avanços no diagnostico da doença faz com que Benedita desista do tratamento.
A segunda Religião a ser procurada é o pentecostalismo, nesta acreditasse que existe uma batalha a ser travada entre o pastor, os fies e a entidade do mal. A cura está associada à expulsão das entidades maléficas do corpo da “paciente”, quando isso não acontece é por causa do pecado na vida da pessoa, então para ser curada deve mudar sua vida, amolda-las aos critérios morais da religião, assim abandonando sua vida de pecado e podendo desta forma ser curada.
Parece que Benedita não se identifica com o discurso proposto, isso leva-a a distanciar-se, outro fator que leva Benedita a se distanciar é falta de resultados no culto pentecostal.
A terceira Religião a ser procurada é o espiritismo, nela o “paciente” é informado que a doença é causada por um espírito menos evoluído, este por sua vez precisa ser educado para que invés de trazer malefícios ao “paciente” traga beneficio. No espiritismo o tratamento é realizado no centro espírita, onde médium (representante religioso da religião) recebe o espírito que atormenta o “paciente” em seu próprio corpo e durante a sessão o espírito é educado a não mais fazer o que faz.
A doutrina espírita prega a caridade e a compaixão, a cura está associada não somente a uma mudança do paciente, mas de todo o circulo em que ele vive. Isso ao que parece fez com que Benedita reinterprete a realidade novamente e fez com que ela encarasse a doença da filha com outros olhos.
Esta três instituições religiosas, procuram reinterpretar a realidade da doença segundo sua doutrina, dando a doença o seu universo simbólico, assim proporcionando diferentes propostas para a cura.
Um fato a ser mencionado é o estado de Benedita. Quando ela procura ajuda religiosa, sua vida está muito desorganizada ela já está a treze anos convivendo com a doença da filha e com a irritabilidade de seus vizinhos. Isso cria nela um estado de sofrimento que a leva até as terapias religiosas.
Quanto a estas terapias vale mencionar que elas, pelos seus adeptos, são consideradas eficazes, dignas de total confiança, a pessoa em sofrimento ao ouvir tal discurso se sente motivada a pelo menos apostar naquilo, quando ao penetrar no universo simbólico daquela determinada religião se depara com um sagrado que: resolve seu problema ou reinterpreta sua realidade de uma forma que a convença esta pessoa começa a defender tal rito religioso como correto também.
Ao observarmos a reação de Benedita as diferentes avaliações da doença vemos como ela reinterpreta os fatos referentes à ela, adequando a sua realidade aos elementos do sagrado, assim dialogando com mais facilidade com o elemento religioso proposto. A medida com que a cura não acontece Benedita se sente impulsionada a procurar outra forma para obter a cura de sua filha, desta forma reinterpretando a realidade mais uma vez.
Benedita acaba se fixando no espiritismo por dois motivos:
1 – Pois a proposta dada por esta religião se adapta melhor a sua realidade de vida.
O espiritismo lhe oferece uma mudança de cunho social, a doença de sua filha propõe uma mudança na sua própria vida, isso traz um certo alivio ao sofrimento dela, de sua filha e também de sua família.
2 – Benedita entende que houve algum tipo de avanço na estado clínico de sua filha.
Aparentemente não houve nenhuma mudança no estado de Adelice, mas segundo a interpretação dos médiuns sim, pois durante a sessões isso acontecia o espírito estava melhor “mais evoluído”. Esta “melhora” no estado da doença faz com que ela permaneça por mais um tempo freqüentando o centro espírita.
O interessante é que ao final Benedita deixa o espiritismo, pois ele não cura realmente sua filha e ela se apega aos tratamentos médicos. No entanto ela carrega consigo to este elemento simbólico religioso adquirido nas três religiões.
A busca de Benedita era um fim ao seu sofrimento, isso leva ela a reinterpretar a realidade segundo os símbolos sagrado do quais ela tem contato.
A proposta do Protestantismo Utópico
“Mas, não achando por onde o pudessem levar para dentro por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram na maca por meio de uma passagem até o meio da multidão, diante de Jesus. E vendo-lhes a fé, Jesus disse: Homem, os teus pecados estão perdoados”. Lucas 5.19 e 20
Jesus tinha consciência da realidade que o cercava; ele sabia quem eram os ricos e o conflito destes para com os pobres; sabia quem eram os doutores da lei e fariseus que vinham de outras cidades para ouvi-los e conhecia bem as suas intenções; compreendia a situação de ser pobre e enfermo numa sociedade judaica que cria que a doença estava relacionada com o pecado e a pobreza com a maldição da parte de Deus como conseqüência da desobediência daquele para com Este. A situação em que Jesus se encontrava era delicada. As pessoas não entendiam direito quem era Jesus, embora ficassem maravilhadas com as coisas que ele fazia.
Imagine o quadro em que Cristo, como Messias, pobre, humilde e submisso à vontade do Pai, tendo ao seu redor pessoas que imaginavam um Messias com qualidades opostas a estas, que irá livrá-los do domínio dos romanos, dizendo ao enfermo: “teus pecados estão perdoados”; com certeza foi um choque, pois somente Deus poderia perdoar os pecados. Os fariseus ouviram esta afirmação de Jesus e ficaram dizendo que ele “blasfemava”. Com esta frase, ele se declara como sendo o próprio Deus.
A questão aqui não é o milagre feito, mas o aspecto da divindade de Jesus declarada e da restauração de um indivíduo. Quando ele diz ao paralítico: “os teus pecados estão perdoados”, ele automaticamente o curou, pois, se o enfermo estava nesta situação devido aos pecados que ele ou o seu pai cometera no passado, agora já está perdoado e livre da enfermidade. Com a cura, Jesus projeta o indivíduo para a sociedade e o livra da exclusão. Ele poderia até entrar no Templo e participar de outras atividades outrora negadas. Numa única frase Jesus liberta um homem do pecado, cura-o e revela-se como Deus.
Jesus trabalhou e implantou o Reino de Deus dentro de uma contextualização social: conhecia pobres, ricos e religiosos, não desprezou as potencialidades de cada classe, respeitou os limites entre elas, mudou a concepção do modo de interpretação da lei, respeitou as mulheres e lhes deu voz e espaço para agir; tudo isso sem ferir os princípios de Deus.
Agora, tendo em mente a idéia de cura que Jesus operou em seu tempo podemos refletir um pouco mais sobre Benedita. Ela em todo o tempo projetou sua esperança em instituições religiosas e médicas para tentar responder a comunidade em que está inserida que sua filha não é louca, mas sim doente, de acordo com os médicos. De fato, se refletirmos sobre como Jesus via o enfermo seria como os médicos disseram para Benedita e não como os Fariseus (hoje seriam os “religiosos”) apontam: ela tem maus espíritos! Ela é amaldiçoada! Ela está possuída pelo demônio!
No meio pentecostal quando a cura é frustrada a culpa é do “paciente” que está cheio de pecados. Essa idéia é bem próxima daquilo que se acreditava no tempo de Jesus, também estando presente no livro de Jó e nos dias atuais. Enquanto Benedita olhou para as instituições ela percorreu caminhos nos quais não encontrou resposta. Onde estaria então esta resposta?
Benedita teria de olhar para Jesus. Esteve tão preocupada com a “salvação” da filha e de seu bem-estar dela na comunidade que se esqueceu de si mesma. Sua “fé” estava na instituição como resposta para a cura, e, seu relacionamento com Deus era vista por meio delas. A cura seria colocada em segundo plano e a salvação da alma em primeiro. Para tanto seria preciso ter uma fé genuína. Mas o que é fé?
A fé, de acordo com Kierkegaard, não tem a ver com a vida moral, embora este seja moldada por aquela; não tem a ver com a razão, pois ela supera esta e a refuta. A fé se entrelaça com a existência confirmando um encontro desse Indivíduo – homem com Deus, o seu criador, e todas as possibilidades que esse relacionamento possa promover. Ela entra como um princípio do contraditório, gerando angústia diante das possibilidades que em Deus o Indivíduo possa ter. No entanto, a graça, como elemento da vontade de Deus de querer se pôr em contato com cada Indivíduo, precede a fé.
Por meio da fé em Deus, Benedita teria seus olhos abertos para novas possibilidades e estas gerariam angústias em sua alma. Por exemplo: Deus pode curar. Mas ele quer curar? Agora, em Cristo, ela seria livre para escolher entre confiar e não confiar na ação de Deus em sua vida e na vida de sua filha, o que geraria mais um elemento de angústia. A fé, pressuposta no Indivíduo, entra como um salto, apontando para a liberdade de escolha, gerando angústia (sentimento que denota o possível) que será vista através das possibilidades deste relacionamento com Deus.
Em Deus Benedita encontraria descanso para o sofrimento seu e de sua filha, mesmo que não obtivesse a cura para ela. Porque agora Benedita estaria amando a Deus e não as instituições e somente a Deus apesar da não cura; amaria a Ele por nada, como Jó amou; amaria porque amaria.
É de extrema urgência que iniciemos uma ação contrária daquilo que temos investido nos dias atuais. Jesus foi visto e interpretado em Jerusalém de acordo com o costume cultural daquela época, em que a questão religiosa era preponderantemente incisiva.
Será que as igrejas de hoje entendem qual é o seu papel no convívio social? Os pastores têm buscado saber qual a dimensão do amor ao próximo em dias atuais? Os cristãos têm conseguido enxergar os conflitos sociais existentes e procurado soluções atuais para um mundo atual?
Assim como os fariseus e os ricos precisariam, naquela época, mudar seus modos de ver e viver em comunidade para Deus, assim também nós precisamos refletir qual a importância do amor, que entende a relação entre as classes; enxergar seus conflitos; não marginalizar e nem excluir pessoas; dar e não requerer; amar o pecador, mas não ao pecado; respeitar as classes sociais e procurar manter um possível equilíbrio entre elas, e, acima de tudo, “amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com todo o entendimento”. Amar a Deus por nada!
Terminada a exposição do Artigo e a proposta levantada pelo grupo chegamos ao seguinte quadro.comparativo entre a religiões. 

  Pentecostalismo Espiritismo Candomblé Protestantismo Utópico
 
Visão de Mundo
Mundo ordenado,

segundo oposição rígida

entre bem e mal,

entendidos como

universos descontínuos.

• Mundo ordenado

segundo oposição entre

bem e mal, entendidos

como universos contínuos

em uma escala evolutiva.

• Mundo é fluxo contínuo

de trocas entre homens e

seres sobrenaturais.

• Oposição entre bem e mal

é relativizada.

Mundo ordenado,

segundo oposição entre bem e mal.

O mal é entendido como submisso ao bem, também por ele controlado.

 
Relação com o

Sobrenatural

• Acesso a poder sagrado

se dá através de aliança

definitiva com os poderes

do bem.

Acesso a poder sagrado

se dá através de processo

de desenvolvimento

pessoal, via auxílio de

espíritos mais

desenvolvidos.

Acesso a poder

sagrado se dá,

através de alianças pessoais

com entidades

sobrenaturais.

Aliança ao sagrado se dá através da fé e está não está atrelada a cura e sim a salvação espiritual da pessoa.
 
Relação com o Social
Proposta de satisfação de demandas individuais.

Deve levar a uma clara

reorientação do

comportamento, segundo

determinados padrões

morais.

• Proposta social de

construção de um

subuniverso de ordem

contraposto ao meio

circundante.

Proposta de satisfação de

demandas individuais.

Deve levar a uma

reorientação do

comportamento segundo

ética de caridade.

• Proposta implícita de

agir sobre o meio via

promoção de

desenvolvimento pessoal

(assistência, educação).

Proposta de satisfação de

demandas individuais. Pode

levar a determinadas

obrigações no contexto de

uma dinâmica de

negociação.

• Proposta de fortalecimento

do indivíduo frente a um

meio de incertezas e

ambigüidades.

A relação de fé que leva ao sagrado, quanto mais profunda, maior será a mudança comportamental das pessoas envolvidas com o sagrado dirigidas por padrões morais estipulados pela regra de fé.
 
Visão da Doença
Doença causada pela

invasão ou intrusão de

entidades do mal.

Doença causada pela

interferência ou obsessão

de espíritos menos

desenvolvidos.

Doença causada pela ação

prejudicial de homens e/ou

entidades sobrenaturais.

A doença pode ou não estar associada a entidades do mal.

Se a doença não se esvai é interpretada como vontade de Deus ou algo normal da natureza humana.

 
Cura
Envolve expulsão

pública do mal.

• Ritual recria dinâmica de

luta.

Envolve educação dos

espíritos menos

desenvolvidos.

• Ritual recria atividade

pedagógica.

Envolve o firmar de

alianças para garantir

proteção ao indivíduo.

• Ritual recria dinâmica de

negociação.

Envolve ação sobrenatural de Deus sobre a doença.retirando-a trazendo desta forma a cura.

Conclusão:

O relacionamento religião e cura é algo muito difícil de ser delineado, pois não sabemos até que ponto o vai a influencia do elemento sagrado. Não é possível dizer que não existe cura e também não é possível dizer que existe.
Sabemos que a interpretação da realidade feita pelos quatro modelos visa minar o sofrimento humano de alguma forma, isso afeta a vida das pessoas grandemente fazendo que o seu sofrimento seja de alguma forma confortado, ou não. Este conforto depende muito da forma como o sagrado se relaciona com a realidade do individuo, isso também influência na permanência ou não deste na religião.
A proposta do protestantismo utópico, por nós elaborada, supera as outras religiões na medida que se envolve mais com sua realidade do enfermo e de seus familiares dando a eles uma nova possibilidade de vida através da fé e do amor. Esta visão nada mais é do que mais uma forma de interpretar a realidade, mas que pode trazer muito mais significado a vida de Bendita.


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