Autor: Ismael e Eide de Oliveira
Lucas 15: 1-32; 1 Pedro 3:7 ;Efésios 4:29; 5:25,28; 6:1-4.
Os textos indicados são básicos para o estudo da Família. A intensidade e as sensações que o leitor experimenta ou sente ao proferir esta palavra, são proporcionais à sua relação familiar. Pode ser fraca, forte ou muito forte; neutra, intensa ou muito intensa. O homem criado pan viver em família, sofre sua influência, na medida sugerida.
Para muitos, definir esta medida, ou mesmo se aperceber dela, é difícil, pois na rotina da vida há inúmeros problemas emergentes que preocupam mais e, aparentemente, exigem solução imediata, e os da família, propriamente, dá para “ir levando”, pois afinal de contas, “estamos juntos”.
Imagino que assim pensava o pai do Filho Pródigo: “Estamos juntos”… – Dormimos debaixo do mesmo teto. Não conversamos muito porque o tempo pouco. Quando um sai para a escola ou para o trabalho, o outro está chegando ou se levantando para sair para alguma atividade e apenas diz: “Oi!”. E assim, vão passando os dias e acumulando as situações não resolvidas; as raízes de amargura vão gerando males maiores. E a correria da vida moderna impede-nos, muitas vezes, de distinguirmos entre “Oi!” e “Ai!”, que apela para um S.O.S. ou pedido de socorro.
PROCURANDO ENTENDER A REALIDADE
As coisas vão de mal a pior até Jesus voltar. Os cristãos não devem ignorar, fingir ou achar que tudo está bem. Imagino a surpresa do pai do pródigo quando deparou com o seu pedido: “Dá-me a parte que me cabe dos bens”. Parecia que tudo estava tranqüilo. Afinal, tudo é de todos. Estamos todos juntos. O que está acontecendo filho? Era tarde demais! O pedido está de pé. A surpresa invade o coração do pai. Haveria alguma coisa errada, alguma insatisfação?
Soube esta semana de uma família muito querida cujo pai, extremamente autoritário, teve o desprazer de ver minada a sua autoridade com a decisão de sua filha de 14 anos, de suicidar-se. Estavam todos juntos debaixo de um teto de três andares.
Constato, diariamente, infelicidades e surpresas de país, na expressão: “Não é possível! Tanto que trabalho e me esforço para ver estes meninos felizes”.
DEIXANDO A CASA DO PAI
O jovem reuniu o que era seu e foi morar numa terra distante. Impressionante! Não quis ficar perto da família. Isso é sintomático. Filhos que amam e são amados pelos pais devem querer estar juntos. Com certeza, embora as boas qualidades do pai do pródigo, ele falhou em algum momento e ficou muito frustrado e pensativo com a partida do filho.
EQUAÇÃO DE SUCESSO NA RELAÇÃO PAI/FILHO
O sucesso como pai é baseado na qualidade do relacionamento: Pai-Filho. Pai compassivo e cordial = Relacionamento de qualidade, susceptível de atitudes sexuais sadias; – Relacionamento Pai-Filho cuja natureza distancia-se dessa qualidade, tende a ser menos eficaz. – O fator elementar dos relacionamentos é que certos hábitos, atitudes e comportamentos atraem as pessoas para nós e outros as afastam de nós.
Os pais devem saber o que atrai e o que afasta os filhos de si. Por isso, devem avaliar se os atos que praticam agradam ou desagradam aos filhos; – Devem descobrir as coisas que os filhos gostam e não gostam.
Críticas constantes, estar ocupados demais quando os filhos procuram, fazer promessas e não cumpri-las, trair confidências, etc, podem constituir barreiras ao relacionamento.
Isso deve ser um desafio aos pais no sentido de aprender a ganhar perspectivas intelectual e emocional para perceberem como seus filhos sentem a si mesmos, aos outros e às circunstâncias; Deve ser um desafio aos pais para passar tempo com seus filhos, pois sentimentos íntimos só se revelam a amigos.
Pais sábios começam a construir interesses mútuos com seus filhos, interessando-se pelo mundo deles. Esse é o maior investimento que os pais podem fazer para estabelecer fundamentos sólidos para relacionamentos futuros. Relacionamentos geram confiança.
A história do pródigo é farta em lições: Ela deixa claro que:
– Filhos saírem de casa antes da hora não é a melhor solução;
– O filho não havia aprendido a tratar com dinheiro, pois gastou tudo em pouco tempo;
– Não havia aprendido uma profissão;
– Fora de casa é possível ter privações e até passar fome;
– Fora de casa, arrependeu-se e decidiu voltar;
– Fora de casa, aprendeu a humilhar-se.
A humilhação e o arrependimento foram a porta para o resgate da sua condição de filho. O v. 20 do texto declara que “levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou” – Bendita hora! Não sei se no relacionamento daquela família, já houvera momento mais emocionante do que este “o abraçou e o beijou”.
Segue-se um diálogo interessante: O filho confessa ao pai os seus pecados, no plano espiritual e social. “Pequei contra o céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho”. Diante desse reconhecimento, o pai reafirma seu amor e aliança com o filho. Melhor roupa, anel no dedo e sandália nos pés é símbolo de proteção total do pai e reintegração na família. Segue-se uma festa, celebrando a reintegração. Festa inédita. A família parece não estava afeita a celebrações que, diga-se de passagem, fazem tão bem aos relacionamentos Concluímos isso pelo testemunho do filho mais velho: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com meus amigos”.
À semelhança desse filho mais velho, irmão do pródigo, as crianças de nossos dias têm poucos amigos adultos. Vivemos num mundo de instabilidade, de correria, de concorrência, de relacionamentos segmentados ou falta total deles. Dai, serem expostas muito cedo a temas próprios para adultos e elas não entendendo, é natural que procurem gente de sua idade pala lhes explicar. Isso acontece devido a ausência dos pais ou pela pouca presença.
VIVEMOS NUM MUNDO MORAL E ESPIRITUALMENTE FALIDO –
O conceito de certo e errado; bom e mal, tornaram-se indistintos. Não há certo nem errado, depende do que a pessoa quer. Este é o conceito que a sociedade tem hoje sobre valores. Para muitos, incluindo professores, tudo é relativo. Não há certo nem errado. Afirmam.
VIVEMOS NUM MUNDO DE LIBERDADE SEXUAL
Aconselhava um jovem quando este me interrompeu: “Pastor, o que faço? Depois de abraçá-la e olhar para o seu rosto, ela me disse: Eu quero ficar com você”. É um mundo de satisfação dos desejos da carne.
VIVEMOS NO MUNDO DAS DROGAS
Urge que pais, líderes eclesiásticos, professores e os lideres em geral tomem atitudes positivas que visem restaurar e ou preservar os valores morais e éticos que contribuam para a transformação do mundo – Rom 12.
As celebrações são ótimos momentos para reunir a família e ajudar na promoção de relacionamentos, mas não podemos viver de celebrações. Não podemos supor que crianças e jovens ficarão livres da pressão de conformar-se a um estilo de vida destrutivo que mira a identidade sexual sadia. Nossa sociedade prega uma visão de vida baseada no hedonismo, filosofia do prazer. Nossos filhos e jovens precisam de um sistema de suporte que os rodeie e lhes dê cobertura. Quem será a cobertura de nossos filhos? A sociedade? A Igreja?
“Educa a criança no caminho em que deve andar e até quando for velha, não se desviará dele”.
Concluindo, no mundo em que vivemos todos têm muitas coisas para fazer, mas é urgente priorizar as mais importantes, necessárias e significativas. Devemos familiarizar-nos com as pressões especificas que nossos filhos enfrentam ou enfrentarão neste 3º milênio. Para isso, urge ouvir os filhos e ganhar conhecimento do seu mundo, seus sentimentos e suas preocupações. “Comer um cabrito juntos “ de vez em quando faz bem. E necessário estar de fato juntos.
OS PAIS PRECISAM DE UM PLANO
É raro conseguir sucesso na vida sem um plano; esse plano deve basear-se em sugestões compartilhadas, conferindo experiências de quem está vivendo os problemas da juventude e crianças de nossos dias. Os filhos precisam sentir que os amamos de verdade e por isto, estamos interessados no êxito deles. Se os amamos de fato, o plano será feito e concretizado. E pais e filhos serão felizes e vitoriosos. Não haverá filhos pródigos, mas sim, famílias abençoadas em que todos os seus integrantes desfrutarão das riquezas do Pai celeste, e no plano natural, serão expressão da graça, do amor e do poder de Deus. Este é o propósito de Deus para a família – Ser uma bênção para todas as famílias da terra.
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