Autor: Robson Brito
A companhia de aviação fez desaparecer a bagagem de Debbie. Depois a sua bolsa desapareceu também. Em vez de entrar no aeroporto através de um corredor interior, saiu aos tropeções do avião debaixo de uma chuva torrencial. Ela estava encharcada, longe de casa, sem dinheiro, sem identificação e sem roupas secas. Sob condições normais Debbie estaria furiosa, mas nessa noite nada importava. Ela tinha acabado de sobreviver à queda do vôo 1420 em Little Rock, Arkansas – “Quando saí desse avião” – disse Debbie – “Saí dali sem nada, depois parei e pensei, mas eu tenho tudo”. De repente compreendeu que a sua vida era muito mais importante do que tudo o que ela tinha perdido. Li esse fato verídico na Revista “Gospel Communications International”, de Muskegon – MI.
A experiência vivida por Debbie mostra que, às vezes, preciso também experimentar certas situações extremas em minha vida para que reconheça efetivamente duas verdades importantíssimas: primeira: todas as coisas que possuo valem infinitamente menos que minha própria existência; segunda: a matéria em toda a sua dimensão não supri a necessidade precípua e imprescindível do meu ser – a necessidade de Deus. Quero refletir com você sobre essa última verdade.
Pensando nisso, percebo que há pessoas que tem boa situação financeira; suas necessidades básicas são satisfatoriamente supridas; tem muitos amigos; tem influência; mas parece que há um vazio existencial, porque tudo não é o bastante.
As comunidades religiosas onde se prega a Verdade receberam, nos últimos tempos, em seu seio, algumas pessoas que, por mais que possuíssem bens, por mais que tivessem dinheiro para comprar quase tudo o que quisessem, para bancar quaisquer serviços que desejassem, por mais que possuíssem certo “status”, tinham um profundo vazio na sua alma. Tais indivíduos eram vítimas de um imenso vácuo em seu espírito. Tinham uma carência nas profundezas do seu ser para com a qual coisas, bens e matéria não poderiam suprir. A vida de cada uma delas precisava de sentido. Precisavam de uma significação que transcendesse ao que os olhos podem vislumbrar; precisavam de uma orientação que lhe desse uma alegria que nem o tempo, nem o espaço e nem as circunstâncias poderiam restringir. Usando a expressão do cristianismo: essas pessoas queridas precisavam de salvação! Porque nem tudo é o bastante.
Quando se conscientizaram de que Jesus de Nazaré é o “Logos” de Deus (Jo 1. 1-14), o Cristo, o que redime a alma humana da escravidão do pecado; quando foram confrontados com o registro histórico do Evangelho, a vida e a obra do Senhor Jesus perceberam que Ele não é um homem qualquer; quando permitiram o Filho de Deus tocar-lhes com Suas palavras salvadoras, conscientizaram-se que a vida não se restringe a bens materiais. Eles produziram uma abertura em sua alma e puderam ouvir e atender o desafio de Jesus: “Segue-me!” Seguiram a Jesus, ocasião em que sua vida ganhou verdadeiro sentido.
Quando a pessoa entende que tudo o que a matéria pode oferecer não é o bastante descobre que Jesus Cristo, o Logos de Deus, continua desafiando o ser humano com as mesmas palavras que transformaram a vida de um número infinito de seres humanos na história, e que continuam transformando a vida de milhões de seres humanos na face da terra. Querido leitor, essas palavras de Jesus ainda continuam ecoando em seus ouvidos: “Segue-me!”.
Robson Brito, é pastor da Assembléia de Deus central em Sarandi – prrobsonbrito@uol.com.br
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