Autor: George Foster
Após a ressurreição, Jesus apareceu a dois de seus discípulos quando estavam se dirigindo para o povoado de Emaús, que distava cerca de dez quilômetros de Jerusalém.
Eles se achavam profundamente abalados pela frustração causada pela morte do Senhor. Parecia que esse fato destruíra todos os seus anseios e esperanças. Pelo seu aspecto, suas palavras e seu tom de voz, dava para perceber que se sentiam totalmente dominados pelo derrotismo.
É bem provável que estivessem dizendo algo mais ou menos assim:
“Se Jesus teve poder para curar os enfermos, expulsar demônios, ressuscitar mortos, andar sobre as águas, silenciar o mar e falar às multidões de forma tão inspirativa, por que não conseguiu evitar uma morte tão vergonhosa e humilhante?
Será que estávamos enganados com relação a ele? De que nos adiantou segui-lo?”
Eles conheciam a Jesus e o amavam. Entretanto quando Jesus apareceu ao lado deles e se pôs a caminhar com eles, eles não o reconheceram. Será que o Senhor se disfarçou propositalmente, para que eles pudessem falar com toda liberdade e abrir o coração para ele? Ou será que foi aquele sentimento de derrotismo que impediu que eles o identificassem?
Esse texto de Lucas 24.13-35 contém maravilhosas lições para nós.
Quando nos achamos profundamente frustrados, Jesus se aproxima de nós de maneiras que nem sempre identificamos. Se não temos mais esperanças, ele anda ao nosso lado. Ele vem para perto de nós quando nos sentimos distantes dele.
Muitas vezes, ele faz para nós algo que não vemos, opera de modos que não entendemos. Será que estamos cientes de sua presença?
Jesus nos convida a falar de nossas tristezas e nos escuta com toda atenção quando desabafamos. Todos temos preocupações que precisamos apresentar ao Senhor hoje. Quais são elas? O que nos impede de abrir o coração para ele?
Será a sensação de que não merecemos nada? Será o peso da vergonha ou do desespero? Existem certas preocupações das quais podemos falar somente com ele.
Quais são elas? Há pessoas ao nosso redor que precisam de alguém que as escute.
Quem são elas?
Jesus esclarece nossas dúvidas com a Palavra de Deus. Quando ficamos confusos, ele quer dar-nos entendimento de tudo através da Bíblia. O problema é que costumamos negligenciar a leitura dela quando mais necessitamos lê-la. Estamos lendo a Palavra?
Estamos buscando forças nela? Jesus pode estar querendo dizer-nos algo através de sua Palavra.
Se quisermos ter uma comunhão mais profunda com Jesus, ele atenderá esse nosso desejo. Os dois discípulos acharam que o Senhor iria prosseguir a viagem.
Entretanto haviam chegado ao ponto em que eles deveriam convidá-lo para permanecer na companhia deles ou deixá-lo seguir seu caminho. Obviamente não precisaremos suplicar a Jesus que fique conosco, mas temos de pedir. Então vejamos em que áreas de nossa vida temos necessidade de um envolvimento maior da parte dele.
Jesus se revela a nós de formas que já conhecemos. Por fim, Jesus fez algo que eles já tinham presenciado diversas vezes. Ele pegou o pão, abençoou-o, partiu-o e o distribuiu. Também conosco deve ser assim. Nos momentos de stress, aflição ou ansiedade, precisamos recorrer às práticas rotineiras que nos fortalecem. Temos de buscar os irmãos que nos inspiram e edificam. Lembremos-nos de que as pessoas mudam, bem como as situações e as normas. Deus, porém, jamais muda, e ele está conosco como sempre esteve.
Jesus restaura nosso fervor e nossas esperanças, dando-nos uma mensagem vital para transmitirmos a outros. Mesmo que nossa esperança se acabe, ela pode reviver.
Nosso fervor também pode se renovar. Algo em nossa vida precisa ser restaurado?
O quê? Nossa fé? A coragem? A visão do reino de Deus ou de sua obra? A esperança?
O entusiasmo? O objetivo de vida? Aqueles discípulos, apesar de terem feito uma longa viagem, sentiram-se cheios de energia e voltaram a Jerusalém para levar aos outros aquela maravilhosa notícia. Qual é a mensagem que nós temos de proclamar?
Adaptado de Paz Interior em Tempos de Crise, Editora Betânia
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