Pragmatismo na igreja: uma religião orientada para resultados e que abre a porta para o Anticristo

Autor: Mac Dominick

Prefácio
Se cada um de nós pudesse viajar de volta no tempo para o final dos anos 1960, encontraria um período de grande contestação e agitação entre as principais denominações protestantes. O Movimento Ecumênico estava a pleno vapor e a Igreja de Roma tinha visões de trazer as “ovelhas afastadas” de volta ao aprisco da igreja-mãe. Ao mesmo tempo, a vitória na Guerra dos Seis Dias deu aos israelenses o domínio sobre Jerusalém pela primeira vez desde que o general romano Tito destruiu a cidade no ano 70. Nos círculos fundamentalistas, muitos começaram a propagar a noção que a apostasia do “fim dos tempos”, que tinha iniciado no século XIX, estava se aproximando da fase de produzir frutos. Alguns chegaram até a predizer que o Arrebatamento da Igreja ocorreria antes do bicentenário da Independência Americana, em 1976. Esses fatores combinados contribuíram para o crescimento explosivo das Igrejas Batistas Independentes, das Igrejas Bíblicas não-denominacionais, e outros grupos, como aqueles afiliados ao Conselho Americano das Igrejas Cristãs, liderado pelo Dr. Carl McIntire. Na mente daqueles que estavam na linha de frente da “guerra contra a grande apostasia no fim dos tempos”, Deus estava juntando os membros finais da verdadeira igreja para preparar a noiva de Cristo para a ceia das bodas do Cordeiro. Embora alguns tenham percebido a ameaça representada por grupos como a Associação Nacional dos Evangélicos (NAE), ninguém poderia ter imaginado a futura enganação da apostasia sorrateira que corromperia a própria fibra das igrejas que foram fundadas ou que cresceram a partir da apostasia dos anos 1960.

Para aqueles de nós que viveram e passaram por essas experiências, é muito difícil compreender o fato que esses eventos ocorreram há mais de trinta anos. O Movimento Batista Independente começou a fraquejar a partir de meados dos anos 1970 e a década testemunhou o crescimento das Assembléias de Deus na segunda onda do Movimento Carismático. Gradualmente, a igreja local foi transformada de um lugar onde se ouvia um homem de Deus expor a Palavra de Deus ao povo, para um local de entretenimento religioso. A situação se deteriorou tanto que chegamos ao ponto em que a igreja agora precisa recorrer ao marketing profissional para alcançar o mundo e conseguir crescer mais. O crescimento de igreja tornou-se a ordem do dia, e os programas e esquemas precisam ser colocados em ação para atender aos objetivos estabelecidos para o crescimento. Essa é a base para a RELIGIÃO ORIENTADA PARA RESULTADOS.

Muitos que lêem isto estão familiarizados com a Educação Orientada Para Resultados:

“A Educação Orientada Para Resultados é uma filosofia que proclama que o fim justifica os meios. O conteúdo não é especificamente definido, mas escolhido com base na percepção do professor. Nessa filosofia, a educação é uma experiência contínua e que dura a vida inteira, e não é uma preparação para a vida. É um processo para o governo dizer às nossas crianças como viver, o que dizer, o que pensar, o que saber, o que não saber.” [1]

A religião orientada para resultados baseia-se basicamente nos mesmos princípios. Ela também proclama a filosofia que o fim justifica os meios. O “fim”, na maioria das vezes, é o crescimento da igreja e os padrões das Escrituras são subordinados ou ignorados quando observa-se que prejudicam esse crescimento. Os métodos para o crescimento da igreja também não são especificamente definidos e dependem principalmente dos aspectos demográficos e mercadológicos de uma determinada localidade. Usar uma diretriz específica “preto-e-branco”, como as Escrituras, é um empecilho a esses esforços de marketing e, portanto, as percepções do pastor e da agência de consultoria precisam ser utilizadas para obter o resultado adequado. O ensino dogmático das doutrinas e da teologia também pode ser um empecilho ao crescimento da igreja, simplesmente por que a “doutrina divide”. Portanto, a abordagem deve ser mais de um guia prático para tratar os problemas do dia a dia, como as finanças pessoais, relacionamentos, educação de filhos, e outras necessidades sociais daqueles que responderam aos programas de evangelização. Todos os programas, música e teatro devem ser coreografados com a noção de entreter com uma mensagem religiosa positiva, de modo a atrair mais pessoas aos serviços da igreja e, ao mesmo tempo, sem deixar ninguém de fora. Sob esses auspícios, a igreja evoluiu de uma fortaleza onde aqueles de mesma fé eram convencidos do pecado, repreendidos, nutridos, edificados, instruídos, e enviados ao mundo para alcançar os perdidos – para um palco aberto para que todos os presentes “experimentem Deus”. Para garantir que essa seja uma experiência positiva para todos, as exposições negativas de qualquer grupo ou indivíduo visto como nominalmente “cristão” não podem ser toleradas e uma atitude de “religiosamente correto” deve prevalecer. A igreja também precisa ter uma equipe de “conselheiros cristãos” formados em “Psicologia Cristã” para atender às necessidades das pessoas que ficaram frustradas na busca de respostas para os “problemas complexos” do mundo de hoje nas páginas daquele documento antigo e simplista que chamamos de Palavra de Deus. Basicamente, todos os que estão envolvidos no ministério precisam ter em vista os RESULTADOS – TUDO O MAIS ESTÁ SUBORDINADO AOS RESULTADOS.

Nota Final:
1. Marks, Debbie, “OBE: What is it?” Why Should We Be Concerned?”, panfleto publicado pela Citizens for Quality Education, Columbia, SC, 5/3/94.

Tradução: Jeremias R D P dos Santos
Data de publicação: 1/11/2002
Transferido para a área pública em 7/7/2003
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br

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