Autor: Estevam Fernandes
Muitas vezes, somos tomados por uma sensação desagradável que penetra em nosso interior, invade a nossa alma e perfura o nosso coração, arrancando lágrimas. São as vivências negativas que, embora dolorosas, também fazem parte do nosso crescimento existencial e do aprofundamento da nossa espiritualidade.
Nem mesmo o Senhor Jesus foi poupado desta experiência. Chorou no Getsêmani e, cansado, disse: “Minha alma está triste até a morte”, mas tal experiência o fez mais forte e, confiando no Pai, levantou-se e caminhou para a vitória sobre a própria morte. Muitas vezes nossas lágrimas regam o solo de onde brotarão as sementes para a nossa vitória.
Toda experiência individual é uma experiência única, como diz um dito popular: “cada um sabe aonde o calo aperta”. Contudo a experiência coletiva nos aponta referenciais que ajudam nas superações do individual, por isso mesmo gostaria de refletir com você, a partir desta possibilidade, sobre a dinâmica libertadora das tristezas que invadem o nosso ser.
Em primeiro lugar, saiba que nenhuma dor dura para sempre, por isso toda tristeza é passageira. É como uma nuvem pesada, carregada de energia negativa mas, por mais densa que ela seja, não resistirá à força dos ventos. Deus também sopra sobre nós os seus ventos que trazem consigo a força da esperança, da paz e da alegria. Lembre-se então que toda estrada tem seu ponto de chegada e que toda noite rende-se à força de um novo alvorecer. Nada é para sempre, inclusive a nossa dor.
Em segundo lugar, quando penso em minha tristeza, imagino que ela é a maior do mundo, mas nisto reside um grande engano, pois a experiência tem demonstrado que embora nossa dor seja real, há sempre alguém sofrendo um pouco mais. Se outros conseguem vencer, porque então nós iremos sucumbir? A experiência libertadora dos outros são sinalizadoras de que, para nós, também haverá vitória e superação.
Finalmente, entendo que toda tristeza momentânea é prenúncio de uma grande alegria que virá. A vida nos reserva muitas surpresas e, por isso mesmo, existe uma pedagogia própria extraída das lágrimas e da dor que nos ensina o verdadeiro sabor da vitória e os caminhos da alegria. Jesus disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. E Salomão nos ensina: “O pranto pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.
“Porque estais triste?” É uma pergunta inquietante mas não é um problema sem solução, pois “a alegria do Senhor, a nossa força é”. Esta força é que nos faz vencer o mundo. É a força da fé, é a força da alegria, a força de um Deus que nos ensina, às vezes através das lágrimas, que a vida é mais que um momento, é também a construção de um sonho e a certeza de um eterno amanhecer.
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