Perspectivas

Autor: Antonio Carlos Barro

Leia a estória abaixo e veja depois algumas conclusões.

 

Um casal, recém casados, mudou-se para um bairro muito tranqüilo.
Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou através da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido: Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!
Provavelmente está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas! O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido: Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado um mês a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis brancos, alvissimamente brancos, sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido: Veja ! Ela aprendeu a lavar as roupas, será que a outra vizinha ensinou !? Porque , não fui eu que a ensinei.
O marido calmamente respondeu: Não, é que hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!

 

O nosso ponto de vista invariavelmente está sempre correto. Nós temos esta capacidade de acharmos que somos melhores do que os demais. O outro é isso ou é aquilo. Aquela pessoa faz sempre assim ou nunca faz nada certo. É lógico que o nosso julgamento é sempre baseado nas nossas referencias, nas nossas pressuposições.

Este aspecto da nossa vida é chamado de “etnocentrismo” que “é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência” (E.P.Guimarães Rocha). Então, somos etnocêntricos por natureza. Estamos certos e outro errado. Nós sabemos, eles não sabem nada.

 

Lembre-se, portanto, dos vidros da sua janela na próxima vez em que julgar, avaliar, falar de alguém ou de alguma coisa alheia. Jesus disse: “Tire primeiro a trave do seu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Mateus 7:5). Ou seja: abra a sua janela e você poderá ver melhor ou pelo menos a lave de vez em quando.

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