Autor: Antonio Mendes Gonçales
Quando criança, tínhamos um papagaio muito falador. Aliás, um grande pregador, ou melhor, um grande cantor evangélico. O bichinho sabia cantar muitos hinos e a vizinhança ouvia a mensagem cantada todos os dias, e com mais freqüência, nos dias de chuva, pois era o seu dia predileto para cantar.
Contudo, havia um grave problema, ele não gostava da minha irmã e de pessoas estranhas. A ave tinha uma bronca tão grande dela que partia para agressão, precisando sempre da nossa intervenção. O bicho era um pregador-cantor incansável, mas não vivia o que pregava.
Estudando a epístola de Paulo aos efésios, vemos o apóstolo ensinando doutrina nos três primeiros capítulos. Nos últimos três capítulos, ele vai nos ensinar como andar. É como se ele estivesse no vestiário do seu time chamado igreja, ensinando o que fazer em campo. Terminadas as instruções, ele diz: Agora entrem em campo e, coloquem em prática tudo o que lhes ensinei.
O objetivo da epístola era ensinar os crentes a andar de modo digno (Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam Ef. 4.1). Não adianta só falar, é preciso viver. Isso me trás à lembrança uma história que elucida bem o que desejo transmitir.
Um senhor estava sendo evangelizado, e em seus argumentos o evangelizador disse: Por que você não se torna um crente como sua mulher? Você tem na própria casa alguém nascido de novo. O homem ponderou e disse: “É por isso mesmo que eu não sou um crente. A minha mulher tem o cabelo que chega até a cintura, as mangas do seu vestido chegam até o pulso, a saia chega até o tornozelo, e a sua língua é do mesmo comprimento.”
Assim era o meu papagaio. Falava coisas muito bonitas, mas não as vivia. Esse era seu grande problema. Não será esse o obstáculo maior na obra de evangelização? Gosto demais da idéia de evangelizar através do estilo de vida, ou seja, vivendo aquilo que pregamos. Observemos atentamente a exortação paulina: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios.” Efésios 5.15.
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