Moldando uma geração missionária

Autor: Paulo Pascoal

INTRODUÇÃO:

É impossível pensar na Igreja sem pensar em Missões. Do mesmo modo é impossível pensar em Missões dissociadas da igreja local. Missões é o resultado da natureza da Igreja, e esta é o resultado da própria natureza de Deus, em cujo coração nasceu o ideal missionário. Missões constitui um desafio para toda a Igreja porque segundo João 17:18 toda a Igreja está enviada e em missão. Logo, todos os que estão comprometidos com Cristo devem reconhecer que estão em missão com um Deus em Missão e que “o campo é o mundo” Mateus 13:38.

A igreja deve encarar com seriedade a seriedade da perspectiva cultural da sociedade que visa alcançar. Porquê ? Porque aceitando o axioma de que a sua tarefa é transmitir Cristo ao mundo, não podemos esquecer que há muitas opiniões sobre “Cristo”, há muitas formas de “comunicar”, há muitos “mundos” aos quais Cristo precisa de ser comunicado.

Pensando assim, por momentos, reflictamos sobre a nossa geração e o desafio de a moldarmos com aquilo que temos de melhor para lhe oferecer, o Evangelho de Cristo. Façamos aqui um breve exercício mental: Olhemos para Noé como modelo de um cristão comprometido com missões entre os seus contemporâneos, e façamos da descrição do povo de Israel, uma reflexão crítica para avaliar a nossa cultura contemporânea. Com isso estaremos a analisar um modelo de cristão evangélico que, entre os seus contemporâneos, abraça o desafio missionário. Este é um excelente exemplo do que cada um de nós pode ser nesta geração.

1. O MODELO MISSIONÁRIO DE NOÉ – Génesis 6:1-12

A narrativa demolidora de Génesis 6 é de repente, travada por uma nota de graça divina. Noé aparece como uma excepção dentro de um mundo contemporâneo carregado de maldade humana. Ele emerge dentro desse mundo contemporâneo como o melhor elemento de uma geração má, e não apenas isto, mas como um homem que no seu tempo, entre a sua geração, era um homem de Deus notavelmente completo.

Os dois adjectivos que ele recebe no v. 9 , “justo e íntegro” estão ligados com os outros seus contemporâneos e com o próprio Deus . Ele era justo com os seus contemporâneos e íntegro com Deus. Mas o texto diz mais: Diz que ele era justo e íntegro “ em suas gerações”, e a ênfase da expressão significa que Noé era único entre os seus contemporâneos. A frase final do v. 9 só é comparável ao elogio feito a Enoque (5:24) e a ideia é: “Era com Deus que Noé andava”.

Mas o Apóstolo Pedro haveria de nos dar mais detalhes sobre este Noé. Conforme Pedro diria, Noé foi um pregador da justiça aos seus contemporâneos (II Pedro 2:5). Afinal, um homem decente, longe de ser perfeito mas que andava com Deus, era amado por Deus, com 3 filhos, e que pregava a justiça aos seus contemporâneos.

2. A REALIDADE DOS DIAS DE NOÉ

O escritor de Génesis não hesitou em descrever a realidade social onde Noé era chamado a viver e a pregar. Não era uma situação nada cómoda. Todo o texto aponta para o facto de que, naquele tempo, se alcançou um estágio muito elevado no progresso do mal, com todos os limites impostos por Deus a serem ultrapassados em todas as áreas. Génesis 6:5 denota bem a que ponto se chegou. O texto regista não apenas a depravação dos contemporâneos de Noé, mas a presunção dos mesmos. O homem tentava de forma ilícita trazer para a terra um poder sobrenatural, ou mesmo a imortalidade.

O pecado estava plenamente desenvolvido. Se juntarmos a narrativa da criação – “viu o Senhor que era bom” (1:31) com o texto de Génesis 6:5-8, percebemos uma certa amargura que é expressa com um antropomorfismo: “Deus se arrependeu de ter feito o homem”. É evidente que esta expressão não significa que Deus mudou a sua mente, ou os seus propósitos. Todavia, demonstra uma mudança real nas expressões exteriores da atitude divina. Tal era o pecado do homem.

A maldade do homem, no v. 5, é apresentada extensiva e intensivamente. O homem é “continuamente” mau , e é “todo” o desígnio do coração do homem que é mau. Romanos 7:18 afirma também que não há bem nenhum na nossa natureza decaída. Por tudo isto, Deus sofre por causa do homem. Isto “pesou” no coração de Deus, trouxe dor, fadiga, tristeza, ao coração de Deus.

Começamos por sinalizar a Graça de Deus no meio de uma sociedade condenada pelo seu próprio pecado. Esta tensão entre a Graça de Deus e o pecado do homem ainda subsiste e sempre Deus acaba por triunfar. Não estamos num dualismo entre o bem e o mal, porque Jesus venceu a morte e os aguilhões da morte, pelo que em Cristo, as trevas estão já derrotadas. E nós? Como encaramos essa tensão?

2.1. Vivemos dias de pecado

2.1.1. Dias de Maldade Gén. 6:5,11,12

Se quisermos ser honestos também nós, na nossa geração, vivemos dias em que a maldade dos homens se tem multiplicado sobre a terra. A imaginação e os pensamentos dos seres humanos são maus continuamente. Os seres humanos, por causa do pecado, tornaram-se depravados e presunçosos. Dizem-nos que estamos a meio de uma transição para algo que não sabemos bem o que é, mas que estamos em transição. Devido a esta situação, as pessoas vivem vidas fragmentadas, distantes uns dos outros e sobretudo de Deus. Nos dias de hoje, as pessoas sentem-se incapazes e impotentes diante dos problemas que vivem e talvez por isso sejamos o país da Europa que mais consome ansiolíticos.

E diante disso, Deus lamenta sinceramente o estado espiritual da criação.

2.1.2. Dias de Violência – Gen. 6:11

A terra onde Noé é chamado a ser pregador da justiça é uma terra de violência em ascensão. A nossa não é melhor.

Violência com tentativas constantes de alteração à lei do aborto. Violência com o trabalho infantil, com os maus tratos domésticos, com o abuso sexual de crianças, com o racismo, etc. Somos os campeões da violência doméstica em toda a Europa. Somos o país da Europa com a taxa crescente mais elevada de infectados com o HIV-Sida. Somos hoje, diariamente, confrontados com escândalos de pedofilia e abuso sexual de menores. Dias de violência.

2.1.3.Dias de Rebeldia Espiritual- IPed.3:20

I Pedro 3:20 denuncia algo mais da realidade que Noé enfrentou. Uma situação de rebeldia espiritual. De rejeição das coisas de Deus. É isso que a nossa realidade mostra. Ainda que afirmando-se maioritariamente católicos, os portugueses dizem-se indiferentes à religião, e uma muito pequena percentagem frequenta a missa. No nosso país, muito religioso, só de Janeiro a Junho de 2003, deu-se um total de 18.995 casamentos e houve 11.828 divórcios. Os nossos dias são dias em que em que se ouvem estatísticas que apontam para a defesa de todos os tipos de relação sexual (64% jovens); para a aceitação do sexo pré-matrimonial (90.9%) e em que 10 % de jovens de 14-15 anos dizem ter já usado preservativo.

O que produz essa rebeldia ? Uma cultura de conquista sem olhar a meios, o controle e a mecanização de coisas e pessoas, a coisificação de pessoas, o individualismo selvagem e o consumismo sufocante. Como é que isso afecta as pessoas ? Elas vivem em sufoco e desespero. O pecado e a rebeldia despersonaliza-as, fragiliza-as, leva-as a desejos mal orientados e a mais fragmentação, mais descrença ou a uma fé posta no objecto errado. Uma fé posta no Professor Karamba. São os nossos dias!

2.1.4. Dias de desinteresse quanto à vontade de Deus e desprezo para com a sua mensagem – Mat. 24:38

Vivemos dias onde as pessoas excluem Deus de tudo. Procuram essencialmente o prazer e a realização pessoal na carreira. Um estudo feito na década de 90 apontava a seguinte realidade: Para os portugueses a ordem de prioridades é: Família (64%); Trabalho (35%); Amigos (20%); Religião (17%); Tempos Livres (16%); Política (3%). 41,3% dizem que o divórcio é a melhor situação para um mau casamento. 80% dos portugueses crêem em Deus, mas só 31 % acha que haverá vida eterna e ressurreição dos mortos.

Na nossa geração há relativamente muita religião mas no entanto muito pouca convicção de vida eterna. A nossa geração tem posto os valores materialistas em primeiro lugar. São dias em que os nossos contemporâneos estão completamente desatentos aos avisos de homens como Noé, que falam de juízo divino. E se uns vivem secularizados outros privatizam a fé. Queremos gratificação imediata, sem compromissos. Vivemos dias em que as sensações são o que mais importa (sinto…logo existo).

Estes dias de desinteresse quanto à vontade de Deus e desprezo para com a mensagem de Mateus 24:38, também são verificáveis no contexto das nossas comunidades cristãs. William Beckam, no seu magnífico livro “Second Reformation”, aponta os seguintes desvios da igreja de Cristo:

 O Cristianismo está mais e mais alinhado com os sistemas políticos

 Os líderes são profissionais e estão a desenvolver estruturas na Igreja

 O poder espiritual deu lugar ao esforço e habilidades humanos

 O estilo líder servo deu lugar ao líder autoritário

 A Igreja é defensiva em vez de ofensiva

 O pequeno no contexto da Igreja tornou-se suspeito

 As pessoas vão a um edifício num dia particular-especial da semana a alguém (padre, pastor) lhes faz ou diz algo

 A ceia do Senhor mudou de uma refeição comum para uma cerimónia

 O culto passou de participação a observação

 O testemunho passou de relacionamentos a comunicação num só sentido

 O ministério passou de pessoal a quase exclusivamente social

 A liderança passou de servos chamados e dotados para profissionais

 O crescimento passou de multiplicação a adição

 Missões deixou de ser uma forma de estar e ser e passou a ser o suporte de missionários

 A confissão deixou de ser exercitada em público no pequeno grupo e passou a ser privada

 O discipulado passou de formação pela acção a sala de aula

 A comunhão passou de profunda a superficial

 A vida no Corpo de Cristo passou de estilo de vida a membresia

 A capacitação passou do poder de Deus para a habilidade da pessoa

 Os edifícios passaram de funcionais a locais sagrados

 A administração passou de integrada a compartimentada

 A membresia passou de produtora a consumidora

 O Estudo Bíblico passou de cumpridores da Palavra a ouvintes da palavra

 O evangelismo passou de (estruturas) que vão para (estruturas que chegam)

2.1.5. Dias de rejeição ao escape oferecido por Deus por intermédio dos pregadores – I Pedro 3:20

“Enquanto a arca se prepara” o tempo de escape está a ser dado à nossa geração. Enquanto Jesus não vem, a Sua Igreja anuncia a necessidade de arrependimento e da entrada na Arca (Cristo). Deus tem sido longânimo com a nossa geração, mas muitos têm desprezado o testemunho dos seus servos. Antes do juízo (dilúvio) que virá sobre os nossos contemporâneos, Deus tem levantado Noés, para serem pregadores da justiça. É que quando a Arca se fechar ninguém conseguirá galgar as montanhas.

São dias difíceis, os dias da nossa geração. O desafio é por isso, enorme. Precisamos de mais Noés que façam destes dias, dias de Graça e Salvação, como Noé fez entre os seus contemporâneos. Precisamos de gente capaz de moldar esta geração como Noé fez entre os seus contemporâneos. Precisamos de Noés que alterem definitivamente os dados de um estudo sociológico que dizia entre outras coisas que os portugueses são o 5º povo mais pessimista do mundo.

Precisamos de Noés nesta geração e para esta geração, porque apesar de tantas denominações existem 49 concelhos com um total de 369.117 habitantes sem qualquer igreja evangélica e para termos 1 igreja por cada 3.629 habitantes (ex.Portalegre) precisaríamos de plantar 1500 novas igrejas. Nesta geração temos tido muito denominacionalismo, mas apenas cerca de 600 pastores para 1630 igrejas. Nesta geração temos um total de 4257 freguesias em Portugal e dessas somente 768 têm uma congregação evangélica. Nos Açores, precisamos de uma igreja em três das nove ilhas.

Precisamos de Noés nesta geração que percebam que Portugal é hoje uma porta aberta para missões transculturais na Ásia, nos Países do Leste Europeu, nas Américas, e nas Áfricas. Porquê? Por razões diferentes:

Razões Geográficas: Norte de África

Históricas: Brasil, Macau, Timor Leste e África de língua portuguesa

Sociológicas: Portugal é um dos principais países de acolhimento dos países do Leste Europeu

Precisamos de gente capaz alterar as desencorajadoras estatísticas que temos como força enviadora de missionários. Neste momento, Portugal deverá ter aproximadamente um total de 63 missionários transculturais portugueses em 9 países do mundo e com uma única excepção, Guiné Bissau, todos estes missionários estão em países muito mais evangelizados do que o nosso. Desta força missionária, 69% dos missionários contam-se como obreiros de uma única Missão, a Remar –Portugal.

Precisamos de Noés nesta geração que percebam que, segundo Patrick Johnstone, existem 4.000 etnias totalmente não alcançadas e dessas 4.000 etnias, 2.134 grupos étnicos poderão ser desdobrados em muitas mais etnias distintas com dialectos próprios, o que nos poderá levar a um grupo bem maior de povos não alcançados, algo em torno de 8.000 grupos étnicos por alcançar.

De acordo com a Wycliffe, o século XX acabou quando se soube que a Bíblia ou o Novo Testamento estava traduzido em 2.212 línguas. Entre as 6.528 línguas vivas no mundo possuímos a Bíblia completa em 366 e o Novo Testamento completo em 928, ou seja, a Palavra está expressivamente presente em 2.212 línguas. Entretanto, e de acordo com a Wycliffe, mais de 4.000 línguas não possuem sequer uma porção da Palavra sendo que 70% destas línguas podem ser definidas como minoritárias. 4.000 das 6.528 línguas existentes são faladas por 6% da população mundial e é exactamente aí que o nosso desafio está localizado. Onde estão os Noés ?

O desafio transcultural está aí e não nos pode deixar indiferentes. São mais de 2.000 povos que podem ser fragmentados num número até três vezes maior e mais de 4.000 línguas e dialectos sem uma porção da Palavra de Deus. Se pensarmos que em cada 10 missionários transculturais que saem para o campo missionário, 9 vão trabalhar com os povos do Mundo B e C, ou seja os lugares do globo onde o Evangelho está acessível e onde existe Igreja e Bíblia na língua do povo, precisamos de Noés.

Apesar de tudo isto, importa dizer que, no tempo de Noé, não havia só a manifestação da depravação humana. Também havia sinais da graça de Deus. E hoje também é assim.

2.2. Vivemos Dias de Graça e Salvação

Creio que vivemos uma estação de colheita. Creio que nós somos o povo da colheita. Creio que nós estamos a viver no tempo da colheita. Creio que Portugal vai viver tempos de mudança, tempos de Ceifa. O que é a colheita? A colheita é uma sequência progressiva de eventos, movendo-se com intensidade crescente para um clímax de um período definido de tempo na terra. A colheita definitiva acontecerá no fim dos tempos e nós somos o povo da colheita.

Nós somos hoje parte de uma geração que está a viver momentos únicos na história da redenção. Nós somos a geração do século 21, uma geração de plenitude, de realização. É o nosso tempo. É tempo de colheita. Creio que é tempo de “meter a foice porque é chegada a ceifa” conforme Marcos 4:29. “O fruto já está maduro”. É tempo de “erguer os olhos e ver os campos pois já estão brancos para a ceifa” (João 4:35). É tempo de nos juntarmos a Deus, “tomar a foice e ceifar, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu “ (Apoc.14:15).

Isto é mesmo verdade no que diz respeito a missões. No ano 100 da era de Cristo havia 360 não cristãos por cada crente. No ano 1500 passaram a ser 69 não cristãos por cada crente. No ano 2000 havia 2 não cristãos por cada crente. Na história da igreja, nunca houve uma era de mais promessa, mais entusiasmo, mais consagração, mais oração pelas missões mundiais, como agora….

• Milhares de agências missionarias, e cada dia há mais;

• Movimentos de oração em todo o mundo;

• Uma estratégia global de “povos não alcançados” e “janela 10/40”;

• Denominações inteiras mobilizadas para as missões;

A comunidade evangélica em Portugal também está a viver novos tempos. Vivemos momentos singulares na nossa caminhada como povo de Deus neste abençoado país. A comunidade evangélica, nestes últimos anos, vive momentos especiais de unidade e serviço para a glória de Deus e crescimento de seu Reino em Portugal. Muitos têm sido os eventos que reúnem milhares de crentes evangélicos portugueses que testificam de Cristo, evidenciando uma crescente presença evangélica em Portugal. Mas mais importante que os eventos, percebe-se sinais de uma vontade crescente de unir forças em favor da evangelização de Portugal. Respeitando-se as posições doutrinárias e as diferentes práticas eclesiásticas, pergunta-se sobre a possibilidade de juntos orarmos e trabalharmos pela evangelização de Portugal e a partir de Portugal. São tempos de colheita.

Os números são animadores. Segundo as informações contidas no World Churches Handbook, editado pelo Dr. Peter Brierley, com informações de Patrick Johnstone, o crescimento das igrejas evangélicas em Portugal continua ser estimulante e, ao mesmo tempo, desafiador.

Em 1960 os números eram os seguintes:

Igrejas 291

Membros 16.634

Pessoas ligadas às comunidades 32.278

Em 1980 os números avançaram para os seguintes:

Igrejas 894

Membros 42.846

Pessoas ligadas às comunidades 81.822

Neste período de 20 anos o número de igrejas triplicou; o número de membros aumentou duas vezes e meio e o número de pessoas ligadas às comunidades cresceu uma vez e meio. São tempos de colheita!

Em 2000, os números previstos foram os seguintes:

Igrejas 1.630

Membros 78.545

Pessoas ligadas às comunidades 163.920

Conforme estes números, mesmo reduzindo um pouco o índice de crescimento, a comunidade evangélica em Portugal continua sinalizando um bom crescimento quantitativo. Temos a nosso favor na cultura portuguesa a ideia de família, a postura relacional, a tolerância, aceitação do divino, o reconhecimento das nossas limitações e sobretudo, a força das “boas novas” – são BOAS e são NOVAS.

A Assessoria de Missões da Aliança Evangélica Portuguesa (AEP) está a cooperar com a Direcção da AEP no reforço do estímulo da comunidade evangélica para o aprofundamento de uma visão espiritual de missões nacionais e transculturais que provoque um saudável movimento missionário concertado pela cooperação voluntária e activa das igrejas filiadas na AEP. Esse esforço será incrementado através das seguintes iniciativas:

– Adopção do projecto missionário de alcance nacional, Missão Global 2015, que será fundamentado por um levantamento estatístico que aponta a realidade missionária actual da nossa comunidade e os desafios correspondentes.

– Preparação de um plano estratégico que vise a concretização desse mesmo projecto de alcance nacional e transcultural que incluirá elementos de formação e despertamento missionário como seminários, colóquios, conferências, congressos de missões, etc. São tempos de colheita!

Apesar da decadência espiritual e moral, não rejeitemos o desafio, e continuemos a transformar os dias de pecado do Noé da nossa geração em dias de graça e Salvação. No tempo de Noé, como hoje, quem quiser pode ter entrada na arca e ser salvo. Porquê ?

2.2.1. Porque a Graça de Deus está a operar no meio de todos os males.

É possível e necessário ser Noé entre a nossa geração. Ser justo, íntegro e andar com Deus. Falar da justiça de Deus.

O Noé dos nossos dias, precisa andar com Deus. As igrejas precisam de andar com Deus transformando dias de pecado em dias de graça. Lembremo-nos que estamos a falar de Missio Dei.

2.2.2. Porque o Amor de Deus dá o Escape

Deus não tem prazer na morte de ninguém nesta geração. Ele quer que todos os nossos contemporâneos se salvem. Não apenas a família do Noé. Deus é longânimo apesar da corrupção dos nossos contemporâneos. Naquele tempo, Deus dava 120 anos de vida ao homem. Hoje, um pouco menos, mas aproveitemos enquanto é dia para transformar os dias de pecado em dias de graça. Jesus é a arca que fará escapar a nossa geração. Não esqueçamos a advertência: Deus é justo. Ele condenará todos os que não O aceitarem. Carregue no botão ”urgente”.

3. ONDE ESTÃO OS NOÉS PARA PREGAR E MOLDAR A NOSSA GERAÇÃO ?

Os dias de então e de hoje não são muito diferentes. O evangelho da Graça não mudou desde Noé. O que pode estar a falhar ? Talvez a obediência dos pregadores da justiça. Onde estão os Noés?

Precisamos de Noés que preguem aos seus contemporâneos:

3.1. Sendo justos e rectos entre a sua geração e que andem com Deus – Gen. 6:9

2. Que tragam repouso a esta geração – Gen. 5:29

O significado de Noé é Repouso. É repouso, mas não preguiça. Noé haveria de dar repouso, consolo, no meio de uma terra amaldiçoada. Por isso não se fatigou. Ele queria dar paz a todos.

3.3. Que sejam obedientes

Noé obedeceu a todas as orientações de Deus na construção da arca, mesmo não percebendo tudo.

3.4. Que sejam pregadores e tementes a Deus

Pedro chamou a Noé “pregador da justiça”. (II Ped. 2:5). Hebreus fala do temor de Noé – (Heb.11:7)

CONCLUSÃO

Será que temos consciência dos benefícios de participarmos na missão de Deus na nossa geração? Noé viu o seu nome escrito na galeria dos heróis da Fé (Hebreus 11:7). Noé viu a sua família salva. Noé foi lembrado pelo Senhor e livrado da morte (Génesis 8:1). Noé foi honrado por Deus com um pacto eterno (Génesis 9:12-17). Moldemos uma geração Missionária!

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*Paulo Pascoal é casado e tem três filhas. Pastor da Igreja Baptista da Graça em Lisboa, Líder da Assessoria de Missões da Aliança Evangélica Portuguesa, Director Executivo da Mevic-Missão Evangélica Inter-Cultural, Professor no Seminário Teológico Baptista, Membro da Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial. Mestre em Teologia com especialização em Missiologia.

Fonte:www.portalevangelico.pt

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