No cumprimento da Missão, devemos desenvolver um caráter cristão que respalde a proclamação do Evangelho. A Igreja não pode sair em direção ao mundo alheia aos princípios que norteiam a vida dos cidadãos do Reino de Deus, principalmente no que tange aos seus valores morais e comportamentais.
A pregação da Palavra aliada a um viver desfocado da vontade de Deus em nada contribui para o progresso do Reino e corrobora com o enfraquecimento da Causa.
Na Epístola ao Filipenses, o Apóstolo Paulo caracteriza os discípulos de Cristo como luzeiros no mundo (2.15). A primeira informação que dispomos aqui nos dá conta que o mundo se acha em trevas. Não há nenhuma novidade nisto. Não deveríamos demonstrar qualquer surpresa com os desvarios cometidos em nossa geração, como por exemplo, o alto grau de perversidade e corrupção; é da natureza daqueles quem se acham alheios aos caminhos de Deus o cometimento de atrocidades.
O que é completamente estranho é os filhos da luz agirem como filhos das trevas, contrariando sua natureza luminosa; é inadmissível, assustador.
Luz existe para iluminar, não para confundir-se com as trevas, a tal ponto de não se poder distinguir uma da outra.
Neste objetivo da diferenciação, Paulo observa a importância de alguns cuidados em nossa vida, mormente no seio da comunidade. Assim, ele se expressa: “fazei tudo sem murmurações nem contendas” (2.14). Duas coisas que devem ser motivo de uma constante e dedicada vigilância por parte dos crentes visando seu ministério neste mundo tenebroso.
Quando falamos de evitar-se contendas, pensamos na importância de cultivar uma personalidade sóbria e equilibrada, que sempre acha caminhos que nos desviem de brigas e dissensões. Infelizmente, de alguns crentes sempre se diz “como gostam de uma briga!”.
Fomos chamados à paz, faz parte do conjunto da vida feliz o ser pacificador (Mateus 5.9). “É necessário que o servo do Senhor não viva a contender” (2 Timóteo 2.24).
Alguns conflitos tornam-se praticamente incontornáveis, mas viver a contender não qualifica o ministro do Senhor, que é luzeiro do mundo.
Quanto à murmuração, vemos nela um dos mais nefastos ingredientes para a desqualificação da Igreja. Ela chega a ser pior que a contenda, pois esta é frontal, clara, revelada, enquanto a murmuração geralmente é velada, escondida, traiçoeira.
Israel murmurou durante todo o tempo do deserto, o que o impediu de ver a provisão miraculosa do Senhor que não deixou faltar nem água, nem alimento. A murmuração e o queixume tem esta infeliz faculdade de impedir uma visão correta dos fatos e contribui para o descrédito da Igreja como diferencial neste mundo de trevas.
Por fim, Paulo recomenda aos crentes que, no benefício serem luzeiros do mundo, preservem a “palavra da vida” (v. 16). Se, de um lado, devemos atentar para não confundirmos nosso testemunho cristão pela contenda e murmuração, de outro, devemos ser vistos como autorizados portadores da Palavra de Deus, de tal sorte que a proclamação proferida por nossos lábios seja reconhecida como autêntica e confiável, pois, mesmo sem o saber, é justamente o que o mundo tenebroso espera de nós.
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